Beltrame defende mais rigor de corregedorias

Secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame critica a critica a cultura policial de "ir para o combate" e defende que a PM deve incorporar conceitos das UPPs e uma atuação mais firme das corregedorias, com processos sumários para casos de corrupção; "As pessoas precisam se sentir fiscalizadas. Nós, hoje, ainda não temos um controle efetivo. Historicamente não se teve e acho que se deixa o policial, de certa forma, muito à vontade para atuar. E acho que aí é que existe a grande falha"; o posicionamento consta em uma entrevista inédita publicada no livro "Polícia e democracia: 30 anos de estranhamentos e esperanças", organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, fala com a imprensa na saída da UPP da Providência.Completam dois anos hoje o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
O secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, fala com a imprensa na saída da UPP da Providência.Completam dois anos hoje o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza (Tânia Rêgo/Agência Brasil) (Foto: Leonardo Lucena)


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Rio 247 – O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, critica a critica a cultura policial de "ir para o combate" e defende que a Polícia Militar deve incorporar conceitos das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e uma atuação mais firme das corregedorias, com processos sumários para casos de corrupção. O posicionamento é parte de ume entrevista inédita publicada no livro "Polícia e democracia: 30 anos de estranhamentos e esperanças", organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Acho que há duas maneiras de agir (contra a corrupção): corregedoria forte e controle sistemático. As pessoas precisam se sentir fiscalizadas. Nós, hoje, ainda não temos um controle efetivo. Historicamente não se teve e acho que se deixa o policial, de certa forma, muito à vontade para atuar. E acho que aí é que existe a grande falha. Não que isso vai resolver, porque a pessoa que é corrupta, e quer se corromper, não adianta — você vê exemplos aí de gente muito mais bem preparada do que policiais e que se corrompem", disse.

"Mas o que nós precisamos é de supervisões sérias, controle, e uma corregedoria rápida. Eu sou muito favorável a mudanças de processos disciplinares, tornando-os sumários", afirmou o secretário, acrescentando ter apresentado uma proposta em Brasília em 2009.

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Ao falar sobre a política de pacificação (hoje são 38 UPPs no estado), Beltrame acredita que é uma oportunidade para a PM mudar sua imagem. "O objetivo da UPP é, por um lado, prover segurança e, por outro, influenciar a mudança de cultura na polícia militar. Acho que, de certa forma, a UPP é uma chance para a PM. É uma chance de mostrar para sociedade que ela sabe fazer polícia comunitária e largar um pouco o fuzil de lado. Eu espero que a UPP "upepize" a PM e não a PM "peemize" a UPP", afirmou.

O secretário disse, ainda, não haver "mais espaço" para o modelo de segurança que com base no enfrentamento. Mas, de acordo com ele, a realidade do Rio, onde traficantes dispõem de armamentos pesados e controlam territórios, dificulta a transição. "O problema é que no Rio vivemos uma situação paradoxal: como mudar a cultura se ainda existem focos onde têm "guerra", disputa de território por criminosos armados?", questionou.

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