Brincar na neve, aos pés do vulcão: No Chile, Pucón se afirma como destino para brasileiros

Quando chega o inverno os brasileiros se lembram dos destinos de neve clássicos do Chile e Argentina: Termas de Chillán, Portillo, Valle Nevado, Las Leñas, Bariloche. Mas é bom lembrar que existe Pucón. Situado ao lado do Vulcão Villarica, o vilarejo é o novo point dos que amam um bom mix de aventura, sossego, boa gastronomia e esplendor natural

Quando chega o inverno os brasileiros se lembram dos destinos de neve clássicos do Chile e Argentina: Termas de Chillán, Portillo, Valle Nevado, Las Leñas, Bariloche. Mas é bom lembrar que existe Pucón. Situado ao lado do Vulcão Villarica, o vilarejo é o novo point dos que amam um bom mix de aventura, sossego, boa gastronomia e esplendor natural
Quando chega o inverno os brasileiros se lembram dos destinos de neve clássicos do Chile e Argentina: Termas de Chillán, Portillo, Valle Nevado, Las Leñas, Bariloche. Mas é bom lembrar que existe Pucón. Situado ao lado do Vulcão Villarica, o vilarejo é o novo point dos que amam um bom mix de aventura, sossego, boa gastronomia e esplendor natural (Foto: Gisele Federicce)


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Panorama que se descortina do Alto do Vulcão Villarica.

 


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Texto e fotos: Jaime Bórquez, desde Pucón, Chile

 

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Um grande escritor chileno, Benjamín Subercaseux, escreveu “Chile, ou uma louca geografia”. O livro é polêmico, porém mostra uma grande verdade: poucos países tem a força doida dos contornos chilenos. Pucón é uma amostra disso. A cidade tem, por um lado, a mítica cordilheira dos Andes; pela frente, a beleza do lago Villarrica; pelas costas, a imponência do vulcão de mesmo nome.

No Chile há 2 mil vulcões, 500 deles em atividade, e o Villarrica é o primeiro da lista. O vulcão hipnotiza todos os que visitam Pucón, cuja forma lembra os vulcões que as crianças desenham, um cone com a ponta cortada e dele saindo um tufo de fumaça. Igual ao Monte Fuji, no Japão, o Villarrica tem neves eternas em sua parte superior, o que o faz ainda mais cativante. Ele é o cartão postal dessa aconchegante cidade turística chilena, mas seria uma injustiça dizer que é sua única atração.

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O Lago Villarica. Ao fundo, o vulcão de mesmo nome está em erupção permanente

 

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Tudo em matéria de esporte-aventura

 

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Pucón é considerada a capital chilena do turismo outdoor, mas não precisamente de esportes extremos, já que a maioria das atividades que podem ser realizadas aqui são para curtir em família em praticamente todas as estações do ano. Há rafting, caiaque, arvorismo, caminhadas, trilhas para mountain bike, atividades aéreas como parapente e pára-quedismo, vôos panorâmicos, pesca esportiva, golfe e, claro, no inverno esportes como o esqui e o snowboard e, por que não, a guerra com bolas de neve! As pistas são excelentes para todos os níveis de esquiadores e a temperatura  é super agradável em dias ensolarados. Cafeterias, restaurantes e lojinhas abrigam a galera na hora do descanso ao som de boa música.

 

Escalada em parede de gelo nas encostas do Vulcão Villarica, em Pucón

 

Pucón fica 789 quilômetros ao sul de Santiago. Por enquanto, não é um destino muito conhecido no Brasil, possivelmente porque as empresas de turismo brasileiras não se interessaram por ele e os empresários de Pucón tiveram que optar pela venda direta. Ruim para os operadores brasileiros, bom para o passageiro que tem na cidade valores bem mais em conta que em outros centros invernais do Chile.

 

O rafting, canoagem nas corredeiras do rio Trancura, é um dos muitos esportes de emoção que podem ser vividos na região

 

Mas Pucón não foi sempre um destino desconhecido pelos brasileiros. Há uns 20 anos atrás, acredite, houve vários voos charters do Rio de Janeiro e de São Paulo diretos para Pucón. E eram voos lotados. Hoje, chegar até lá é um pouco mais complicado. De São Paulo ou Rio até Santiago são quase quatro horas de voo, e daí se tem uma conexão até Temuco, mais uma hora de voo. Depois, por terra até Pucón são 112 km, ou 2,30 horas. Mas a paisagem dessa viagem compensa e o destino final mais ainda. O curioso é que Pucón tem uma pista na qual podem descer aviões do tipo Boeing 737 e mesmo assim não há voos comerciais para lá. Mas, se você for dono de um jatinho, esqueça Temuco e rume direto a Pucón. Se a paisagem é maravilhosa por terra, imagine do ar!

 

Visão do interior profundo da cratera do Vulcão Villarica.

 

Lavas fumegantes no fundo da cratera

 

O bom de Pucón no inverno e que nem tudo gira em torno da neve. Se você for nas estações de esqui do cone sul, quase todas têm sua existência baseada na presença - ou não - daquela massa geladinha e branca. Pucón é muito parecido com Villa La Angostura ou San Martin de los Andes, na vizinha Argentina. Para esquiar ou fazer guerra com bolas de neve é preciso tomar um veículo e percorrer um pouco mais de meia hora para chegar na montanha. Por tanto, se você só quer esquiar, Pucón não será sua praia perfeita. Mas se quiser desfrutar com a família, tanto da neve como de bons restaurantes, de piscinas termais, de excelente spa, e de muitos outros passeios, certamente não vai se arrepender da viagem. Em tempo: daqui sai a nova “travessia dos lagos andinos”, rota turística que une o Chile com a belíssima cidade argentina de San Martin de los Andes. Mas disso falaremos um pouco mais adiante.

 

As subidas a pé até o cume do Vulcão Villarica são feitas em grupos acompanhados por guias especializados

 

A visita mais excitante talvez seja a subida à cratera do Vulcão Villarica. Não, não é preciso ser um grande alpinista (ou, neste caso, andinista). Basta que a forma física resista a uma boa caminhada morro acima. Mas na empreitada é necessária a presença de um bom guia e se assegurar que a empresa (há várias) que o está levando tenha um bom equipamento. A começar pelos “crampones”, que são una espécie de garra que se coloca nos sapatos para não escorregar no gelo, e um bastão de apoio. Essas peças facilitam muito a chegada ao topo do vulcão, que está a 2.847 metros acima do nível do mar.

 

Na beira da cratera, o panorama é de tirar o fôlego.

 

Na excursão à cratera do Vulcão Villarica há uma regra que jamais deve ser desrespeitada: nunca se afaste do grupo e sempre siga o caminho que o guia indica. Por tudo isso, não faça essa subida por conta própria, em hipótese alguma. Os experts em escaladas sempre dizem: a montanha é traiçoeira, não brinque com ela. Tudo isso levado em conta, a experiência de estar na boca da cratera olhando a lava incandescente lá embaixo é única e inesquecível. Todos chegam lá um tanto ofegantes, mas depois afirmam que o esforço valeu a pena.

 

 

Várias cavernas podem ser visitadas nas encostas do Villarica.

 

Aula no interior das cavernas do vulcão

 

Em Pucón, outra atividade que rouba as atenções é o rafting no rio Trancura.  Os entendidos dizem que é rio grau 2 e 3 no seu lado baixo, ou seja, seus rápidos são um pouco acima da média, mas a atividade pode ser realizada por pessoas a partir dos doze anos de idade. As paisagens que o pessoal desfruta a partir do rio constituem um espetáculo à parte, sempre tendo o vulcão Villarrica como testemunha.

 

Nos meses de verão, as praias do Lago Villarica enchem-se de banhistas.

 

Mas, se você não gostar de água e preferir permanecer em terra firme, uma excursão leve e muito interessante é conhecer as cavernas vulcânicas, nas encostas do Villarrica. Aqui se recebe, ao vivo e em corres, uma verdadeira aula sobre a atividade dos vulcões. Sem esquecer que você estará caminhando sobre o lombo do vulcão mais ativo de todo o Chile! Possivelmente, você nunca encontrará uma ocasião melhor para escutar o “som do silêncio” e uma escuridão mais total do que a que existe no interior dessas cavernas! Essas e várias outras emoções poderão ser descobertas e vividas entrando em contato com Sol y Nieve, a mais antiga - e séria - empresa de turismo de aventura em Pucón: www.solynievepucon.cl

Pucón tem hoje cerca de 22 mil habitantes, mas nas temporadas de esqui essa população aumenta de 30%. No verão, ela simplesmente triplica, os turistas lotam os hotéis, pousadas e apartamentos em locação.

 

Os arredores de Pucón são perfeitos para as longas caminhadas.

 

Pucón, no entanto, não é só adrenalina. A localidade possui um bom comércio, danceterias, bares transados, cafés e restaurantes com lareiras que nos convidam a sentir o aconchegante clima dessa cidadezinha de montanha. Durante o dia, desfrute de um passeio pela zona rural, a pé, a cavalo, de bike ou até mesmo de auto. Essas andanças são imperdíveis, particularmente durante os meses de outono, quando as paisagens bucólicas formadas por extensos campos exibem todos os tons do amarelo, do laranja e do vermelho. Não a toa celebridades como Leonardo Di Caprio e Gisele Bundchen já  se refugiaram em Pucón para descansar e fugir dos paparazzi.

 

Paisagens deslumbrantes vão sendo descortinadas durante as caminhadas nos arredores de Pucón.

 

Para quem procura uma hospedagem central,  discreta e bem especial, aqui vai uma dica:  o Hotel Boutique Patagonia Pucón. Focado na sustentabilidade, ele fusiona o estilo country e a modernidade. Fica em pleno centro de Pucón, a poucos passos da rua que concentra os mais típicos restaurantes e muito perto do cassino e da praia (sim, o Lago Villarica possui uma linda praia, cheia de banhistas nos meses quentes). Seu desenho integra detalhes de construção típica de montanha, como pedras e madeiras, próprios da etnia indígena mapuche, que povoa a parte norte da Patagônia Chilena.

 

Petiscos nos restaurantes de San Martin de los Andes.

 

O café da manhã no bufett artesanal conta com uma gama de produtos típicos da região lacustre, que tem sido delicadamente preparados nas comunidades de Pucón, de raízes nativas. O hotel dispõe de 16 amplas  e confortáveis habitações. Todas foram especialmente desenhadas combinando elegância, qualidade de serviço e alta tecnologia, como fechadura eletrônica, calefação central, cofre, wi-fi, tv full HD, frigobar. Sem falar no ponto mais forte: a atenção personalizada ao cliente. Confira: www.hotelpatagoniapucon.cl


Pátio interno do Hotel Butique Patagonia Pucón.


Para quem deseja uma estadia em grande estilo, a opção é o Villarrica Park Lake, um hotel que faz parte da famosa cadeia internacional The Luxury Collection - o que já é um argumento suficiente para assegurar que o lugar é, simplesmente, o melhor da região. Ele está na estrada entre a cidade de Villarrica e Pucón, debruçado na orla do lago Villarrica. A paisagem entra majestosamente pelas janelas de todas as habitações. O requinte da gastronomia internacional e regional se mostra aos passageiros no restaurante Águas Verdes, onde peixes, frutos do mar e carnes chilenas estão sempre presentes. Destaque especial para o entrecôte de cordeiro de Lonquimay, cidade próxima a Pucón, famosa pela criação de ovinoa. Se desejar ter maior relax, o hotel oferece um spa completo com serviços de cosmetologia, cabelereiro, massagens, tratamentos com pedras quentes e produtos exclusivos trazidos do Mar Morto: www.villarricaparklake.cl

 

O Villarica Park Lake Hotel, certamente um dos maiores e melhores de Pucón.

 

 

Cruzar os Andes rumo à Argentina

 

Pucón significa “Entrada para a Cordilheira”, na língua mapuche. É a porta de entrada para uma das zonas mais ricas em águas termais e reservas ecológicas do país. E é justamente por entre essas entradas da cordilheira que se faz um dos mais exclusivos passeios da região, a travessia até a cidade argentina de San Martin de Los Andes. Durante muito tempo, o chamado Cruce dos Lagos Andinos foi um dos programas turísticos mais vendidos no Brasil. Cruzar a mítica cordilheira dos Andes entre o Chile e Argentina tem esse ar de aventura, onde se mistura natureza, belas paisagens e o plus de estar em dois países numa mesma viagem. O mercado tem hoje mais essa nova e interessante opção que, pelas cidades e paisagens que toca, possui grandes possibilidades de se transformar em top one da temporada. A travessia começa na agitada cidadezinha chilena de Pucón, onde há três noites de estadia, com tempo mais do que suficiente para aproveitar as variadas opções de turismo que ela oferece.

 

A cidadezinha de Pucón mantém abertas o ano todo lojinhas de artesanato local, bares e restaurantes, e lojas de roupas

 

A saída para a Argentina se inicia cruzando a cordilheira andina pelo passo Hua-Hum, margeando os lagos Villarrica, Calafquén, Panguipully e a reserva de Huilo Huilo, com sua bela cachoeira. Assim se chega até Puerto Fuy, onde se embarca na balsa que navega por uma hora e meia até chegar a Puerto Pirihueico. Depois dos trâmites de imigração, passa-se pela alfândega argentina. Logo se embarca na moderna lancha Patagônia 1, com capacidade para 115 passageiros. Pode-se viajar na parte coberta ou sair ao exterior, desfrutando de 365 graus de paisagem andina. Esta é a segunda parte do programa Travessia Navegando Chile Argentina, singrando os lagos Nonthué e Lacar, fazendo uma curta caminhada na ilha Santa Teresita para chegar, após duas horas, na cidade argentina de San Martin de los Andes. A travessia completa dura perto de dez horas. Quando a meteorologia complica, o trajeto se faz tranquilamente pelo  passo Mamuil Malal, que não deixa nada a dever quanto a belas paisagens por entre lagos, rios e as sempre nevadas montanhas andinas.

 

Restaurante regional em San Martin de los Andes

 

No dia seguinte, há tempo suficiente para se conhecer a charmosa San Martin de los Andes e fazer comprinhas. A tarde se inicia a excursão aos Sete Lagos, que percorre os Andes do lado argentino até chegar a Villa La Angostura, uma parada para o café e os chocolates e a viagem continua até San Carlos de Bariloche, onde se tem dois dias para fazer os passeios como Circuito Chico, Cerro Campanário, Ilha Victoria, ou simplesmente sentar num bom restaurante, saborear um bom bife de chorizo acompanhado por um vinho Malbec. Nada poderia ser mais argentino do que isto! Quem desejar, pode retornar ao Chile ou optar pela extensão desse programa, incluindo Bariloche e Buenos Aires, e desde aí voltar ao Brasil.

 

O Villarica é onipresente nas ruas e praças de Pucón.

 

A Travessia navegando Chile e Argentina é uma excelente alternativa para conhecer e admirar os encantos que ocultam os vales da mítica Cordilheira dos Andes, e as cidades de Pucón e San Martín de los Andes, um passeio dois-em-um. E para quem já fez o programa  Lagos Andinos entre Puerto Montt e Bariloche, existe aqui uma nova oportunidade de admirar a beleza da natureza de um outro ponto de vista, por uma região quase desconhecida do cone sul. Confira: www.inoutpatagonia.cl

 

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