Ansiedade: Como o nervosismo acaba com o corpo

A ansiedade modifica a percepção da realidade, o sentido do espaço e dos odores. É uma moléstia psíquica que pode acarretar graves consequências. Mas um pouco de exercício físico ajuda a manter controle sobre ela

A ansiedade modifica a percepção da realidade, o sentido do espaço e dos odores. É uma moléstia psíquica que pode acarretar graves consequências. Mas um pouco de exercício físico ajuda a manter controle sobre ela
A ansiedade modifica a percepção da realidade, o sentido do espaço e dos odores. É uma moléstia psíquica que pode acarretar graves consequências. Mas um pouco de exercício físico ajuda a manter controle sobre ela (Foto: Gisele Federicce)


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Por: Equipe Oásis

Pelo menos 16% das pessoas sofre ou já sofreu de alguma forma de ansiedade, pelo menos uma vez na vida. Segundo a moderna psicologia, trata-se de uma herança dos nossos antepassados pré-históricos. Para eles, a ansiedade era indispensável para prever e prevenir os perigos de um mundo extremamente hostil, no qual o perigo se escondia atrás de cada árvore, de cada pedra. Estas são algumas curiosidades científicas a propósito desse estado mental muito comum nos dias que correm, quando a agitação e as complexidades do mundo revelam-se extremamente propícias à criação de estados ansiosos nas pessoas. Os remédios para ansiedade constituem agora um dos filões mais lucrativos da indústria farmacêutica internacional.

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1. Números
Calcula-se que cerca 16/17% das pessoas teve alguma manifestação de ansiedade pelo menos uma vez na vida. Cerca de 5% da humanidade sofre de ansiedade patológica. As mulheres mais do que os homens. Trata-se de uma das moléstias psíquicas mais comuns nos dias que correm.

2. As mil e uma caras da ansiedade
Existem diversos tipos de distúrbio ansioso. Alguns são caracterizados pelo medo a objetos ou animais, outros pelo medo de se encontrar em determinadas situações sociais, outros ainda se baseiam no medo de certos sintomas físicos. Outros distúrbios de ansiedade podem envolver obsessões e rotinas repetitivas, ou repetição de pensamentos preocupantes.

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3. Nossa necessidade de espaço
Todos tendemos a delimitar o espaço ao redor de nós, criando uma fronteira invisível que ninguém deve ultrapassar. Em condições normais, o alarme soa se alguém se aproxima a menos de 20/40 centímetros do nosso rosto sem "autorização". Recentemente, os pesquisadores italianos Chiara Sambo e Gian-Domenico Iannetti descobriram que as pessoas ansiosas precisam de mais espaço do que o normal (seu estudo foi publicado no Journal of Neuroscience).

4. Vertigens
Quem sofre de formas graves de ansiedade com frequência tem problemas de equilíbrio. Às vezes sente vertigens sem causa ou razão definida e sente dificuldade para manter o equilíbrio quando está parado. Um estudo feito pela Universidade de Tel Aviv, em 2009, já demonstrara que curando os problemas de equilíbrio nas crianças ansiosas, atenuavam-se também os sintomas da ansiedade.

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5. Estratégias úteis
Segundo uma pesquisa publicada em agosto pela revista científica Emotion, um dos melhores modos para reduzir a ansiedade é ler e interpretar as situações de modo diverso, utilizando um mecanismo mental conhecido como reavaliação cognitiva. O exemplo clássico é o do exame ou teste: para não ser tomado pela ansiedade, melhor chamá-lo "vistoria"", ou "pesquisa", ou simplesmente "quiz" (teste em forma de passatempo, em inglês) e passar a considerá-lo como atividade divertida.

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6. A expressão facial pode ser má conselheira
Uma equipe de pesquisadores capitaneada pelo professor Chris Fraley chegou à conclusão que as pessoas muito ansiosas tendem a tirar conclusões apressadas e frequentemente equivocadas ao julgar as expressões faciais dos interlocutores. Segundo Fraley, "essa alta sensibilidade perceptiva é um dos motivos pelos quais as pessoas muito ansiosas com frequência experimentam relações conflituosas: elas tendem a tirar conclusões erradas sobre os estados emotivos e as intenções dos outros". Quer saber o que geralmente existe por trás da pessoa briguentas, comumente chamadas de encrenqueiras? Um estado de profunda ansiedade.

7. Meditar faz bem
Em 2013, mais um importante estudo (Neural correlates of mindfulness meditation-related anxiety relief, di Fadel Zeidan), confirma que as práticas de relaxamento, meditação e técnicas como a ioga podem ser importantes redutores da ansiedade. Mas existem também outros redutores: a ansiedade é inversamente proporcional à atividade cerebral associada com a regulação cognitiva. Quinze voluntários, sem experiência de meditação, participaram de 4 sessões meditativas da modalidade conhecida como mindfulness (uma forma de prestar atenção às coisas) de vinte minutos cada uma. A taxa de redução da ansiedade obtida no decorrer dessas sessões foi de 39% (as aferições foram efetuadas com ressonância magnética cerebral).

8. Ansiedade hereditária
Um dos principais fatores que predispõem à ansiedade é de tipo hereditário. Outro fator fundamental também tem a ver com os genitores: depende do comportamento do pai e/ou da mãe. As crianças, segundo alguns psiquiatras da Universidade John Hopkins de Baltimore (EUA), têm maiores probabilidades de se tornarem ansiosas quando seus pais as criticam diretamente, ou quando mostram dúvidas a respeito dos filhos ou são emotivamente frios em relação a eles.

9. O exercício físico reduz a ansiedade
Bastam 30 minutos diários de exercícios aeróbicos de intensidade moderada (por exemplo um passeio em bicicleta) para que haja uma importante redução do nível de ansiedade e um incremento do estado de tranquilidade (isso foi demonstrado por várias pesquisas modernas, notadamente uma pesquisa mais recente efetuada na Universidade de Maryland, EUA). Mas praticar regularmente um esporte costuma produzir um efeito redutivo ainda mais importante e duradouro. É certo que a atividade física praticada com método contribui para a redução da reação ansiosa diante de situações estressantes.

10. Odores
À medida que aumenta a ansiedade, aumenta também a nossa capacidade de reconhecer os odores desagradáveis. Isso foi descoberto por pesquisa levada a cabo pelos psicólogos Elisabeth Krusemark e Wen li, a partir de baterias de experiências com uma equipe de 14 voluntários. Essa característica poderia ter um aspecto positivo, já que nos ajudaria a reconhecer a tempo algum perigo. Infelizmente, segundo o mesmo estudo, os indivíduos ansiosos tendem a classificar como ruins também os odores neutros.

Existe uma ligação entre a ansiedade e as úlceras?

Esta é uma hipótese velha de muitas décadas que agora retorna com toda a força. Tempos atrás se pensava que o estresse e a ansiedade causassem a úlcera. Mas a descoberta de uma bactéria, a Helicobacter pylori, que causa lesões no estômago, deixou essa hipótese em segundo plano. Uma recente pesquisa epidemiológica nos Estados Unidos trouxe de novo à tona a ligação entre úlcera e estresse. A pesquisa descobriu que os indivíduos que sofrem de ansiedade generalizada têm muito mais probabilidade de manifestar úlceras. Além disso, esses mesmos pesquisadores perceberam que a gravidade e o tamanho das úlceras são diretamente proporcionais ao grau de ansiedade do doente.
Como esse estudo era apenas de epidemiologia, não foram aprofundados os estudos sobre as causas, mas os dois cientistas autores dessa investigação, ambos pertencentes ao Departamento de Psiquiatria da Universidade da Califórnia em San Diego, pensam em quatro cenários. Poderia ser a ansiedade generalizada a causadora da úlcera; ou então, inversamente, poderia ser a presença de uma úlcera o que leva a um estado de ansiedade; ou um fator ambiental poderia ser a causa das duas patologias; ou, enfim, os ansiosos poderiam ser mais propensos a manifestar úlceras. Tudo isso não contesta a teoria da bactéria Helicobacter como principal causadora da úlcera, mas ajuda no aperfeiçoamento da pesquisa, levando em conta inclusive os fatores psicossomáticos como origem das lesões do estômago.

 

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