Racha no clã dos Rollemberg

Dependendo dos entendimentos, 2014 poderá trazer Rollembergs em campos opostos na disputa pelo governo do Distrito Federal



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As eleições municipais já se foram. A maioria dos brasilienses nem seu deu conta de como foi o pleito no Entorno. Quem ganhou? Quem perdeu? Pouca gente sabe, pouca gente se importa. Mas numa tradicional família sergipana, há muito radicada no Distrito Federal, as eleições representaram uma ruptura dos laços, se não familiares, pelo menos, político-partidários. Trata-se da família Rollemberg, que tem no senador, Rodrigo, seu nome de maior visibilidade pública, e no primogênito dos irmãos, o jornalista Armando Rollemberg, uma referência no mundo político brasiliense, desde antes da capital ter conquistado sua autonomia política.

Tudo, decorrente de uma candidatura na cidade goiana de Alexânia de um representante da terceira geração dos Rollemberg e que leva o nome do patriarca e do tio. Com as bênçãos do PSB, Armando Rollemberg Neto se lançou candidato a vereador usando apenas a denominação Armando Rollemberg. O mesmo nome que o tio utiliza profissionalmente e politicamente desde os tempos do movimento estudantil no Ciem e na Universidade de Brasília. E para mostrar a concordância interna do partido, o Neto teve ainda o direito de usar o número 40.000. Todos sabem que a dezena cheia de uma agremiação é concedida ao candidato com maior prestígio interno.

Por não ter sido nem consultado previamente, Armandinho – como é conhecido o tio no seio familiar e entre os amigos – ficou possesso. Pressionou os familiares, em especial os irmãos, para que o sobrinho utilizasse outra denominação. Em vão. Tentou junto a Justiça Eleitoral saber como garantir para si o nome público que carrega já há décadas. Ficou ainda mais decepcionado, pois foi informado de que como nunca antes na história deste país ele havia se candidatado a nenhum cargo eletivo, quem tem doravante a primazia de uso da denominação política é o seu sobrinho. Só ele poderá usar nas urnas a identificação Armando Rollemberg.

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Nas urnas, Armando Rollemberg (tio) só disputou eleições sindicais, tendo sido eleito por duas vezes presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj, na década de 1980. Entretanto, participou das lutas pela democratização política do país - e por isso foi preso pelo regime militar -, pelo direito de voto dos brasilienses, foi fundador do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal, participou da reorganização do Partido Socialista Brasileiro – PSB, que tem seu irmão Rodrigo como expoente, e, no passado, já foi alvo de negociações eleitorais em que seu nome era ofertado pelo PSB como vice-governador em alguma chapa do PT.

Diante do fato irreversível, o jornalista Armando Rollemberg tomou uma atitude drástica que chocou setores da família e os próprios colegas. Publicamente, já não mais existe Armando Rollemberg (tio) Ele decidiu deixar de adotar o sobrenome paterno. Agora, se vale do sobrenome materno e se transformou em Armando Sobral. Com direito a novo crachá funcional na TV Senado, onde trabalha, e novo perfil no facebook.

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A ruptura pode ir além. Armando Rollemberg – perdão: Armando Sobral - já pensa em deixar o PSB e ingressar em uma nova legenda para sair a campo em atividades de militância política. Rearticular suas bases, como salienta. Já até sondou como seria a sua recepção na hipótese de uma filiação ao PSOL- DF. O destino político de Armando Sobral deve ser decidido primeiramente numa reunião familiar que vem sendo adiada semana após semana. Dependendo dos entendimentos, 2014 poderá trazer Rollembergs em campos opostos ou, como advertem alguns, tudo pode ser uma estratégia para que Armando Sobral em outra legenda ajude a costurar coligações para fortalecer a candidatura ao GDF de Rodrigo Rollemberg.

O tempo dirá.

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