Polícia Civil prende PM por abuso de autoridade e comando reage

(Foto: Leonardo Lucena)


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Alana Gandra e Vitor Abdala - Repórteres da Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante o policial militar Paulo César Leal Pereira, que na madrugada do último sábado (25), foi registrar um flagrante de droga na Avenida Brasil e acabou quebrando dentes de um dos suspeitos. O PM foi preso pelos crimes de lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade quando procurava registrar a ocorrência.

O comandante-geral da PM estadual, coronel Wolney Dias, obteve, no sábado à noite, no Plantão do Tribunal de Justiça, o alvará de soltura em favor do soldado de 29 anos, lotado na Companhia Maré. Ele disse, no site da corporação, que a prisão do referido policial ocorreu de forma irregular. “Ele foi autuado em flagrante por autoridade incompetente, pela prática de lesão corporal e abuso de autoridade”.

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O coronel lembrou que todo policial militar que cometer crime no exercício da função, previsto no Código Penal Militar, deve ser autuado por autoridade de Polícia Judiciária Militar e os autos encaminhados à Auditoria de Justiça Militar. “Fato que não ocorreu nesse caso específico e, por esse motivo, houve intervenção do comando da Corporação para que o Judiciário corrigisse flagrante ilegalidade”, informou Dias, em nota.

O comandante-geral salientou que “não há, por parte da corporação, intenção de amenizar o comportamento do policial militar em questão”. Será cumprido o rito adequado para o caso, que prevê a avaliação da conduta do soldado pela Corregedoria Interna e da Justiça Militar, de acordo com a legislação.

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Abordagem

Em nota divulgada ontem (26), a Polícia Civil comunicou que, de acordo com informações da Central de Garantias (CG-Norte) e conforme depoimento de testemunhas, o militar Paulo Cesar Leal Pereira, apoiado pela guarnição, abordou pessoas que estavam em um carro, suspeitando que tivessem consumindo drogas. Durante a abordagem, Pereira teria dado uma cotovelada no rosto de um dos ocupantes do veículo, que perdeu três dentes.

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Na primeira revista, os militares não encontraram nada no veículo mas, na segunda busca, foi achada uma guimba de cigarro embaixo do banco do motorista, assemelhado à maconha. Os ocupantes do veículo foram conduzidos pelos militares à Central de Garantias, onde o delegado de plantão entendeu que a conduta do militar foi desproporcional, já que resultou em lesões de natureza grave na vítima, e resolveu autuar o PM em flagrante.

“O Plantão Judiciário entendeu pela legalidade da prisão. Foi concedida a liberdade provisória do militar, sem fiança, para que ele responda por abuso de autoridade”, informou a Polícia Civil.

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Sindepol

Em nota divulgada ontem (26), o Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro (Sindepol) criticou a “lamentável postura” da Polícia Militar do Estado, que considerou ilegal a prisão do integrante da corporação.

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“É ultrajante o fato que uma instituição que deveria aplicar a lei defenda, em um Estado Constitucional de Direito, o castigo físico, seja qual for a justificativa. Sabemos que, durante a vigência da ditadura militar no nosso país, essa prática deplorável era comum, mas, hoje, com a retomada da democracia, conquistada depois de muita luta e sob a égide da Carta de 1988, é inadmissível. Mesmo que isso seja de difícil entendimento para aqueles que vivem sob o regime castrense, a violência física deixou de ser um expediente utilizado pelo Estado, tanto na reprimenda a qualquer desvio de conduta, quanto para obtenção de prova, ou qualquer outro motivo”.

Assinada pelo presidente do Sindepol-RJ, Rafael Barcia, a nota sugere “àqueles que ainda não entenderam que vivemos sob o manto da legalidade que se adequem o quanto antes, ou arquem com as consequências legais”.

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