Caciques do PSDB preparam extirpação de Serra

Quadros tucanos como o senador Aécio Neves já trabalham com a certeza da derrota de José Serra para Fernando Haddad no domingo 28; resultado quebrará as últimas sentinelas que candidato a prefeito de São Paulo tem no ex-presidente FHC e no governador Geraldo Alckmin; líder nas pesquisas em Manaus, Arthur Virgílio assumirá papel central na reconstrução do partido; projeto de futuro passa pelo sepultamento político do duas vezes candidato a presidente

Caciques do PSDB preparam extirpação de Serra
Caciques do PSDB preparam extirpação de Serra (Foto: Edição/247)


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247 – O dia 27 de outubro de 2012 marcará o renascimento do PSDB. É com essa data e objetivo que trabalham líderes partidários como o senador Aécio Neves e o candidato a prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto. Será também a partir do domingo apontado, data do segundo turno das eleições municipais, que o ex-presidente Fernando Henrique e o governador Geraldo Alckmin irão se reposicionar diante da nova configuração dos tucanos. Em todas as contabilidades políticas internas, um personagem até aqui predominante terá de, necessariamente, ser extirpado do cérebro partidário para que novas artérias se abram: José Serra.

O convívio que sempre foi difícil entre o candidato a prefeito de São Paulo e as demais correntes tucanas, inclusive a paulista, tornou-se impraticável diante das posições políticas assumidas por Serra na atual campanha. Especialmente neste segundo turno. Políticos centristas e liberais como o Aécio e Arthur Virgílio chegam a temer por uma guinada ideológica do PSDB, cuja raiz social-democrata vai sendo podada a enxadas pelas alianças costuradas por Serra com nomes como o Pastor Silas Malafaia, o ex-comandante da Rota paulista Coronel Telhada e posicionamentos frontalmente contrários à diversidade sexual.

No caso da eleição de Serra à principal Prefeitura do País, e com o pendor dele a dominar nacionalmente o partido, além da aliança tácita com o PSD do prefeito paulistano Gilberto Kassab, os tucanos de fora de São Paulo temem que ocorra, em ato contínuo, a desfiguração ideológica da agremiação que ajudaram a fundar, o que provocaria uma diáspora. Eles avaliam que, neste caso, Serra empalmaria o comando com mão de ferro, carregando-a para o lado direito do espectro político.

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A evolução da campanha, no entanto, começa a tranquilizar os opositores de Serra dentro do PSDB. O senador Aécio Neves está sendo o primeiro a disseminar sua avaliação de que, com o atual discurso, a vitória do partido em São Paulo tornou-se muito mais difícil do que já parecia antes. Precisamente porque o elenco de discursos e entrevistas do candidato Serra trombam com o ideário de boa parte das bases partidárias, uma generosa porção da classe média paulistana de feitio liberal e progressista. O ex-governador de Minas tem procurado tranquilizar os que o procuram com críticas à postura do duas vezes candidato a presidente da República pelo partido, garantindo que a vitória, é claro, é do maior interesse da agremiação, mas que, a esta altura dos acontecimentos, mais vale observar a cena do que interferir nela, como o próprio Aécio já fez no passado.

Confirmando-se as previsões dos tucanos anti-serristas, que apostam até mesmo num desempenho dele em segundo turno aquém do volume de votos obtido no primeiro escrutínio, o partido, na visão destes mesmos, estará livre para se atualizar, modelando novo discurso, em torno de líderes como Aécio e Virgílio, sem o tom persecutório imposto desde sempre por Serra. Lembram, a quem os considera pessimistas demais, que, em 2008, o então candidato a presidente Geraldo Alckmin teve menos votos no segundo turno do que na primeira volta da eleição contra Lula.O anti-feitiço, dizem, tem muitos ingredientes para se repetir.

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Nesse quadro, acreditam os tucanos não paulistas, o ex-presidente Fernando Henrique e o governador Geraldo Alckmin estarão entre os primeiros a compreenderem a nova conformação de forças, adequando-se velozmente aos novos tempos. Eles entenderão – principalmente o governador Alckmin, que tem direito a buscar, em 2014, a sua reeleição ao Palácio dos Bandeirantes -- que, se sofrer uma derrota política, e não apenas eleitoral, Serra sairá do pleito paulistano para o ostracismo definitivo no partido que fundou, dominou e tentou asfixiar com um discurso estreito e uma postura exclusivista. Este tipo de derrota será o fim de Serra, cravam.

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