O governo que ninguém quer
Diante das denúncias contra Goiás, poucos candidatos a prefeito hoje arriscariam associar sua imagem à do governador durante a campanha deste ano
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Em meio à crise política que envolve o governo de Goiás, como um abraço de bruxa, candidatos a prefeito em diversas regiões do Estado pensam novas estratégias eleitorais. Antes figura onipresente nos palanques da base governista, o governador Marconi Perillo agora está, de certa forma, repelido pelos candidatos a uma cadeira na prefeitura de seus municípios.
Em 2010, durante as eleições para o governo de Goiás, quando Perillo surfava em uma boa popularidade, muitas políticos do interior do Estado investiram bastante na aproximação ao senador que venceria as eleições naquele ano.
O investimento veio em forma de apoio irrestrito à campanha do governador. Politicamente falando, todos esperavam agora, nas eleições municipais, apoio vindo do Palácio das Esmeraldas.
Com a impopularidade alcançando números recordes, supostos envolvimentos com atividades ilegais, deflagrados nas divulgações dos resultados da Operação Monte Carlo, o governo de Goiás tornou-se um fardo pesado para a sua base nos municípios.
Poucos candidatos a prefeito hoje arriscariam associar sua imagem à do governador durante a campanha deste ano: tanto que os pedidos de fotografias, antes uma peregrinação de prefeitos e vereadores ao Palácio das Esmeraldas, não passa agora de uns poucos gatos pingados.
O próprio governador, segundo alguns de seus assessores mais próximos, já manifestou que deverá manter-se afastado das campanhas municipais. Depois do mês de junho, então, até mesmo as grandes cidades saíram de sua agenda de visitas.
O reflexo tornou-se tão negativo que o número de candidatos do partido do governador, o PSDB, foi aquém do previsto. Na capital, Goiânia, dois candidatos da base governista não aparecem nas pesquisas em situação confortável.
Mas é no interior que as campanhas mais temem a possível transferência de desgaste que o governo de Goiás pode causar. Quase que como uma sombra, o simples termo "candidato do governo" já causa um tremendo desconforto, fazendo com que os políticos da "base" protelem no maior tempo possível qualquer proximidade com o Palácio.
Estratégias políticas à parte, candidatos da base do Governo em todo Estado pensam e queimam pestanas em busca de algo que possa recuperar tudo o que foi investido em 2010. Toda a aposta política feita para que o governo de Goiás fosse ocupado por Perillo revelou-se, até o presente momento, uma vitória só da banca. Nenhum apostador parece ter levado as fichas para o caixa.
E como a política dá voltas.
Gercyley Batista é jornalista em Goiânia e mantém o blog Observacionista
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247