Jaques Wagner: ter 100% do PMDB é ilusão

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que seria “ilusório” o governo contar como apoio de todos do partido. “Há um grupamento que desde 2014 tem definido posição contrária à nossa. Então não temos essa ilusão de, neste momento, trabalhar com 100% do PMDB. Isso não é real e não está no nosso planejamento”

Governador Jaques Wagner apresenta em Portugal oportunidades de investimento na Bahia. Foto Evanise Santos
Governador Jaques Wagner apresenta em Portugal oportunidades de investimento na Bahia. Foto Evanise Santos (Foto: Leonardo Attuch)


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Marcelo Brandão e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil* 

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse hoje (8), após reunião entre a presidenta da República Dilma Rousseff e a equipe ministerial, que não espera um apoio integral do PMDB no Congresso Nacional. Para ele, seria “ilusório” o governo contar como apoio de todos do partido. “Há um grupamento que desde 2014 tem definido posição contrária à nossa. Então não temos essa ilusão de, neste momento, trabalhar com 100% do PMDB. Isso não é real e não está no nosso planejamento”.

Segundo Wagner, o vice-presidente da República, Michel Temer, falou na reunião sobre a necessidade do partido, principal da base aliada, marcar reuniões semanais para o que chamou de “balizamento da bancada” do partido no Congresso, mesmo não havendo unanimidade dentro do PMDB. A presidenta Dilma, inclusive, reforçou a importância dessa articulação.

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Brasília - Entrevista coletiva do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (Valter/Campanato/Agência Brasil)

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse ainda que sentiu “muita unidade” do primeiro escalão do governoValter Campanato/Agência Brasil

“Achei positiva a operacionalização dessa questão. A presidenta disse que nós temos essa batalha, que a agenda principal é a agenda da economia, do crescimento. É importante que a gente fique bem atento a todos os movimentos da oposição, que podem aparecer a qualquer momento”, explicou Wagner, lembrando dos próximos desafios do governo no Congresso, que são a manutenção dos vetos presidenciais e a criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

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O ministro disse ainda que sentiu “muita unidade” do primeiro escalão do governo e que os efeitos da reforma ministerial começaram hoje. “Senti um clima de unidade [na reunião]. A reforma foi para otimizar a operação do governo. Eu considero que a reforma começou a ter efeito no dia de hoje”, disse Wagner. Ele se referiu principalmente a um comprometimento dos ministros com suas bases partidárias no Congresso Nacional.

De acordo com Jaques Wagner, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fez um apelo aos ministros para que cumpram as promessas feitas pelo governo aos parlamentares. Segundo ele, parte da insatisfação da base aliada vem deste problema. "Eu insisto que a complementação dessa reforma é a desobstrução desses acordos feitos com os parlamentares, para que sejam operacionalizados. O deputado diz que foi feito acordo e ele não foi cumprido, por isso não vai lá [no plenário]. Acho que isso [o pedido de Berzoini] vai dar fluidez melhor na nossa relação".

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Nessa segunda-feira, a presidenta Dilma deu posse a dez novos nomes de sua equipe, após anunciar o corte de oito dos seus 39 ministérios. O ministro respondeu de forma firme a pergunta sobre a possibilidade de se mudar novamente a equipe devido à indisciplina de partidos da base. "Está totalmente descartado. Não vamos, depois de um processo tão negociado, discutido, fazer nenhuma avaliação extemporânea".

Jaques Wagner concedeu entrevista à imprensa após a primeira reunião ministerial convocada pela presidenta Dilma Rousseff após anunciar, na semana passada, mudanças em sua equipe. O objetivo do encontro foi pregar unidade e trabalho dos ministros com suas bancadas no Congresso Nacional para evitar derrotas para o governo.

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A avaliação de Jaques Wagner é que as faltas consecutivas de quórum em sessões que avaliariam os vetos presidenciais nesta semana ainda se devem a uma “acomodação do processo da reforma”, e que um processo “tão nobre e especial”, como o do impeachment, não pode ser utilizado como ferramenta de disputa política.

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