O caldeirão dos Cabral: dinheiro, poder e divórcio

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, tem um patrimnio incompatvel com sua renda, como a manso de luxo em Mangaratiba. E agora ele ter ainda que administrar o divrcio com sua ex-mulher e scia Adriana Ancelmo



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Por Claudio Julio Tognolli_247 - O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, dispõe de patrimônio incompatível com sua renda, como a mansão de luxo em Mangaratiba. Seu salário de governador, R$ 17 mil mensais, teria de ser acumulado, continuamente, por 294 meses, ou 24 anos, para que pudesse comprar tal mansão, a ocupar um terreno de 5 mil metros quadrados, e avaliada em RS$ 5 milhões, juntando –se terreno mais valor da construção.

A revelação, da revista Época, ora nas bancas, e que avalia o construto de Mangaratiba em valor menor, R$ 1,5 milhão, apenas coroou um inferno astral (e fiscal) a colocar Cabral dentro daquela catalogação a que seu conterrâneo, o escritor Lima Barreto, dava o nome de “capadócio” (a significar, no dicionário, “trapaceiro, charlatão, malandro”).

Quem faz ponta nesse espetáculo bufo, que é a saga de Cabral como governador reeleito, agora é sua esposa e sócia, Adriana Ancelmo. O governador terá ainda de administrar a separação de Adriana, agora sua ex-mulher, mas ainda sócia. Teme-se que ela dê com a língua nos dentes e leia em voz alta as entrelinhas de documentos oficiais e oficialescos. Como a declaração de bens do governador Cabral.

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Reeleito no primeiro turno, pelo Partido do Movimento Democrático, com 5,2 milhões de votos, ou 66,08% do eleitorado, Sérgio Cabral declarou os seguintes bens à Justiça Eleitoral, omitindo o real valor da mansão de Mangaratiba, que aparece, é óbvio, como tendo custado pífios R$ 200 mil:

Citibank R$ 413,69

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Itau R$ 10.421,09

Itau R$ 6.385,49

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Unibanco Banif Fund R$ 16.752,88

Dinheiro Em Especie R$ 35.000,00

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Imovel Constituido Pelo Sitio Designado Pelo Nº 1-A, Situado No 10º Distrito Do Município De Mangaratiba, Estado Do Rio De Janeiro, Com Acessões E Benfeitorias R$ 200.000,00

Toyota Corolla Se 2006 R$ 70.000,00

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Participacao Societaria Na Scf Comunicação E Participações Ltda Cnpj 28772767000143 R$ 90.000,00

Goldman S Multm Plus 4540 R$ 89.285,26

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Lm Acoes Ibov Star 8569 R$ 48.751,10

Lm Multirenda 3099056 R$ 88.193,14

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Lm Adv Top 29357 R$ 56.173,65

Lm Allocation 5 Mult 1563 R$ 68.446,75

Bnp Prime Di Fi 2460 R$ 63.271,37

Valor total dos bens declarados: R$ 843.094,42

As entrelinhas da declaração acima já são tornadas públicas. A revista Época (http://glo.bo/kOCRVd), por exemplo, estabeleceu que Sérgio Cabral recebeu empréstimos de familiares e assessores para comprar a mansão. Em cinco anos, refere Época, R$ 474.852,17 entraram em sua conta para que erigisse o portento de Mangaratiba.

O novo inferno de Sérgio Cabral é não sua separação, mas o tom em que ela se processa --e aí teme-se aquilo a que os cronistas de plantão batizaram de “efeito Niceia” (em referência a ex-primeira dama da cidade de São Paulo, Niceia Pita). Traída, ela revelou o esquema de corrupção do marido (http://bit.ly/rstMZ4).

Más companhias

Sabe-se que companhias que nivelaram seus destinos com Sérgio Cabral, em suas viagens, desagradaram a hoje ex-esposa Adriana Ancelmo. E olha que as tidas e havidas, pela ex-esposa, como “más companhias”, estavam lá, em suas viagens de júbilo, apenas para deixar Sérgio Cabral mais suave no viver, digamos. O efeito foi não foi incontroverso.

Tudo começa, veja você, no quadro inicial do inferno cármico que é, como se sabe, o de Cabral mandando prender bombeiros. E, quando a Justiça mandou soltá-los, piorando o carma do governador, ele pôde enfim tirar uns dias de folga. A intenção de Cabral era se recuperar da separação da mulher, então não divulgada publicamente. Mas um drama pessoal britou o meio do caminho. A namorada de seu filho mais velho, Marco Antônio Cabral, morreu na queda de um helicóptero em Porto Seguro, na Bahia.

O acidente tornou público um novo flagelo (e prática habitual do governador), que era tomar jatinhos e demais aeronaves, de empréstimo, em suas viagens, do empresário Eike Batista. Segundo a assessoria do Palácio Guanabara, o bilionário cedeu a aeronave para que Cabral, seu filho Marco Antônio e amigos da família, chegassem a Porto Seguro em segurança. Cabral pegou o jato emprestado do empresário Eike, do grupo EBX, para ir à Bahia, em congraçamento dos festejos de aniversário do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, protagonizados em um resort. A queda do helicóptero na Bahia gerou a morte de sete pessoas: Cavendish perdeu a mulher, Jordana, e o enteado, Luca. Fernando Cavendish, o "Rei do Rio" tem na Delta uma das campeãs em obras no estado: a empreiteira assumiu quase 80% do sistema de medição de consumo de água da Cedae, a empresa carioca do setor. A Delta faz parte, por exemplo, do consórcio que irá reformar o estádio do Maracanã, cujo orçamento saltou de R$ 459 milhões para R$ 1 bilhão.

É público que o governo Cabral já desembolsou mais de R$ 1 bilhão a essa Delta de Cavendish. Pelo menos R$ 207 milhões foram gerados de contratos assinados com dispensa de licitação, a chamada “notória especialização” (http://bit.ly/oEURco) . Eike, que emprestou o avião para Cabral, por exemplo, recebeu R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais para a EBX durante a gestão cabralina.

Entrelinhas

Outras entrelinhas das entrelinhas dos bastidores acima já são lidas por aí. Por exemplo: o deputado federal Anthony Garotinho anunciou em seu blog que o governador Sergio Cabral se separou da mulher com os devidos esmeros de capadócio. Segundo o deputado, "a separação não foi nada amistosa e teve direito a barraco com palavrões de ambas as partes e adjetivos ofensivos, tudo impublicável, na frente de seguranças e assessores. Adriana Ancelmo já abriu mão de suas Ajudantes de Ordens e da escolta da segurança a que teria direito. Segundo soube por que não quer que os seguranças de Cabral monitorem a sua vida. Cabral já saiu do apartamento no Leblon, pelo menos temporariamente".

Garotinho disse ainda: "Bem, agora não resta mais dúvida, só os colunistas do jornalismo global estão calados, obviamente ou porque não podem falar do assunto, ou porque não querem irritar Cabral" .

Pessoas ouvidas pelo Brasil 247 referem que a ex-esposa de Cabral anda por aí divulgando facilidades para depois vender dificuldades (para Cabral). A principal delas: o senso de “duplicidade” de Cabral – aliás termo vastamente empregado pelo seu mesmo conterrâneo, Lima Barreto. Adriana acha que Cabral não soube apenas enganá-la: mas embaí-la.

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