Professores protestam contra mudanças na rotina das escolas municipais

A menos de duas semana do início do ano letivo na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Proto Alegre impôs mudanças na organização das rotinas das escolas que indignaram os professores da rede; dezenas de trabalhadores em educação da cidade realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed) contra as diretrizes; eles dizem que as medidas não vão beneficiar os alunos e que elas não foram dialogadas com diretores e professores da rede municipal; dentre as medidas estão a redução dos períodos letivos de 50 para 45 minutos e do recreio de 20 para 15 minutos, com o início das aulas sendo transferido das 7h30 para às 8h e o término às 12h

A menos de duas semana do início do ano letivo na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Proto Alegre impôs mudanças na organização das rotinas das escolas que indignaram os professores da rede; dezenas de trabalhadores em educação da cidade realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed) contra as diretrizes; eles dizem que as medidas não vão beneficiar os alunos e que elas não foram dialogadas com diretores e professores da rede municipal; dentre as medidas estão a redução dos períodos letivos de 50 para 45 minutos e do recreio de 20 para 15 minutos, com o início das aulas sendo transferido das 7h30 para às 8h e o término às 12h
A menos de duas semana do início do ano letivo na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Proto Alegre impôs mudanças na organização das rotinas das escolas que indignaram os professores da rede; dezenas de trabalhadores em educação da cidade realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed) contra as diretrizes; eles dizem que as medidas não vão beneficiar os alunos e que elas não foram dialogadas com diretores e professores da rede municipal; dentre as medidas estão a redução dos períodos letivos de 50 para 45 minutos e do recreio de 20 para 15 minutos, com o início das aulas sendo transferido das 7h30 para às 8h e o término às 12h (Foto: Leonardo Lucena)


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Luís Eduardo Gomes, Sul 21 - A menos de duas semana do início do ano letivo na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Proto Alegre impôs mudanças na organização das rotinas das escolas que indignaram os professores da rede. Na manhã desta quarta-feira (22), dezenas de trabalhadores em educação da cidade realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed) contra as diretrizes anunciadas na tarde de ontem. Eles dizem que as medidas não vão beneficiar os alunos e que elas não foram dialogadas com diretores e professores da rede municipal.

Na terça, o prefeito Nelson Marchezan Júnior e o secretário de Educação, Adriano de Britto, anunciaram  a nova organização de rotinas que incluem a redução dos períodos letivos de 50 para 45 minutos e do recreio de 20 para 15 minutos, com o início das aulas sendo transferido das 7h30 para às 8h e o término às 12h. A Prefeitura também afirma que os professores titulares “não serão mais dispensados” do contato com os alunos em alguns períodos, como ocorreria atualmente. Com as medidas, a Prefeitura alega que os alunos terão aumento de 27,8% do tempo com os professores titulares.

No mesmo dia, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial trazendo o decreto nº 19.685, que revoga o decreto outro decreto de abril de 2004 que regulamentava o artigo 29 da Lei 6.151/1988, que dispõe sobre o regime normal de trabalho do Magistério Municipal.

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Segundo o secretário Adriano de Brito, o objetivo da medida é melhorar do ensino, uma vez que, atualmente, apenas 30% dos alunos da rede municipal chegariam ao quinto ano do Ensino Fundamental com as competências básicas em português e matemática. “Na avaliação que nós fizemos nesse início, o horário escolar está muito entremeado com outras atividades. O que nós fizemos agora é organizar o horário escolar de modo que cada coisa a seu tempo, no tempo de cada coisa”, disse em coletiva após a apresentação de terça-feira.

Na ocasião, ele disse que, apesar da redução dos períodos, os alunos vão ganhar tempo de aula porque o café da manhã estava sendo contado como tempo de sala de aula e deixaria de ser.

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Os professores da rede, porém, discordam da avaliação feita pela Prefeitura e, especialmente, do fato de as mudanças terem sido anunciadas sendo que tivessem passado por um diálogo e pela construção coletiva em conjunto com os educadores.

“Demonstra um desconhecimento da rotina das escolas. Quando ele coloca que os alunos tomam café dentro do horário de aula. Não é verdade. As escolas abrem às 7h, 7h10, e As 7h30 já estão com os professores e os alunos indo para a sala de aula”, afirma Luciana Pereira, diretora-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). “As quatro horas que estão sendo colocadas representam uma diminuição de fato das horas no conjunto da semana que o aluno é atendido hoje pela rede municipal”, complementa Fabiane Pavani, diretora da Associação dos Professores Municipais de Porto Alegre (Atempa) e professora da Escola Porto Alegre.

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Convocados desde o final da tarde de ontem, nesta manhã dezenas de diretores e professores da rede municipal participaram de um protesto diante da Smed. Segundo a Rádio Guaíba, Brito goi vaiado durante o ato, que também teve diversas falas e palavras de ordem contra a decisão da Prefeitura, tais como: “O Marchezan, preste atenção, remove esse decreto e não destrói a educação”.

Fabiane reconhece que o trabalho sempre pode ser qualificado, mas afirma que “não é possível desrespeitar a gestão democrática”. “Gestão democrática é um princípio do Plano Nacional de Educação e do Plano Municipal de Educação. Não se transforma tempos em educação numa escola, numa rede, sem discutir com toda a comunidade. Conosco, que somos professores, mas também com pais e os próprios alunos”, diz. “Não estamos de forma nenhuma sem querer o diálogo e discutir a educação, mas tem que ser com uma constituinte, de forma tranquila. Ninguém mais do que nós queremos o sucesso dos nossos alunos”, complementa Luciane.

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As professoras também questionam o fato de as mudanças terem sido anunciadas a menos de duas semanas do início do ano letivo. “Qual é a rede que vai fazer uma mudança dessa a duas semanas do ano letivo”, questiona Luciane, que não descarta que o início das aulas, no dia 6 de março, esteja ameaçado. “Todo o calendário, projeto pedagógico, projeto de atendimento às turmas, tudo é organizado ao final do ano letivo. Agora, a duas semanas do início das aulas, o secretário, juntamente com o prefeito, chama os diretores para apresentar uma proposta nova de rotina, a qual a gente não conseguiu compreender com qual projeto pedagógico ela dialoga, que inclusive coloca em risco o início das aulas”.

Durante o protesto, o secretário Brito recebeu uma comissão dos manifestantes para uma reunião.

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Ainda na terça, o Simpa emitiu nota sobre as mudança. Confira:

A verdade sobre a redução das aulas no município

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Nota de repúdio das direções das escolas da Rede Municipal de Ensino, da Associação dos Trabalhadores em Educação Municipal de Porto Alegre (Atempa) e do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), às mudanças impostas pelo prefeito, Nelson Marchezan Jr. no Regime Normal de Trabalho do Magistério.

Nós, diretoras e diretores das escolas municipais de Porto Alegre, em conjunto com Simpa e Atempa, temos a responsabilidade de esclarecer:

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– O Decreto nº 19.685, de 21 de fevereiro de 2017, implicará na redução do atendimento à jornada dos estudantes nas escolas municipais, ao contrário do que foi dito pelo secretário de Educação, Adriano Naves de Brito, na reunião com as direções de escola no dia 21/02, e do discurso do prefeito divulgado na imprensa;

– os professores estão sendo convocados a trabalhar quatro horas por turno, portanto os alunos ficarão sozinhos, das 7h30min às 8h, e, das 12h às 13h30min;

– a escola estará aberta à comunidade desde as 7h30min, mesmo sem o acompanhamento dos professores, o que caracteriza uma precarização da educação e uma irresponsabilidade social;

– consideramos que esse tempo na escola, sem professores, diminui a qualidade na educação e colocando os alunos em risco e em situação de vulnerabilidade.

VOCÊS, PAIS E MÃES, FICARÃO TRANQUILOS COM SUA FILHA E FILHO SOZINHOS NA ESCOLA 30MIN NO INÍCIO DE CADA TURNO?

Nós defendemos a educação pública e gratuita, de qualidade social e pedagógica. Acreditamos que, para isso acontecer, é indispensável um processo democrático de construção junto às comunidades, em parceria com os conselhos escolares e nossas entidades representativas. 
Como isso não aconteceu em nenhum momento, manifestamos nosso repúdio às imposições do Executivo Municipal.

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