"Experiência real do Rio é marcada pela segregação"

Às vésperas do Jogos Olímpicos, o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares desafia os clichês sobre a Cidade Maravilhosa, a começar pela praia como espaço de socialização democrática; em Rio de Janeiro – histórias de vida e de morte, ele mostra como a violência e a corrupção afetam os moradores da região metropolitana do Rio

Às vésperas do Jogos Olímpicos, o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares desafia os clichês sobre a Cidade Maravilhosa, a começar pela praia como espaço de socialização democrática; em Rio de Janeiro – histórias de vida e de morte, ele mostra como a violência e a corrupção afetam os moradores da região metropolitana do Rio
Às vésperas do Jogos Olímpicos, o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares desafia os clichês sobre a Cidade Maravilhosa, a começar pela praia como espaço de socialização democrática; em Rio de Janeiro – histórias de vida e de morte, ele mostra como a violência e a corrupção afetam os moradores da região metropolitana do Rio (Foto: Roberta Namour)


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Por Leonardo Fuhrmann, da Revista Fórum

A paixão de Luiz Eduardo Soares pelo Rio de Janeiro certamente não renderia mais um dos sambas ou marchinhas de exaltação à vida na cidade que é o cartão postal do Brasil. O problema vai além da música, embora o autor revele ao longo do seu novo livro, Rio de Janeiro – histórias de vida e de morte (Companhia das Letras), que não aprendeu a tocar violão na infância por conta da restrição do pai àquele instrumento de “malandro, vagabundo e desocupado”.

O pequeno Soares teve de iniciar suas aulas de música pelo aristocrático violino.

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Mas isso não o impediu de depois se aproximar, dessa vez como pesquisador e autoridade pública da área de segurança, da história daqueles que são estigmatizados como “malandros, vagabundos e desocupados”. E – nessa imersão no universo de negros, semi-analfabetos e moradores de favelas e outras comunidades carentes – não aparecem os “encantos mil” da Cidade Maravilhosa. A violência e a corrupção atingem o poder público, mas também são legitimadas em maior ou menor grau por uma sociedade que age de forma racista e segregacionista.

Dos gabinetes de Brasília, o antropólogo mostra a sua decepção com o que considera falta de ousadia do governo petista. Suas críticas aos líderes de seu antigo partido são reforçadas pelas marcas deixadas na campanha de 2014, quando, na condição de militante da Rede, Soares esteve pela segunda vez ao lado de Marina Silva em uma disputa presidencial. Ainda assim, reconhece os impactos positivos de políticas como as cotas e a inserção social pelo consumo, como medidas de empoderamento. E, como professor, revela que sua maior esperança em uma sociedade política e socialmente melhor vem justamente da experiência de conviver com estudantes criados em favelas e que chegaram à universidade (leia aqui na íntegra).

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