Dornelles pode estar na mira da Zelotes

O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), pode ser uma das peças-chave das investigações de esquema bilionário de fraude em pagamento de impostos que está sendo investigado na Operação Zelotes; reportagem da revista Época detalha o histórico de manobras feito por um ex-assessor de Dornelles para que o PP deixasse de pagar impostos e multas aplicadas ao partido, por exemplo por causa do chamado 'mensalão'

O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), pode ser uma das peças-chave das investigações de esquema bilionário de fraude em pagamento de impostos que está sendo investigado na Operação Zelotes; reportagem da revista Época detalha o histórico de manobras feito por um ex-assessor de Dornelles para que o PP deixasse de pagar impostos e multas aplicadas ao partido, por exemplo por causa do chamado 'mensalão'
O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), pode ser uma das peças-chave das investigações de esquema bilionário de fraude em pagamento de impostos que está sendo investigado na Operação Zelotes; reportagem da revista Época detalha o histórico de manobras feito por um ex-assessor de Dornelles para que o PP deixasse de pagar impostos e multas aplicadas ao partido, por exemplo por causa do chamado 'mensalão' (Foto: Romulo Faro)


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Rio 247 - O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP) - foto, pode ser uma das peças-chave das investigações de esquema bilionário de fraude para pagamento de impostos, que está sendo investigado em decorrência da Operação Zelotes, da Polícia Federal. Reportagem da revista Época deste final de semana detalha o histórico de manobras para que Dornelles e o PP deixassem de pagar impostos e multas aplicadas ao partido por exemplo por causa do chamado 'mensalão'.

Dia 19 de março de 2014, o então senador Dornelles recebeu um e-mail com o assunto 'Processo do Partido – Resultados julgamento CARF'. O remetente, João Batista Gruginski, antigo funcionário de confiança de Dornelles e sócio da consultoria SGR, enviou ao endereço eletrônico dele no Senado dois arquivos em anexo. Um continha uma planilha com as multas fiscais de cerca de R$ 8 milhões, aplicadas ao PP no mensalão por emissão de notas frias.

O outro era uma notícia com a decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), de manter a punição da Receita Federal ao PP. No e-mail, Gruginski explicou o conteúdo dos documentos e discorreu sobre sua capacidade de reverter as decisões do Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

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É o primeiro documento revelado que dá a real extensão do envolvimento do PP no caso. Gruginski copiou, na mesma mensagem, seu sócio e ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, e Ermeto Antônio Cembranel, ex-conselheiro fiscal do PP. Cinco meses depois, o partido entrou com um recurso no Carf para reduzir as multas do mensalão.

Tudo se encaminhava para que a turma do ex-funcionário de Dornelles anulasse a multa, até que a Polícia Federal atrapalhou os planos do PP. No fim de março, Gruginski, a consultoria SGR e seu sócio José Ricardo se tornaram os principais alvos da Operação Zelotes. A ação desmantelou um esquema de pagamento de propina de grandes empresas para influenciar decisões no Carf que somavam R$ 19 bilhões.

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Não apenas grandes empresas. Os serviços prestados pelos sócios da SGR ao PP também estão sendo investigados. É a primeira conexão política que surge no esquema do Carf. Além do 'mensalão' e do esquema de propina em contratos com a Petrobras (Operação Lava Jato), o PP agora também é protagonista na Operação Zelotes.

Gruginski, o ex-assessor de Dornelles, é apontado como suspeito pela PF de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Seus sigilos foram quebrados durante a investigação. A PF descobriu que ele redigia votos dos conselheiros, sempre favoráveis às empresas que contratavam seus serviços de consultoria. Os policiais pediram a prisão dele, mas a Justiça não a autorizou. Os investigadores consideram a SGR, empresa de Gruginski, a central de pagamentos de propina do esquema.

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O envolvimento do PP na Zelotes chamou atenção de investigadores. Somente a SGR, de Gruginski e José Ricardo, movimentou em suas contas bancárias mais de R$ 115,5 milhões entre janeiro de 2005 e dezembro de 2013. Entre junho de 2011 e janeiro de 2012, Gruginski recebeu seis transferências da SGR, totalizando R$ 1,5 milhão.

No relatório, a PF ressaltou que o período é o mesmo em que o grupo recebeu R$ 12 milhões da RBS pela atuação no Carf. Outro fato que chama a atenção dos investigadores é a quantia de dinheiro vivo sacada das agências bancárias. A PF suspeita que os pagamentos das propinas da SGR foram feitos por Hugo Rodrigues Borges, funcionário de uma empresa da família de José Ricardo. Ele realizou 21 saques em dinheiro vivo no valor total de R$ 3,6 milhões.

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"É de espantar que esse esquema no Carf tenha durado tanto tempo", diz o procurador da República Frederico Paiva, responsável pela investigação e coordenador do núcleo de combate à corrupção no Distrito Federal.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal estão negociando um acordo de delação premiada com dois dos principais suspeitos: Jorge Victor Rodrigues, ex-conselheiro do Carf e sócio da consultoria SBS, e Paulo Roberto Cortez, conselheiro do Carf. Os dois disseram que estão dispostos a colaborar com a investigação, mas até agora não assumiram oficialmente o compromisso de contar o que sabem.

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