Ratos e homens. Uma convivência que já dura 15 mil anos

Nossa relação com os roedores começou bem antes do surgimento da agricultura e da domesticação dos cães e dos gatos. Quando ainda éramos apenas caçadores- coletores (embora já tivéssemos um sistema social e de moradia estável)

Nossa relação com os roedores começou bem antes do surgimento da agricultura e da domesticação dos cães e dos gatos. Quando ainda éramos apenas caçadores- coletores (embora já tivéssemos um sistema social e de moradia estável)
Nossa relação com os roedores começou bem antes do surgimento da agricultura e da domesticação dos cães e dos gatos. Quando ainda éramos apenas caçadores- coletores (embora já tivéssemos um sistema social e de moradia estável) (Foto: Luis Pellegrini)


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Por: Equipe Oásis

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Fonte: Site www.luispellegrini.com.br


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Você acha que os companheiros mais antigos do homem são os cães, os gatos e os cavalos? Engano. São os ratos. Há cerca de 15 mil anos, sempre que o homem chega com seus estoques de comida, chegam também os ratos. A tal ponto que os historiadores agora se baseiam na nossa controvertida relação com esses pequenos animais para reconstruir uma “história da agricultura” e as etapas que pouco a pouco nos transformaram em uma espécie sedentária.

Tradicionalmente situa-se a colonização das comunidades humanas por parte dos ratos aos tempos iniciais da difusão da agricultura, há cerca 10 mil anos: teria sido nesses tempos que os roedores começaram a se aproveitar das nossas provisões guardadas nos celeiros. Mas uma pesquisa publicada no PNAS revelou que essa vantajosa relação nasceu muito antes, entre 15 e 20 mil anos.

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Molares fósseis

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Thomas Cucchi, arqueólogo da Universidade de Aberdeen (Escócia) e Lior Weissbrod (Universidade de Haifa, Israel), analisaram centenas de dentes de ratos provenientes de 5 diferentes sítios habitados pelos Natufianos, uma sociedade de caçadores-coletores do período Mesolítico que floresceu entre os 12.500 e os 9.500 anos antes de Cristo em uma região do Médio Oriente conhecida como Levante, que compreende parte das modernas Chipre, Síria, Israel, Jordânia, Líbano e Palestina.

Provisões à disposição 

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A presença de ratos selvagens ou domésticos foi usada como “termômetro” do grau de sedentarismo daquela população. Escavações efetuadas em sítios arqueológicos que remontam a até 200 mil anos permitiram trazer à luz apenas dentes pertencentes ao rato da Macedônia (Mus macedonicus), uma espécie selvagem. Mas a partir de 15 mil anos atrás, todos os molares analisados pertencem ao rato comum ou doméstico (Mus domesticus), aquele que até hoje vive nas proximidades das nossas casas.

 

 

Não por acaso, naquele período, os natufianos começaram a viver estavelmente em casas circulares feitas de barro e pedras, em uma fase semi-sedentária na qual recolhiam farro e orzo selvagem, caçavam cervos e javalis, mas já conservavam alimentos e produziam lixo.

Nova oscilação 

Há cerca 13 mil anos, os natufianos atravessaram uma fase de transição, com habitações menores e temporárias. Os dentes murinos (um tipo de molar) daquele período são, novamente, prevalentemente selváticos. A partir daquela época, até 10 mil anos atrás, com o surgimento da agricultura, observa-se uma prevalência e depois uma totalidade de molares de rato doméstico.

 

 

O estudo demonstra que sedentarismo e agricultura podem se desenvolver por caminhos independentes, embora ambos frequentemente coincidam. Sobretudo, aqueles primeiros ratos afortunados viveram durante muito tempo uma existência tranquila: a domesticação dos gatos só aconteceu depois, há cerca de 9.500 anos.

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