Marius, vítima da nossa arrogância: A jovem girafa foi sacrificada no zoo de Copenhague

Marius era perfeitamente sadio, e mesmo assim foi abatido com um tiro na cabeça. Foi a seguir desmembrado publicamente e dado como comida aos leões. Motivo: o seu DNA. Ele era consanguíneo das girafas fêmeas que habitam o maior zoo da Dinamarca

Marius era perfeitamente sadio, e mesmo assim foi abatido com um tiro na cabeça. Foi a seguir desmembrado publicamente e dado como comida aos leões. Motivo: o seu DNA. Ele era consanguíneo das girafas fêmeas que habitam o maior zoo da Dinamarca
Marius era perfeitamente sadio, e mesmo assim foi abatido com um tiro na cabeça. Foi a seguir desmembrado publicamente e dado como comida aos leões. Motivo: o seu DNA. Ele era consanguíneo das girafas fêmeas que habitam o maior zoo da Dinamarca (Foto: Gisele Federicce)


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Marius, poucas horas antes de ser sacrificado com um tiro na cabeça desferido por um veterinário do zoo de Copenhague

 

Por: Luis Pellegrini

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Marius era uma jovem girafa macho de apenas 18 meses, totalmente sadia, muito mansa e inteligente. Sua história começou no zoológico de Copenhague, Dinamarca, onde ele nasceu, e agora está correndo o mundo. O seu sacrifício, ocorrido há poucos dias, testemunha até onde pode chegar a arrogância dos homens, que se sentem donos do direito de aprisionar animais provenientes de muito longe, para depois, com total brutalidade e descaso, livrar-se deles quando as jaulas já não são suficientes.

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Um dia antes de morrer, Marius caminhava livre no recinto das girafas

Não surpreende, no entanto, que essa história macabra tenha acontecido justamente na Dinamarca. As leis do país permitem que todos os anos, no arquipélago dinamarquês das Ilhas Faroe, centenas de baleias-pilotos sejam conduzidas às praias para serem massacradas a golpes de facão pelos moradores dessas ilhas. Um show de horror que foi matéria de capa em Oásis 152.

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Marius, já morto, é exibido aos visitantes do zoo dinamarquês

Execução macabra

Apesar dos protestos de vários ambientalistas e de inúmeras petições internacionais para lhe salvar a vida, Marius foi abatido com um tiro de pistola na cabeça. Os diretores do zoológico dinamarquês não lhe concederam sequer a “graça” de uma injeção letal, pois “ela iria envenenar sua carne”.

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A carcaça do animal foi logo em seguida seccionada durante uma autopsia pública feita diante de dezenas de visitantes do zoo – muitos deles crianças pequenas – e a maior parte de sua carne foi dada aos leões. “Seria uma tolice jogar no lixo algumas centenas de quilos de boa carne”, disse Bengt Holst, diretor científico do zoo de Copenhague, que também se declarou “muito surpreso diante do clamor que a morte de Marius suscitou”.

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Diante de uma grande plateia, onde não faltam crianças, o corpo da girafa Marius está prestes a ser esquartejado

Alguns genes indesejáveis

A decisão de se desfazer da girafa foi tomada, dizem os responsáveis pelo zoológico, “em consonância com algumas normas europeias destinadas a evitar a consanguinidade no grupo de girafas”. Haveriam no zoo de Copenhague demasiadas girafas com a mesma herança genética. “Essa espécie se reproduz muito bem e existe um excesso de animais que não podem ser incluídos na cadeia genética sem causar problemas de consanguinidade”, explica Holst. O diretor diz ainda que o patrimônio genético de Marius já é “bem representado” no interior do zoo.

Os pedaços do corpo de Marius foram atirados aos leões e tigres do zoo de Copenhague


Marius, portanto, ao chegar à idade adulta, não deveria cruzar com alguma fêmea desse zoo, pois ela teria o seu mesmo patrimônio genético. Mas seria esse motivo suficiente para matá-lo? Marius poderia ser solto na África, recuperando a liberdade; poderia ser transferido para um outro zoológico – diversos outros parques europeus, entre eles um zoo na vizinha Holanda e o Yorkshire Wildlife Park na Inglaterra, se ofereceram para hospedá-lo; poderia também ser esterilizado. Mas nenhuma dessas hipóteses foi levada em consideração: simplesmente não quiseram que Marius chegasse à idade adulta. Prevaleceram apenas as razões econômicas e burocráticas: matar a girafa era a opção mais barata.

Lembrete: na Alemanha nazista o raciocínio que levou à execução fria e calculada de milhões de pessoas nas câmeras de gás não era muito diferente dessa “lógica” que levou à morte a jovem girafa Marius.

Vídeo: O sacrifício de Marius

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