Gol paga bônus a pilotos por economia de combustível
Para atingir a meta de menos 700 t de combustível por mês, companhia incentiva redução em 40 segundos do tempo de cada voo; medida foi implantada pela Continental nos anos 80, mas descartada dez anos depois por constatar o mau uso dos pilotos
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247 – A companhia aérea de Constantino de Oliveira Júnior, que amargou com um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2012, adotou uma polêmica estratégia para tentar reduzir gastos: o pagamento de um bônus salarial para pilotos que economizarem combustível.
De acordo com um informe interno sobre a nova política da Gol, divulgado pela Folha, a meta é economizar 700 t de combustível por mês – o maior gasto da linha aérea, que representa 43% das despesas. Para isso, seria preciso reduzir em 40 segundos o tempo de cada voo e manter 55,1% dos voos sem atraso.
Com isso, a companhia economizaria R$ 1,9 milhão por mês, dos quais R$ 820 mil serão divididos entre pilotos e comissários. Isso dá 3,3% a mais no salário mensal, para os pilotos; o primeiro pagamento será em julho.
Para atingir a economia, os pilotos podem não acionar o reverso (dispositivo que ajuda a frear) em aeroportos com pistas mais longas, como Cumbica (Guarulhos); pedir ao controle de tráfego aéreo rotas mais diretas entre um destino e outro e descer de maneira mais direta possível da altitude de cruzeiro (12 mil metros) até o pouso.
Essas ações já são aplicadas em outras empresas do mundo todo, como a Lufthansa - sem o pagamento de bônus.
Segundo a Folha, a Continental, hoje incorporada à United, usou o sistema de recompensa em troca de economia entre os anos 1980 e 1990, mas abandonou a ideia por constatar o mau uso da medida pelos pilotos, como voar mais lentamente ou desligar o ar-condicionado da cabine.
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