PCC, facção criminosa paulista, tem 169 membros em Sergipe

A informação é do Ministério Público do Estado de São Paulo; estes criminosos costumam agir no tráfico de drogas e de armas; destes, 38 estão soltos nas ruas e 131 estão detidos no sistema prisional do Estado, incluindo 10 paulistas;  Sergipe é o quarto estado nordestino com maior número de criminosos ligados ao chamado "partido do crime"

A informação é do Ministério Público do Estado de São Paulo; estes criminosos costumam agir no tráfico de drogas e de armas; destes, 38 estão soltos nas ruas e 131 estão detidos no sistema prisional do Estado, incluindo 10 paulistas;  Sergipe é o quarto estado nordestino com maior número de criminosos ligados ao chamado "partido do crime"
A informação é do Ministério Público do Estado de São Paulo; estes criminosos costumam agir no tráfico de drogas e de armas; destes, 38 estão soltos nas ruas e 131 estão detidos no sistema prisional do Estado, incluindo 10 paulistas;  Sergipe é o quarto estado nordestino com maior número de criminosos ligados ao chamado "partido do crime" (Foto: Valter Lima)


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Gabriel Damásio, do Jornal do Dia - A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), criada em 1993 e baseada nos presídios de São Paulo, está definitivamente instalada em Sergipe e em quase todo o país. É o que aponta uma grande investigação realizada durante três anos pelo Ministério Público Estadual paulista, cujo conteúdo foi revelado ontem por uma reportagem exclusiva do jornal "O Estado de São Paulo". Trata-se da mais completa radiografia sobre as atividades da facção, que, segundo dados contidos em milhares de documentos apreendidos e escutas telefônicas autorizadas judicialmente, tem atualmente quase 11.500 integrantes espalhados em 22 estados e dois países vizinhos - 7.800 apenas no estado de São Paulo.

O chamado "censo do PCC", que aparece nas apurações do MP paulista, aponta que Sergipe tem 169 integrantes da facção paulista, que costumam agir no tráfico de drogas e de armas. Destes, 38 estão soltos nas ruas e 131 estão detidos no sistema prisional do estado, incluindo 10 paulistas. É o quarto estado nordestino com maior número de criminosos ligados ao chamado "partido do crime". Os três primeiros são Alagoas, com 226 integrantes, Rio Grande do Norte (com 242) e Bahia (250). Alguns destes presos foram capturados em grandes operações das polícias Civil e Militar, que vêm travando, desde 2007, uma batalha para tentar sufocar as atividades da quadrilha em Sergipe.

A polícia sergipana procura manter suas informações e estratégias no mais alto sigilo, e não aponta quem são os líderes do PCC no estado. Diz apenas que as coordenadas aos integrantes das quadrilhas são passadas de presídios de São Paulo, por meio dos chamados "salves" - mensagens com instruções aos criminosos e familiares que estão nas ruas. No entanto, vários homens apontados pela própria polícia como líderes da facção em Sergipe foram presos em operações que resultaram, principalmente, em apreensões de cargas de crack enviadas de São Paulo.

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Um dos suspeitos é o paulista Geison Bastos de Santana, o "Buchecha", preso em dezembro de 2008 pela antiga Decte (Delegacia de Combate a Tóxicos e Entorpecentes), ao trazer uma encomenda de crack em estado líquido que seria transformada em pedras da droga. Quatro anos depois, em 2012, ele foi apontado como líder de duas grandes rebeliões ocorridas em Sergipe: a do Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho (Compajaf), no Santa Maria, ocorrida em abril, e a do Presídio Regional Senador Leite Neto (Preslen), em Nossa Senhora da Glória (Sertão), que estourou em outubro. Ambas duraram mais de 25 horas e tiveram mais de 100 pessoas como reféns, mas foram controladas com habilidade por negociadores da polícia e do governo.

O secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública (SSP), João Batista Santos Júnior, pouco falou sobre os dados revelados pelo "Estadão", mas não acredita que haja somente 169 integrantes da facção em Sergipe. "Pode ser maior", admitiu o secretário, frisando que este número não pode ser confirmado pela polícia sergipana, por se tratar de uma investigação feita pelas autoridades de São Paulo. "Qualquer tipo de investigação nesse nível, a gente acha interessante. Acredito que tem que haver investigações, trabalho e troca de informações. É um mapeamento que, se nós tivermos acesso, vai fazer com que a gente tenha uma radiografia do sistema e entenda o modus operandi deles", comentou, indicando que a SSP poderá pedir acesso ao relatório do MP paulista.

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Batista avalia que a penetração do PCC em Sergipe se deve ao "poderio financeiro do tráfico de drogas" e a "falhas no sistema prisional brasileiro, que fazem com que eles [os presos] possam se comunicar". O adjunto assegurou também que todos os núcleos de inteligência da SSP estão empenhados ao acompanhar as atividades destes suspeitos em Sergipe. "Estamos sempre monitorando, no sentido de quebrar esse elo de comunicação com os presídios"

Controle nos presídios - O trabalho de inteligência também é adotado pelo sistema prisional sergipano para controlar as atividades dos detentos ligados ao também conhecido como "Partido", "Comando", "Família", "Firma" ou "1533" (números relacionados às letras do alfabeto). O Departamento Estadual do Sistema Penitenciário (Desipe) garante que todos são observados com maior rigor e mantidos à máxima distância uns dos outros, a partir de levantamentos da inteligência do Desipe e informações trocadas com as polícias.

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"Qualquer preso ligado à facção é visto com mais cuidado. Além da fiscalização normal que aplicamos a todos os detentos, nós também acompanhamos os familiares e outras pessoas. Procuramos ainda manter esses presos o mais distante possível, sejam em alas diferentes, pavilhões e até presídios diferentes", disse o vice-diretor do Desipe, Sidney Marinho. Ainda segundo ele, todas as unidades do estado possuem alas com vigilância reforçada, mas os presos considerados mais perigosos estão no Compajaf, considerado de segurança máxima.

A preocupação, conforme o vice-diretor, é evitar que os membros do PCC tentem conquistar mais detentos para a facção e impor suas próprias regras, definidas em um "estatuto" que determina uma contribuição mensal em dinheiro e pune qualquer deslize com "a morte sem perdão". As investigações do MP de São Paulo resultaram em denúncias contra 175 acusados e o pedido de internação de 32 presos da cúpula do PCC no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no qual o detento fica completamente isolado na prisão.

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