Cai desemprego entre negros em Porto Alegre

Em uma sala repleta de economistas e jornalistas, apenas duas pessoas eram negras; ironicamente, era o anúncio de um levantamento a respeito da inserção dos negros no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013; pesquisa foi realizada pela FEE, Dieese e FGTAS apontam queda no desemprego de 10,5% para 8,7% entre toda população negra, no comparativo entre 2012 e 2013, mas no quesito rendimento médio homem e mulher negros recebem 71,0% e 52,6% do montante recebido por um trabalhador não negro; a explicação é simples: assim como no local da divulgação da pesquisa, os negros ainda são minoria nos postos de trabalho que exigem maior qualificação

Em uma sala repleta de economistas e jornalistas, apenas duas pessoas eram negras; ironicamente, era o anúncio de um levantamento a respeito da inserção dos negros no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013; pesquisa foi realizada pela FEE, Dieese e FGTAS apontam queda no desemprego de 10,5% para 8,7% entre toda população negra, no comparativo entre 2012 e 2013, mas no quesito rendimento médio homem e mulher negros recebem 71,0% e 52,6% do montante recebido por um trabalhador não negro; a explicação é simples: assim como no local da divulgação da pesquisa, os negros ainda são minoria nos postos de trabalho que exigem maior qualificação
Em uma sala repleta de economistas e jornalistas, apenas duas pessoas eram negras; ironicamente, era o anúncio de um levantamento a respeito da inserção dos negros no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013; pesquisa foi realizada pela FEE, Dieese e FGTAS apontam queda no desemprego de 10,5% para 8,7% entre toda população negra, no comparativo entre 2012 e 2013, mas no quesito rendimento médio homem e mulher negros recebem 71,0% e 52,6% do montante recebido por um trabalhador não negro; a explicação é simples: assim como no local da divulgação da pesquisa, os negros ainda são minoria nos postos de trabalho que exigem maior qualificação (Foto: Leonardo Lucena)


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Caio Venâncio, Sul 21 - Em uma sala repleta de economistas e jornalistas, apenas duas pessoas eram negras. Ironicamente, era o anúncio de um levantamento a respeito da inserção dos negros no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013. A pesquisa foi realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). Os dados apontam queda no desemprego de 10,5% para 8,7% entre toda população negra, no comparativo entre 2012 e 2013, mas no quesito rendimento médio homem e mulher negros recebem 71,0% e 52,6% do montante recebido por um trabalhador não negro. A explicação é simples: assim como no local da divulgação da pesquisa, os negros ainda são minoria nos postos de trabalho que exigem maior qualificação.

As informações, divulgadas na manhã desta terça-feira (18), em função do Dia da Consciência Negra, na próxima quinta-feira (20), foram obtidas a partir de uma amostra de cerca de 7,5 mil domicílios. Os negros, grupo que engloba pretos e pardos, são 12,3% da população economicamente ativa (PEA) da Grande Porto Alegre. Este contingente foi reduzido em cerca de 13 mil pessoas em 2013, sendo praticamente compensado pelo acréscimo de nove mil trabalhadores não-negros.

A taxa de desemprego entre homens negros passou de 9,0% para 7,6% na comparação entre 2013 e 2012. Entre as mulheres, os números foram de 12,1% para 9,8%. No total, a variação das taxas indica que a queda no desemprego total para os negros foi maior (-17,1%) do que para os não-negros (-7,7%). Inclusive, o grupo pesquisado em que houve maior diminuição no desemprego foi o das mulheres negras (-19,0%). Conforme a economista Dulce Vergara, a redução das diferenças é positiva, mas não pode mascarar as desigualdades que persistem. “Manter esta variação positiva é importante, porém ganhamos menos e continuamos tendo uma queda no desemprego maior”, ponderou.

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Na análise do nível ocupacional com o recorte étnico, a situação se manteve no geral estável. Em particular, chamou a atenção a retração no nível ocupacional dos negros na construção civil (-21,7% ou menos 5 mil ocupados). No mesmo setor, não houve qualquer variação para os empregados não-negros. Para Dulce, a diminuição pode ser explicada em parte em função da tecnologia adotada nas obras atualmente. “Hoje a construção civil utiliza muitas máquinas, blocos pré-moldados, entre outras inovações. A necessidade de mão-de-obra braçal, onde negros predominavam, reduziu”, argumenta.

Quando o assunto é a renda média, houve ganhos para negros e brancos, mas em diferentes graus. Os ocupados negros receberam em 2013, em média, R$1.335, contra R$1.297 em 2012, uma variação de 2,9%. Já os não-negros evoluíram de R$1.851 em 2012 para R$1.901 no ano passado, um acréscimo de 2,7%. Os dados se referem aos rendimentos médios reais.

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A maior discrepância, contudo, surge quando os números são analisados levando em conta, além do recorte étnico, a questão de gênero. A partir daí, vê-se que os homens negros tiveram um incremento em seus rendimentos de 4,8% em 2013, enquanto as mulheres negras avançaram apenas 0,4%. Entre os não-negros, as variações nos rendimentos de homens e mulheres foram, respectivamente, 1,7% e 4,2%.

Embora perceba um aumento na população negra mais escolarizada, o que atribui a políticas como o Prouni e as cotas nas universidades federais, a economista Dulce Vergara indica que o resultado da comparação reflete desigualdades históricas. “As mulheres negras estão nos serviços, nos empregos domésticos, que pagam salários baixos. No fundo, acabam sofrendo uma dupla discriminação, por serem mulheres e negras”, contextualiza.

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Comparação entre os rendimentos médios a partir do valor auferido entre homens não negros:

2012

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Homens não-negros – 100%
Mulheres não-negras – 73,7%
Homens negros – 68,9%
Mulheres negras – 53,3%

2013

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Homens não-negros – 100%
Mulheres não-negras – 75,5%
Homens negros – 71,0%
Mulheres negras – 52,6%

 

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