Durante a greve, 46 ônibus já foram depredados no RS

Paralisação dos rodoviários já dura 11 dias em Porto Alegre, e continua por tempo indeterminado; as negociações com as empresas de ônibus estão paradas, e os consórcios dizem que só voltarão às conversas quando os trabalhadores cumprirem a frota mínima estipulada pelo Tribunal Regional do Trabalho

Ônibus estão parados há seis dias em Porto Alegre
Ônibus estão parados há seis dias em Porto Alegre (Foto: Leonardo Lucena)


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Rio Grande do Sul 247 – A greve dos rodoviários em Porto Alegre completou 11 dias nesta quinta-feira (6), com a marca de 46 veículos danificados durante a paralisação. Apesar de os rodoviários não possuírem mais plano de saúde e receberem os salários com desconto pelos dias parados, as negociações com as empresas de ônibus estão paradas.

De acordo com os consórcios, as conversas só continuarão quando os trabalhadores respeitarem a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, que estipulou uma circulação mínima de coletivos durante a paralisação. De acordo com a prefeitura, mais de um milhão de pessoas estão sendo prejudicadas pela greve.

Motoristas contrários à paralisação, entretanto, afirmaram que qualquer tentativa de voltar ao trabalho tem sido rechaçada pelos favoráveis à greve. "O povo passa aqui e acha que eu sou preguiçoso e não quero trabalhar. Mas eu quero", afirmou o motorista André Andrade, ao jornal Zero Hora, acrescentando que os trabalhadores que tentam voltar às ruas recebem ameaças para não voltarem ao trabalho.

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Confira, abaixo, notícia da Agência Brasil sobre a paralisação:

A greve dos rodoviários de Porto Alegre entrou nesta quinta-feira (6) no 11º dia sem nenhum ônibus em circulação. A paralisação por tempo indeterminado afeta mais de 1 milhão de pessoas. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) determinou uma nova audiência hoje à tarde entre o Sindicato dos Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa). Representantes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), da prefeitura e do Ministério Público do Trabalho também devem participar da reunião.

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O Seopa informou que vai descontar os dias parados dos rodoviários e que possíveis demissões poderão ocorrer. Na última audiência no TRT-RS, na segunda-feira (3), o sindicato patronal propôs reajuste salarial de 7,5%, aumento do vale-alimentação de R$ 16 para R$ 19 e fixação da contribuição dos empregados no plano de saúde em R$ 10, em vez de R$ 40.

Também ficou combinado que não haveria desconto dos dias parados ou retaliações aos empregados. De acordo com o tribunal, a validade do acordo foi condicionada ao retorno gradual dos ônibus às ruas da capital a partir do meio-dia de terça-feira (4), para que 70% da frota estivessem em operação até as 16h.

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Em assembleia na terça-feira, os rodoviários rejeitaram o acordo encaminhado no TRT-RS. Assim, informa o tribunal, duas liminares deferidas anteriormente voltaram a valer: a que declarou a ilegalidade da greve, autorizando as empresas a descontar os dias parados dos empregados, e a que determinou a manutenção de 70% de circulação dos ônibus nos horários de pico e de 30% no restante do dia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

As principais reivindicações da categoria são a redução da carga horária para seis horas diárias, o aumento do vale-refeição para R$ 20 por dia, reajuste salarial de 14%, o fim do banco de horas e a manutenção do plano de saúde, sem desconto no salário.  A única proposta aceita foi a do vale-alimentação a R$ 19. Os demais itens da proposta patronal foram rejeitados.

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Segundo o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Emerson Dutra, os grevistas não aceitam cumprir a determinação de voltar parcialmente e vão permanecer de braços cruzados. "O sindicato não vai aceitar o desconto dos dias parados nem as demissões. Ainda não recebemos a notificação do TRT e vamos recorrer da multa", disse. Não há previsão de nova assembleia até o momento.

A vice-presidente do TRT-RS, desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse, indeferiu, nessa quarta-feira (5), os pedidos para que o tribunal ordene a atuação policial em frente às garagens. A solicitação havia sido feita pela prefeitura e pelo Seopa. "Por certo, a circulação dos veículos deve ocorrer com segurança, os piquetes não podem obstruir o livre acesso às empresas ou agir com violência e, assim como se reconhece o direito de greve, deve ser reconhecido e facultado o direito ao trabalho. Contudo, não cabe a este juízo orientar ou disciplinar a circulação de ônibus ou atuação dos piquetes, razão pela qual indefiro o pedido de intervenção policial", disse a desembargadora na decisão.

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De acordo com a prefeitura, em 11 dias de greve, 46 ônibus foram depredados quando tentavam circular pela cidade. O último incidente ocorreu no início da manhã de ontem, com apedrejamento de um veículo da empresa VTC, do Consórcio STS.  A ação partiu de motociclistas, informou a prefeitura. Hoje, cinco ônibus da linha Gasômetro, do Consórcio Unibus, tentaram sair da garagem, mas tiveram que retornar devido à ameaça de depredação. Cerca de 70% das 617 vans escolares credenciadas de Porto Alegre fazem o transporte coletivo da cidade para diminuir os transtornos com a greve.

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