Luciana Genro questiona financiamento de empreiteiras

“Não é casual que as mesmas empreiteiras que executam as obras superfaturadas da Copa sejam as financiadoras do PT, PMDB, PSDB e PSB”, diz a ex-deputada federal e candidata do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência da República

“Não é casual que as mesmas empreiteiras que executam as obras superfaturadas da Copa sejam as financiadoras do PT, PMDB, PSDB e PSB”, diz a ex-deputada federal e candidata do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência da República
“Não é casual que as mesmas empreiteiras que executam as obras superfaturadas da Copa sejam as financiadoras do PT, PMDB, PSDB e PSB”, diz a ex-deputada federal e candidata do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência da República (Foto: Roberta Namour)


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247 – A candidata do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência da República, Luciana Genro, questionou o financiamento de empreiteiras às campanhas dos maiores partidos políticos do Brasil. Segundo ela, não é casual que elas executem as obras superfaturadas da Copa. Leia:

A bola rola e o lucro de poucos também

Não é casual que as mesmas empreiteiras que executam as obras superfaturadas da Copa sejam as financiadoras do PT, PMDB, PSDB e PSB

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Nesta Copa do Mundo, a paixão dos brasileiros pelo futebol foi usada para que a Fifa e as empreiteiras fizessem grandes negócios. Foi imposto quase um Estado de exceção: policial, para reprimir os protestos, e econômico, para garantir que nenhum tributo fosse cobrado da Fifa, de suas subsidiárias e das empresas que realizaram as obras.

Embora o governo tivesse anunciado que os gastos com os estádios não seriam pagos pelos cofres da União, o dinheiro público custeou quase tudo, via empréstimos do BNDES, a juros subsidiados e isenções fiscais. Seria essa uma prioridade? Na Câmara e no Senado, o PSOL foi o único partido cuja bancada toda votou contra esse absurdo.

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O custo total dos estádios ficou em R$ 8,005 bilhões, segundo divulgação do Ministério do Esporte em setembro de 2013. Em 2007, a previsão era de que os gastos seriam de R$ 2,2 bilhões. O aumento --ou superfaturamento-- foi de 263% em seis anos, fazendo com que o custo do assento em um estádio brasileiro seja quase o dobro do custo do assento em um estádio na Alemanha na Copa de 2006.

Não é casual que as mesmas empreiteiras que executaram essas obras superfaturadas sejam as maiores financiadoras dos grandes partidos: PT, PMDB, PSDB, PSB. Elas não fazem doações, mas sim investimentos nos partidos, com retorno garantido. Também não é casual que os donos dessas empreiteiras estejam na lista de bilionários brasileiros. Segundo a revista "Forbes", as 15 famílias mais ricas do Brasil têm, juntas, cerca de US$ 122 bilhões, o equivalente a 5% de toda a riqueza produzida no Brasil.

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O "Atlas da Exclusão Social", organizado pelo economista Marcio Pochmann, identificou que as 5.000 famílias mais ricas do Brasil (0,0001% da população) possuem uma riqueza acumulada equivalente a 42% do PIB do país. São mais de R$ 2 trilhões concentrados nas mãos dessas 5.000 famílias.

O PSOL faz parte das lutas que, desde junho de 2013, denunciam os gastos abusivos com a Copa e exigem melhores serviços públicos. Temos propostas para proibir as doações de empreiteiras aos partidos e acabar com as negociatas.

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Também propomos que os milionários, os bancos e as grandes empreiteiras paguem mais impostos para reduzir a imensa desigualdade social que permanece no Brasil e gerar mais recursos para investimentos em serviços públicos.

Em 2008, como deputada e membro da Comissão da Reforma Tributária, apresentei um conjunto de propostas que, se aprovadas, significarão uma revolução tributária do Brasil, com desoneração dos assalariados e da classe média por meio de mudanças na tabela do Imposto de Renda, que há anos nem sequer é atualizada pela inflação.

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Queremos inverter a estrutura, aliviar a tributação sobre o salário e o consumo e aumentar a contribuição de quem acumula grandes quantidades de riqueza e propriedade.

Uma dessas propostas é a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que até hoje é letra morta na nossa Constituição, assim como vários outros dispositivos constitucionais que não interessam às elites econômicas. O projeto de lei complementar nº 277/2008, apresentado por mim, foi, na época, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e está há anos pronto para votação em plenário.

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Se o IGF fosse aplicado com uma alíquota de 5% somente sobre a parcela que excede um piso de R$ 50 milhões em patrimônio, arrecadaríamos R$ 90 bilhões ao ano, o equivalente a mais que todos os recursos federais previstos para a educação em 2014.
É para pautar esses e outros temas que os três candidatos do sistema não querem discutir que sou candidata a presidenta. É para inverter essa lógica política e econômica dominante que o PSOL quer governar o Brasil.

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