Dilma e Lula acertaram seus ponteiros?

Cercado de grande expectativa, presidente se encontra com antecessor, em São Paulo; pauta foi árida; governo sob pressão enfrenta dificuldades crescentes na economia e oposição cada vez mais forte no Congresso; Dilma Rousseff não falava pessoalmente com Lula desde o final da campanha eleitoral; entre diferenças na montagem do Ministério e estilos diferentes de encarar a crise, será que a partir de agora eles estarão mais próximos?

Cercado de grande expectativa, presidente se encontra com antecessor, em São Paulo; pauta foi árida; governo sob pressão enfrenta dificuldades crescentes na economia e oposição cada vez mais forte no Congresso; Dilma Rousseff não falava pessoalmente com Lula desde o final da campanha eleitoral; entre diferenças na montagem do Ministério e estilos diferentes de encarar a crise, será que a partir de agora eles estarão mais próximos?
Cercado de grande expectativa, presidente se encontra com antecessor, em São Paulo; pauta foi árida; governo sob pressão enfrenta dificuldades crescentes na economia e oposição cada vez mais forte no Congresso; Dilma Rousseff não falava pessoalmente com Lula desde o final da campanha eleitoral; entre diferenças na montagem do Ministério e estilos diferentes de encarar a crise, será que a partir de agora eles estarão mais próximos? (Foto: Aline Lima)


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247 – Cercado de grande expectativa, aconteceu na tarde desta quinta-feira 12, em São Paulo, o primeiro encontro pessoal este ano entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Ambos tinham uma pauta árida para tratar. Além das esperadas dificuldades no campo econômico, o quadro político tornou-se mais adverso do que se poderia prever. Fatos como o aprofundamento da operação Lava Jato, a eleição do peemedebista Eduardo Cunha para a presidência da Câmara Federal e até mesmo a introdução do tema impeachment no debate político. Tão duro quanto esses foi o golpe da queda abrupta na popularidade de Dilma.

Não podia ser mesmo de sorrisos a foto oficial que emoldurou o encontro. Dilma e Lula não tem mesmo muitos motivos, neste momento, para sorrir. O ex-presidente não teve nenhum de seus pleitos para a composição da equipe econômica atendidos por Dilma. E viu aliados como o ex-ministro Gilberto Carvalho saírem do Palácio do Planalto. Na festa de 35 anos do PT, Lula lançou, em conversas fechadas, sua candidatura a presidente em 2018. E pode ser que a conversa, cujo conteúdo ficou entre eles, tenha chegado até esse ponto. O que só se vai saber com o tempo, com certeza, é se Dilma e Lula conseguiram, neste encontro ajustar seus ponteiros.

Abaixo, notícia da agência Reuters, distribuída nesta quinta-feira 12, sobre o governo Dilma:

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Em momento político delicado, principais auxiliares de Dilma não se entende

Por Jeferson Ribeiro

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BRASÍLIA (Reuters) - O quarto andar do Palácio do Planalto, um acima da sala da presidente Dilma Rousseff, onde estão os principais ministros da articulação, é um ambiente conflagrado, no momento em que a petista mais precisa reconstruir pontes e forças para enfrentar as disputas políticas e fazer os ajustes necessários nas contas.

Pelos corredores, auxiliares comentam ainda que o quadro é agravado pela falta de orientações claras da chefe, que teria deixado postos-chave do governo sem um comando efetivo desde a reeleição.

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Esse cenário de descontrole, desconfiança e completa desarticulação política, relatado por assessores do Planalto nas últimas semanas à Reuters, ficou ainda mais exposto durante o desastroso processo de sucessão na Petrobras, que está no centro de uma das maiores investigações de corrupção já vistas no país.

Nesse episódio, Dilma foi surpreendida com a renúncia coletiva da diretoria da estatal, em meio a vazamentos creditados a seus auxiliares mais próximos de que a então presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, deixaria o cargo no fim de fevereiro.

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Sem um plano de sucessão claro, Dilma teve de acelerar a substituição e recorreu a uma solução caseira e de sua confiança, transferindo o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine para o comando da petroleira.

Uma fonte próxima à presidente, porém, disse à Reuters que Dilma está ciente dos problemas entre seus auxiliares.

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"Ela vai buscar essa unidade. Não faz sentido ter um núcleo de coordenação política que não se entende. Teve um monte de canelada, mas agora chegou a hora de todo mundo se entender", afirmou, sob condição de anonimato.

O núcleo político de Dilma, composto pelos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Ricardo Berzoini (Comunicações), Jaques Wagner (Defesa) e o assessor especial Giles de Azevedo, já vinha acumulando desentendimentos desde a reeleição. Durante as articulações fracassadas para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados, o problema se agravou.

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A derrota do candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), para o peemedebista Eduardo Cunha (RJ) caiu na conta do ministro Pepe Vargas.

Auxiliares próximos ao ministro não aceitam que ele responda pelo fracasso, porque Vargas acreditava que a melhor solução para a Câmara era a renovação do acordo entre os dois partidos --que vigorou de 2007 a 2013-- para o revezamento no comando da Casa.

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Argumentam ainda que havia uma convicção entre a maioria do núcleo político, mesmo que frágil, de que era possível uma vitória do petista.

Mercadante e Berzoini, segundo fontes da área política do governo, foram responsáveis por defender até o último instante o confronto com o PMDB na disputa pela presidência da Câmara, numa estratégia que nunca foi encampada completamente pelos demais membros do seleto grupo.

Mas as conspirações não pararam por aí, e nos últimos dias vazamentos de informações de reuniões com a presidente foram desvirtuadas, segundo a fonte próxima a Dilma. Parte delas tinha como objetivo claro atingir o ministro mais forte do governo: Mercadante.

"Ele é o alvo principal porque é o mais antigo, tem maior proximidade com a Dilma, o que os outros também querem, e também pelo jeito dele, de tomar a frente das coisas, às vezes atropelar os outros", disse essa fonte próxima a Dilma.

No quarto andar, Mercadante tem um adversário direto: Rossetto. As diferenças ficaram expostas logo após a presidente ser reeleita em outubro, quando Mercadante pediu aos pares que enviassem a Dilma pedidos de demissão para que ele pudesse fazer as mudanças de seu ministério.

Rossetto, à época ministro do Desenvolvimento Agrário e um dos coordenadores da campanha de reeleição da presidente, disse ao colega sem meias palavras que não lhe enviaria nenhuma carta, pois quem mandava no governo era Dilma e não o ministro da Casa Civil.

Esse núcleo político de Dilma, segundo um ministro que não o integra, está dividido em dois grupos: Rossetto, Vargas, Berzoini e Wagner de um lado, e Mercadante, isolado, do outro.

Soma-se a essa disputa aberta por poder o que os auxiliares caracterizam como falta de cuidado da presidente com áreas essenciais de sua cozinha. Isso num ambiente de crises políticas, disputas e rivalidades internas no PT e em sua ampla base, denúncias de corrupção envolvendo a maior estatal do país e o seu partido, o PT.

Para a fonte próxima à presidente, porém, esse cenário não é uma novidade da gestão de Dilma. "Essas conspirações, ministros atacando outros com notas na imprensa, isso também tinha com o Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva)", disse.

Dilma estaria ciente desse ambiente no seu círculo mais próximo. "O técnico (Dilma) já percebeu os problemas e agora está baixando a ordem unida", afirmou a fonte.

Procurada, a assessoria da Presidência não tinha representantes disponíveis para comentar o assunto até a publicação da reportagem.

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