PML: apesar do massacre, memória de Lula persiste

Recebido como chefe de estado pelo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, o ex-presidente Lula desfruta de prestígio internacional incomparável, no momento em que seus opositores reforçam a campanha negativa contra ele, que é potencial candidato à presidência da República em 2018; "o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos", diz Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul"; leia a íntegra

Recebido como chefe de estado pelo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, o ex-presidente Lula desfruta de prestígio internacional incomparável, no momento em que seus opositores reforçam a campanha negativa contra ele, que é potencial candidato à presidência da República em 2018; "o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos", diz Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul"; leia a íntegra
Recebido como chefe de estado pelo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, o ex-presidente Lula desfruta de prestígio internacional incomparável, no momento em que seus opositores reforçam a campanha negativa contra ele, que é potencial candidato à presidência da República em 2018; "o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos", diz Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul"; leia a íntegra (Foto: Felipe L. Goncalves)


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Por Paulo Moreira Leite

Numa tentativa óbvia de lavagem cerebral dos brasileiros, a maioria dos meios de comunicação tem aproveitado a conjuntura de escândalos sucessivos que ela mesma produz em torno da Operação Lava Jato para tentar esconder e diminuir a memória de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular dos presidentes brasileiros.

Mas a memória de Lula persiste — inclusive fora do país. Segundo a agência italiana de notícias, ANSA, o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Milão, inaugurada em 1 de maio, já foi visto por 450 000 pessoas desde a abertura. Prevê-se um aumento da visitação por esses dias, quando Lula estará na Itália, para uma série de encontros, palestras e conferências.

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Situado na entrada da Exposição, com 4 000 metros quadrados de área, o pavilhão do Brasil tem como tema uma síntese das melhorias sociais ocorridas no país a partir de 2003, quando Lula tomou posse no Planalto, e que até hoje intrigam estudiosos e surpreendem cidadãos de vários países: “Alimentando o Mundo com soluções.” Um dos principais eventos internacionais do planeta desde o século XIX, a Exposição Universal é uma promoção que se prolonga por cinco meses, mobiliza um publico realmente gigantesco — em sua última edição, recebeu nada menos que 73 milhões de visitantes — e suas atrações costumam se modificar de acordo com as necessidades de cada momento. Durante um bom período, o foco se encontrava em invenções e novidades tecnológicas. Em 1853, em Nova York, período em que a escravidão era um regime de trabalho inclusive nos Estados Unidos, a Exposição serviu para mostrar elevadores. Em 1855, em Paris, a atração foi a máquinas de costura. Foi na Filadélfia, em 1876, que o imperador Pedro II falou pela primeira ao telefone, reagindo com espanto: “Isto fala!”

Em 2015, quando a recessão é um pesadelo em boa parte do planeta, o desemprego domina o Velho Mundo, e barcos de imigrantes da África cruzam o Mediterrâneo em busca de abrigo, emprego e futuro, o assunto é outro — e isso explica o lugar de Lula na exposição de Milão, para onde ele embarcou nesta quarta-feira. Gostem ou não seus adversários, ele é um dos principais responsáveis pela inclusão da fome na agenda mundial.

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Dias antes da chegada a Itália, Lula publicou nas páginas do Corriere della Sera, o mais importante jornal italiano, um artigo (“Um mundo sem fome e com paz”) escrito em parceria com o assessor e amigo, José Graziano, hoje diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO. “Um mundo sem fome não é um sonho abstrato,” escreveram os dois. “A pobreza e a miséria, dentro dos nossos países ou em outros países, não é um fato inevitável da vida. Podemos, sim, construir um mundo sem fome. E só um mundo sem fome pode nos permitir construir um mundo sem guerras, um mundo de paz.”

A agenda de Lula em Milão prevê, no mesmo local da exposição, a Conferência Magna da Sessão de Encerramento do Fórum de Ministros de Agricultura, convite que por si só é uma prova de prestígio, mas não é só. No sábado ele faz a Conferência McDougall, na abertura da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A Conferência McDougall foi instituída em 1958, em homenagem a Frank L. McDougall, um dos fundadores da organização. (Em 2013, a palestra foi ministrada pelo Prêmio Nobel Amartya Sen). No domingo, Lula participa de um debate promovido pela Prefeitura de Roma.

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Destinado a uma plateia de jovens, o tema da discussão é a mobilização social: “Participar para mudar: empenho civil contra a pobreza e a desigualdade”. Entre um evento e outro, a agenda italiana de Lula previa audiência com o primeiro ministro Matteo Renzi. Ele também iria assistir a recondução de Graziano a direção-geral da FAO, onde o antigo ministro, assessor leal desde os tempos do Instituto de Cidadania, tornou-se candidato único.

Realizado numa conjuntura difícil para o governo Dilma e para o Partido dos Trabalhadores, onde até seus índices de aprovação diminuíram, o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos.

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Também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul. Num país que ao longo da história se habituou a importar diversas modas ideológicas, em particular aquelas que nenhum benefício trouxeram a maioria da população, como o Consenso de Washington, o neoconservadorismo e o Estado mínimo, foi um presidente capaz de assumir outra atitude e colheu outro resultado.

Mostrou aos brasileiros que era preciso encarar e modificar a dura realidade do país em que viviam — e assim ajudou a compreender que também era possível lutar por uma vida melhor em outros lugares.

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Numa cultura onde a afirmação nacional é vista, frequentemente, como uma necessidade, o lugar de Lula tornou-se, em muitos lugares do país, um motivo de identificação e orgulho.

Pensando bem, não é difícil entender porque, quatro anos e seis meses depois de sua saída do Planalto, ele tenha se tornado motivo de massacre e lavagem cerebral. Alguma dúvida?

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