Nova geração propõe caminhos para o futuro do PT

Às vésperas de seu 5º Congresso Nacional, o PT tem seus rumos debatidos não mais apenas por lideranças ou pelos chamados fundadores da legenda; nesta semana, foram publicados dois artigos por jovens da militância petista, com opiniões contrárias: "O petismo vive! E o PT?" e "PT: Insuportavelmente vivo!"; confira seus pontos de vista

Às vésperas de seu 5º Congresso Nacional, o PT tem seus rumos debatidos não mais apenas por lideranças ou pelos chamados fundadores da legenda; nesta semana, foram publicados dois artigos por jovens da militância petista, com opiniões contrárias: "O petismo vive! E o PT?" e "PT: Insuportavelmente vivo!"; confira seus pontos de vista
Às vésperas de seu 5º Congresso Nacional, o PT tem seus rumos debatidos não mais apenas por lideranças ou pelos chamados fundadores da legenda; nesta semana, foram publicados dois artigos por jovens da militância petista, com opiniões contrárias: "O petismo vive! E o PT?" e "PT: Insuportavelmente vivo!"; confira seus pontos de vista (Foto: Gisele Federicce)


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247 – Às vésperas de seu V Congresso, que acontecerá entre os dias 11 e 14 de junho em Salvador (BA), o PT enfrenta provavelmente a mais grave crise desde a sua fundação, apesar da vitória da presidente Dilma Rousseff em novembro do ano passado. Os rumos do partido, no entanto, não são mais foco de debate restrito a lideranças ou aos chamados fundadores.

Nesta semana, jovens lideranças do PT assumiram as rédeas da discussão propondo caminhos para o que se tem chamado de Reforma do PT. Assinado por Josué Medeiros, Jean Tible e Alana Moraes, o artigo O petismo vive! E o PT? apresentou reflexões para "salvar o petismo do PT", pois para os autores, "o PT está morrendo". "O PT do Orçamento Participativo, que acolheu o Fórum Social Mundial e inspirava a esquerda mundial já não existe", diz trecho do texto.

O artigo defende ainda que o PT se inspire nas ruas de junho de 2013 e em movimentos como o 15M na Espanha, Occupy nos EUA, praças Syntagma, Tahrir e Taksim; dos 'pinguins' no Chile. Isso seria a solução para um partido, hoje, "sequestrado pelo burocratismo partidário, capturado pelo gabinetismo parlamentar, preso à racionalidade das alianças com a direita para manter a 'governabilidade'".

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Além disso, os autores elencam propostas como a convocação imediata de novas eleições internas, transparência e participação nas finanças partidárias, a construção de uma nova agenda que inclua o direito à cidade, direitos humanos, comunicação, cultura, entre outras; apoiam a ideia de uma Frente de Esquerda e um processo constituinte do PT para elaborar um "novo manifesto, novo método de eleições, novas formas de organização, novas formas de financiamento".

Como resposta, outras três jovens lideranças – Leopoldo Vieira, Cassio Nogueira e Richard Back – escreveram o contraponto PT: Insuportavelmente vivo!, no qual estabelecem um diálogo crítico às propostas apresentadas. Para eles, "a campanha pela reeleição da presidenta Dilma revelou um partido vivo, voluntário, auto-organizado, prenhe de inteligência, iniciativa e criatividade que decidiu, em parte, a campanha e a embalou pela esquerda". "Não é correto confundir a crítica a processos de acomodação do partido e sua dinâmica com a rejeição da estratégia de centro-esquerda. O oposto é desconsiderar que somos, hoje, minoria política, institucional e ideológica, inclusive tendo perdido a tênue hegemonia conquistada durante estes 13 anos, enquanto a economia crescia", contra-argumentam.

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O artigo sustenta que "o PT do Bolsa-Família, da saída do Mapa da Fome, da descoberta e afirmação da soberania sobre o pré-sal, da passagem de devedor a credor do FMI, do protagonismo diplomático, da Unasul, CELAC e BRICS são, para o mundo de hoje, principalmente para as esquerdas, referência bem maior do que o 'PT do Orçamento Participativo'" e que os movimentos 15M na Espanha, Occupy nos EUA, praças Syntagma, Tahrir e Taksim, dos 'pinguins' no Chile e do junho brasileiro não conseguiram se constituir como força política capaz de dirigir o governo desses países. Propõe como referência o agrupamento argentino "45 años para bajo" La Campora, que produziu a nova geração do peronismo renovado pela esquerda, e dizem que Junho "desaguou em marchas por todo o Brasil da UDN do século XXI".

Como propostas, apresentam realizar, junto com o PED, uma consulta pública sobre grandes temas nacionais a serem abordados pelo PT; eleições diretas para todos os setoriais do partido, retomar os Diretórios Zonais para buscar o diálogo com os beneficiários dos programas sociais, organizar atividades de convencimento popular e solidariedade social; criar um espaço permanente, vinculado às reuniões do diretório nacional, estaduais e municipais, de discussão política com os artistas simpáticos ao PT; Instituir um Sistema de Transição Geracional, uma frente de centro-esquerda, a politização da arrecadação do PT em campanhas de massas junto à sociedade e ao empresariado, e retomar as Reformas de Base de João Goulart, só que adaptadas ao Brasil de 2015.

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Um PT mais altermundialista, inspirado nos movimentos anti-globalização dos anos 90 e 2000 ou coluna vertebral de uma corrente de massas, como o peronismo na Argentinas? Uma questão a ser debatida no V Congresso.

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