'Eu no poder'. Sinceramente, Fernando Henrique

Não é novidade que o então presidente Fernando Henrique Cardoso fazia gravações quase diárias durante os oito anos em que esteve no poder; "Deve dar uma dez mil páginas", calcula ele sobre o tamanho da transcrição dos originais; o fato novo é que uma primeira bateria dessas memórias imediatas começa a ser transcrita para o papel; e ele próprio faz a revisão

'Eu no poder'. Sinceramente, Fernando Henrique
'Eu no poder'. Sinceramente, Fernando Henrique (Foto: Daniel Marenco)


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247 – Hábito de governantes ciosos de suas próprias memórias, registrar em textos longos, em memorandos ou em narrativas a assessores vivências no poder costuma render documentos históricos. Neste momento, por exemplo, a família do ex-presidente Jânio Quadros cobra do governo de Minas a devolução de grande parte da memorabilia doada pelo ex-secretário presidencial José Aparecido, o que teria sido feito, segundo Tutu Quadros, filha de Jânio, sem autorização da família.

Com o também ex-presidente Fernando Henrique não há o menor risco de uma confusão dessas acontecer. Ao contrário. Notoriamente um homem organizado, FHC nunca escondeu que cultivou a prática de gravar para si mesmo, em fitas cassete que ele mesmo preparava, a sua versão sobre os acontecimentos mais marcantes, para ele, é claro, de seu cotidiano de trabalho na Presidência da República.

"Quando não gravava no mesmo dia, eu fazia referências ao que acontecera nos dias anteriores", explicou ele, numa das diferentes vezes em que falou sobre o assunto, ao médico Dráuzio Varela. "Há, obviamente, referências a pessoas e situações, mas raramente a assuntos pessoais. Eu gravava sempre no Alvorada ou em viagem, geralmente ao final do dia. Jamais contei com a ajuda de terceiros".

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"Deve dar umas dez mil páginas ou mais", calcula FHC. No momento, a maior parte do material faz parte do acervo do Instituto Fernando Henrique, com sede no centro de São Paulo. As fitas estão guardadas sob os cuidados da ao mesmo tempo severa e simpática Danielle Ardaillon, que ocupou a função de responsável pelos arquivos presidenciais também nos tempos do poder.

Fernando Henrique diz ainda não saber o que fará com o conteúdo das fitas, mas admite que uma primeira bateria delas já foi tirada para o papel. "As gravações originais e suas transcrições ficarão disponíveis para que os cortes e correções possam ser cotejados". Ele próprio já leu boa parte desse material.

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Enquanto FHC decide se publica ou não o conteúdo de suas gravações, o que você acha que ele deveria fazer?

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