Filho de Bolsonaro defende PMs que agrediram juíza

Juíza foi agredida por PMs presos quando fazia fiscalização no Batalhão Especial Prisional – onde apreendeu dinheiro, carne para churrasco e celular; Daniela Barbosa teve a blusa rasgada e precisou deixar o local; diante do ocorrido, o deputado Flávio Bolsonaro fez uma veemente defesa dos agressores

Juíza foi agredida por PMs presos quando fazia fiscalização no Batalhão Especial Prisional – onde apreendeu dinheiro, carne para churrasco e celular; Daniela Barbosa teve a blusa rasgada e precisou deixar o local; diante do ocorrido, o deputado Flávio Bolsonaro fez uma veemente defesa dos agressores
Juíza foi agredida por PMs presos quando fazia fiscalização no Batalhão Especial Prisional – onde apreendeu dinheiro, carne para churrasco e celular; Daniela Barbosa teve a blusa rasgada e precisou deixar o local; diante do ocorrido, o deputado Flávio Bolsonaro fez uma veemente defesa dos agressores (Foto: Roberta Namour)


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Do Pragmatismo Político

A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio de Janeiro, foi agredida por policiais militares presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, na zona norte da cidade, na última semana.

Ela fazia uma fiscalização na unidade prisional, dois meses após suspender temporariamente as visitas íntimas e de familiares aos presos. A medida foi adotada por conta de irregularidades encontradas pela juíza.

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Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, os detentos impediram que ela fizesse a revista em uma das galerias, agredindo-a. Daniela teve a blusa rasgada e foi obrigada a deixar o local, ao qual retornou com policiais militares da equipe de segurança do Tribunal de Justiça e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

O juiz Eduardo Oberg, também da VEP, acompanhou a magistrada no retorno ao Batalhão. Na tarde desta quinta eles tentavam identificar os agressores, que serão transferidos para o Complexo Penitenciário de Bangu 1, na zona oeste.

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“A VEP tem realizado um trabalho exemplar na fiscalização de desvios cometidos por detentos do BEP, apurando supostas mordomias de alguns presos no local. Esta foi a segunda fiscalização feita pela magistrada. Em agosto deste ano, durante uma vistoria, foram encontrados geladeiras, televisões, micro-ondas, videogames, forno de pizza, celular, dinheiro, engradados de refrigerante, churrasqueira, e até uma bateria profissional na unidade”, divulgou o tribunal em nota.

Os agressores foram identificados: Aloísio Souza da Cunha (terceiro sargento), José Luiz da Cruz (terceiro sargento), Aldo Leonardo Ferrari (cabo), acusado da morte de um militar português em abril, e Alan Lima Monteiro soldado, envolvido no caso da morte de um jovem numa favela do subúrbio.

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O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ), filho de Jair Bolsonaro, foi até a unidade e fez uma veemente defesa dos PMs agressores (vídeo abaixo), afirmando que é preciso respeitar o princípio da presunção da inocência. Ele chegou a questionar a versão da juíza agredida e criticou a postura do Judiciário.

Perfil linha dura

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A juíza Daniela Barbosa atua há 13 anos e é conhecida por ter um ‘perfil linha dura’. Antes de ingressar na magistratura, Daniela foi serventuária da Justiça, aprovada por concurso. Começou a carreira em vara de família e logo encarou a chefe do cartório, a quem acusou de receber propina de advogados para agilizar processos. Foi transferida para o gabinete da então juíza criminal Kátia Jangutta, sua referência profissional.

Seu perfil durão a levou a ser convidada para atuar no Tribunal Regional Eleitoral, onde se tornou-se responsável pela cassação do ex-prefeito de Teresópolis Mário Tricano, que tinha mais de 20 anotações criminais e nunca havia sido condenado. Quando fraudou regras de campanha, ele bateu de frente com a juíza e ficou inelegível por abuso de poder econômico.

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Na Justiça criminal, Daniela colecionou decisões de grande repercussão. Entre elas, a condenação, em primeira instância, de Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, pelo atropelamento que causou a morte do ciclista Wanderson dos Santos, em 2012. Ele, porém, acabou sendo absolvido em segunda instância por dois desembargadores.

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