Clima esquenta no RS entre militantes do PMDB e PT
No começo da tarde, a campanha do candidato José Ivo Sartori, do PMDB, pediu que seus militantes não se dirijam à RBS TV para acompanhar o último debate antes das eleições, temendo violência; no final da tarde, Carlos Pestana, coordenador-geral da campanha de Tarso Genro, do PT, convocou a imprensa para dizer que sua coligação repudia a distribuição de panfletos com críticas ao adversário; segundo ele, a militância foi chamada a não distribuir tal material, mas está convocada a se manter nas ruas
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Ana Ávila
Sul 21 - O clima, que já vinha esquentando entre os candidatos ao governo do Estado, ganhou novos contornos na tarde desta quinta-feira (23). Durante a madrugada, panfletos apócrifos contendo calúnias à candidatura de José Ivo Sartori, do PMDB, foram apreendidos pela 2ª Zona Eleitoral, responsável pela fiscalização da propaganda na cidade. No começo da tarde, a campanha do candidato pediu que seus militantes não se dirijam à RBS TV para acompanhar o último debate antes das eleições, temendo violência. No final da tarde, Carlos Pestana, coordenador-geral da campanha de Tarso Genro, do PT, convocou a imprensa para dizer que sua coligação repudia a distribuição de panfletos com críticas ao adversário. Segundo ele, a militância foi chamada a não distribuir tal material, mas está convocada a se manter nas ruas.
Antes disso, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) havia determinado que a coligação de Sartori retirasse do ar peça publicitária em que, segundo o requerimento, atribui a Tarso Genro a pecha de “desequilibrado, alucinado, fanático, manipulador, mentiroso, desesperado, ator de teatro de baixo nível, entre outras acusações”. A juíza auxiliar Liselena Schifino Robles Ribeiro acatou o pedido, considerando a propaganda ataque de natureza pessoal. Ela justificou sua decisão afirmando que a intervenção do tribunal era necessária para “tornar o debate mais respeitoso e produtivo para os cidadãos gaúchos”. Houve ainda, o pedido de direito de resposta, cuja decisão será divulgada nesta sexta-feira (24) pela Justiça Eleitoral.
Já a decisão da juíza auxiliar Lusmary Fátima Turelly da Silva, publicada nesta quinta na página do TRE, nega pedido da coligação do peemedebista, que tentava impedir a veiculação de trecho da propaganda petista, que exibe parte de uma entrevista concedida por Sartori ao Portal Terra. “As mídias foram analisadas, procedendo-se à comparação entre a entrevista concedida por Sartori ao Portal Terra e aquela excerto reproduzido na propaganda eleitoral dos representados. Diante desse comparativo, não se verifica de plano a alegada descontextualização da fala de Sartori, mas a transmissão de um trecho do encontro do candidato com os jornalistas, não havendo, portanto, fumaça do bom direito que justifique a concessão da medida liminar. Diante do exposto, indefiro a liminar”, diz a decisão.
Em análise anterior, a mesma juíza havia concedido liminar favorável à coligação de Sartori, determinando que a Unidade Popular pelo Rio Grande retire do ar propaganda em que, segundo a campanha do peemedebista, utilizava recursos de computação gráfica, montagem, trucagem, inclusive buscando ridicularizar o candidato Sartori. “Configurado o uso da computação gráfica na confecção da inserção impugnada, tenho por julgar procedente a pretensão dos representantes”, afirma, na decisão.
Na tarde desta quinta (23), a coligação Um Novo Caminho para o Rio Grande divulgou nota em que orienta os militantes a não se dirigirem à RBS TV, onde, às 22h30, acontece o último debate entre os candidatos ao governo do Estado. “O convencimento e a persuasão são as ferramentas permitidas aos partidos políticos nas campanhas eleitorais, e cabe aos eleitores escolherem, na urna, quem está melhor preparado para receber a honra de governar. É, portanto, o momento da defesa da democracia e do repúdio à violência”, diz a nota.
A assessoria de imprensa do candidato do PMDB elenca acontecimentos que teriam levado à decisão: arrombamento do comitê eleitoral do PSB, apreensão de material apócrifo contendo calúnias à candidatura de Sartori e provocações feitas aos militantes da coligação durante o debate na Rádio Guaíba, na tarde de quarta.
Para o coordenador de campanha do PT, a posição do adversário “é um ato de desespero”. “Nós não manipulamos, não forçamos ninguém a falar”, disse sobre a declaração de Sartori a respeito do piso do magistério, que vem gerando polêmica e tem sido usada na propaganda eleitoral do petista. Pestana disse ainda que não houve qualquer tipo de agressão por parte dos apoiadores de Tarso durante o debate na Rádio Guaíba e que a militância do partido segue convidada a ir às ruas. “A população começa a mudar seu voto”, opinou.
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