Morre única sobrevivente da Casa da Morte

Inês Etienne Romeu morreu nesta segunda-feira aos 72 anos de idade; ela passou cerca de dois meses na casa, onde foi barbaramente torturada, violentada e presenciou vítimas da ditadura militar serem torturadas e mortas

Inês Etienne Romeu morreu nesta segunda-feira aos 72 anos de idade; ela passou cerca de dois meses na casa, onde foi barbaramente torturada, violentada e presenciou vítimas da ditadura militar serem torturadas e mortas
Inês Etienne Romeu morreu nesta segunda-feira aos 72 anos de idade; ela passou cerca de dois meses na casa, onde foi barbaramente torturada, violentada e presenciou vítimas da ditadura militar serem torturadas e mortas (Foto: Gisele Federicce)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

A única sobrevivente do centro clandestino de tortura Casa da Morte, de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Inês Etienne Romeu, morreu hoje (27) aos 72 anos de idade. Inês passou cerca de dois meses na casa, onde foi barbaramente torturada, violentada e presenciou vítimas da ditadura militar serem torturadas e mortas.

Inês nasceu em Pouso Alegre (MG), mas se mudou para São Paulo ainda na juventude, quando entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Foi presa e sequestrada em maio de 1971, em São Paulo. Graças à luta da família e dos advogados, Inês foi entregue à Justiça e condenada à prisão perpétua, que a livrou da prisão clandestina. Ela foi também a última presa política da ditadura militar libertada no Brasil, oito anos depois, em 1979, pela Lei da Anistia. Em 2009, recebeu o Prêmio Direitos Humanos, na categoria Direito à Memória e à Verdade, entregue pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

continua após o anúncio

Inês ajudou as comissões da Verdade na busca do paradeiro de presos políticos desaparecidos e na identificação de torturadores. Em seu depoimento, ela relatou ter sido obrigada a cozinhar nua, na frente dos carcereiros, e ter sido estuprada duas vezes por um deles. Inês Etienne identificou nove militantes de esquerda assassinados, segundo ela, na Casa da Morte.

Em 2003, aos 61 anos, Inês foi atacada por um marceneiro contratado para um serviço doméstico, com vários golpes na cabeça, o que a deixou com limitações neurológicas. O marceneiro nunca foi identificado. Atualmente, ela morava em Niterói, região metropolitana do Rio.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247