Picciani ao 247: PMDB saiu fortalecido com reforma

Deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, nega que houve "derrota" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do PMDB com a derrubada do chamado 'distritão' na reforma política essa semana; "O PMDB defendeu sua posição, tentou fazer a reforma política, a mudança do sistema, e a maioria preferiu manter o sistema atual. O PMDB na verdade saiu fortalecido. Quem votou pelo sistema atual é que perde", declarou; ele defende que a sigla tem "obrigação" de sair com um candidato em 2018, rompendo a aliança com o PT; "O PT pode até ser nosso parceiro. Ou não, se entender que deve ser diferente"

Deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, nega que houve "derrota" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do PMDB com a derrubada do chamado 'distritão' na reforma política essa semana; "O PMDB defendeu sua posição, tentou fazer a reforma política, a mudança do sistema, e a maioria preferiu manter o sistema atual. O PMDB na verdade saiu fortalecido. Quem votou pelo sistema atual é que perde", declarou; ele defende que a sigla tem "obrigação" de sair com um candidato em 2018, rompendo a aliança com o PT; "O PT pode até ser nosso parceiro. Ou não, se entender que deve ser diferente"
Deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, nega que houve "derrota" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do PMDB com a derrubada do chamado 'distritão' na reforma política essa semana; "O PMDB defendeu sua posição, tentou fazer a reforma política, a mudança do sistema, e a maioria preferiu manter o sistema atual. O PMDB na verdade saiu fortalecido. Quem votou pelo sistema atual é que perde", declarou; ele defende que a sigla tem "obrigação" de sair com um candidato em 2018, rompendo a aliança com o PT; "O PT pode até ser nosso parceiro. Ou não, se entender que deve ser diferente" (Foto: Gisele Federicce)


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Gisele Federicce, 247 – A derrubada da proposta que estabelecia um sistema eleitoral majoritário para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores, o chamado 'distritão', foi noticiada nessa última semana como a primeira "derrota" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no plenário da Casa. Ele e o vice-presidente, Michel Temer, defendiam o modelo de votação na reforma política.

Contra a proposta, foram formadas alianças bastante improváveis, como entre PT e PSDB, apenas para que não fosse vencido o sistema em que são eleitos os candidatos mais votados, sem levar em conta os votos para o partido ou coligação. Cunha enfrentou resistência mesmo dentro do PMDB, que rachou na votação: foram 48 votos com Cunha e 13 contra.

Nesse cenário, o líder do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), jogou no time dos que defendiam o distritão. "Esse sistema vai acabar com a eleição de parlamentares sem voto. Ele reaproxima o eleitor da política", defendia o parlamentar, antes da votação. Em entrevista concedida ao 247 após a decisão, ele avaliou que saiu perdendo quem teve a oportunidade de mudar, mas preferiu deixar tudo como está.

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Apesar de filiado ao PMDB, maior aliado do governo no Congresso Nacional, Picciani é crítico do PT e recebeu recentemente o rótulo de "o mais fiel escudeiro de Eduardo Cunha", por apresentar projetos de interesse do presidente da Câmara. Ele foi eleito líder do partido em fevereiro com diferença de apenas um voto, numa disputa contra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Para as eleições de 2018, o deputado é um defensor ferrenho de que o PMDB lance candidatura própria à presidência e, consequentemente, do fim da aliança com o PT, quebrando um jejum de mais de 20 anos (leia mais). "O PMDB, assim como qualquer partido, tem o direito e o dever de apresentar ao País um projeto e um candidato", disse ele ao 247. "O PT pode até ser nosso parceiro. Ou não, se entender que deve ser diferente", acrescentou.

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Sobre as eleições municipais do Rio, Picciani desdenha do movimento chamado 'Frente de Esquerda', liderado pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro – que não conseguiu a reeleição no ano passado. O grupo de petistas quer lançar à Prefeitura o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), com o apoio do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Já o prefeito Eduardo Paes (PMDB) defende a candidatura do peemedebista Pedro Paulo, secretário municipal de Coordenação de Governo. 

Confira os principais trechos da entrevista:

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A votação de terça-feira, que derrubou o distritão, foi uma derrota para o PMDB como um todo?

Não, eu acho que não foi nem para o PMDB nem para o Cunha. O PMDB defendeu sua posição, tentou fazer a reforma política, a mudança do sistema, e a maioria preferiu manter o sistema atual. O que nós avançamos foi que todos se diziam a favor [da reforma política], mas nunca se votava. Essa mística agora está desfeita. Das oportunidades que tiveram para votar, nenhuma atingiu a maioria, então a maioria votou na manutenção do sistema atual. O PMDB na verdade saiu fortalecido, porque tentou fazer a reforma política. Vamos agora continuar discutindo propostas. Quem votou pelo sistema atual é que perde um pouco.

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Mas o distritão era realmente a melhor opção, na sua opinião? Ele não iria favorecer as campanhas mais estruturadas financeiramente?

Na nossa opinião, não. Era o melhor sistema. Primeiro porque era o mais simples de compreensão pelo eleitor. Ele dá mais legitimidade aos mandatos advindos dele. O eleitor acha hoje que vai eleger o mais votado, mas se surpreende quando isso não acontece. Em relação a esse discurso de que favorece as eleições mais caras, eu discordo. E me pergunto: com base em que se chegou a essa conclusão? Temos hoje uma campanha caríssima por diversas razões, hoje temos que fazer chapas artificiais... os partidos deveriam fazer seus debates internos, concentrar seus esforços em lançar candidatos realmente identificados com o partido. Eles não só barateariam o processo como melhorariam internamente o debate político nos partidos. Mas a vontade da maioria não foi essa, então vamos pensar agora como aperfeiçoar o sistema atual.

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Você defende que o PMDB saia com candidatura própria em 2018. Como ficaria a relação com o PT?

O nosso compromisso é o de governabilidade, não deixaremos de votar a pauta da governabilidade. O PMDB, assim como qualquer partido, tem o direito e o dever de apresentar ao País um projeto e um candidato. O PT pode até ser nosso parceiro. Ou não, se entender que deve ser diferente.

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Você sugeriu que eles fiquem com a vice...

Se eles assim desejarem... falo como uma hipótese. Se o PMDB, por duas eleições, já indicou o candidato a vice para uma chapa majoritária do PT, por que numa próxima não pode ser o inverso? O mais importante é que o PMDB construa uma candidatura sólida e discuta com a sociedade.

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E se o candidato for o Lula, qual a chance de o PT topar a vice?

Eu estou mais preocupado com quem vai ser o candidato do PMDB, dos outros partidos eu não estou preocupado.

As recentes denúncias de corrupção estão relacionadas com a vontade do PMDB de romper a aliança com o PT ou é algo que já vinha sendo discutido?

Não tem relação, são fatos distintos. Tem avanços que o Brasil precisa ter e o PMDB deve, pela sua história, pela sua capitularidade, pelo número de prefeitos, governadores, de filiados, tem a responsabilidade de apresentar um projeto para o País.

Sobre as eleições do Rio, você afirmou que o ex-governador Tarso Genro não vai ser o novo Brizola. O que quis dizer com isso?

Se você imaginar que alguém que saiu derrotado do Rio Grande do Sul vai conseguir ter alguma influência aqui no Rio de Janeiro. Bom, isso me parece de uma pretensão muito grande. Mas enfim, não é problema nosso também, o PT escolhe quem são seus aliados, quem são seus representantes, isso não nos causa grande preocupação. Esse fato de querer transformar o Rio em um território dos derrotados do Rio Grande do Sul... o carioca e o fluminense não vão aceitar muito bem.

Quando assumiu como líder do PMDB, você disse que um de seus principais objetivos era trabalhar pela unidade do partido. Houve algum avanço nesses pouco mais de três meses?

Houve grande avanço, o partido tem, na maioria das votações, mostrado bastante unidade, tanto foi assim nas matérias do Congresso, como a terceirização, como nas matérias do Governo... sempre votou majoritariamente, cerca de 80% alinhado.

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