Valadares Filho: João atrasa obra para inaugurar na eleição

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Sergipe 247 - O pré-candidato a prefeito de Aracaju pelo PSB, Valadares Filho, se mostra, em entrevista ao Jornal da Cidade, bastante animado com as possibilidades de conseguir, desta vez, chegar ao comando da capital sergipana.

“Temos experiência de três mandatos como deputado federal e a campanha de 2012 fez com que o eleitorado de Aracaju conhecesse mais de perto nosso trabalho. Nós apresentamos ideias concretas, sem promessas mirabolantes. Estamos conversando novamente com a comunidade, ouvindo seus anseios e frustrações com a atual administração dialogando com trabalhadores, sindicalistas, empresários e com as diversas categorias”, diz.

Questionado sobre não ter neste ano o apoio do PT, do PMDB e do PC do B – que estiveram ao seu lado em 2012 –, Valadares Filho é categórico: “Cada eleição tem sua história. Acredito que o pensamento da população este ano está alinhado com o nosso”. O pré-candidato também não poupa críticas ao prefeito João Alves Filho (DEM).

Abaixo a entrevista na íntegra:

JORNAL DA CIDADE – Nesta semana, a sua pré-candidatura recebeu o apoio do PROS, formando, até o momento, uma coligação com três siglas, e sendo o primeiro pré-candidato a já receber manifestações públicas de apoio de partidos. A que se deve este quadro?

Valadares Filho -  Nós recebemos o apoio do PSD, do PROS e estamos conversando com outros partidos. Entendemos que essa disposição dos partidos em aglutinar em torno do nosso nome é o desejo de renovação na política de maneira prática. O nosso nome representa este anseio. Por isso, não temos dúvidas de que a aliança será ampliada com muita humildade e tranquilidade, respeitando todos os partidos.

JC - A pré-campanha mostra uma proliferação de candidaturas. Além do atual prefeito, há os nomes do senhor, de Edvaldo Nogueira, de Eduardo Amorim, de Zezinho Sobral e de Emerson Ferreira. Isto num cenário de uma campanha com prazo mais curto e menos tempo de programa eleitoral no rádio e na TV. Será uma campanha mais difícil?

VF – A legislação mudou e a campanha será muito curta. Os programas eleitorais terão mais imagens no estúdio. Nós temos o que apresentar e cobrar. Faremos uma campanha sem agressão e dentro do estilo já conhecido por todos. Quanto mais nomes, melhor para a democracia. O povo terá alternativas para fazer sua escolha.

JC – Que mensagem o senhor pretende levar aos aracajuanos para convence-los de que devem dar ao senhor uma chance de governar a cidade?

VF – Temos experiência de três mandatos como deputado federal e a campanha de 2012 fez com que o eleitorado de Aracaju conhecesse mais de perto nosso trabalho. Nós apresentamos ideias concretas, sem promessas mirabolantes. Estamos conversando novamente com a comunidade, ouvindo seus anseios e frustrações com a atual administração dialogando com trabalhadores, sindicalistas, empresários e com as diversas categorias. Temos visitado administrações vitoriosas como nas duas capitais vizinhas, Maceió e Salvador, que são administradas por jovens, ex-colegas de parlamento. A nossa proposta será gastar menos com a máquina pública e mais com as pessoas. Menos com a Prefeitura e mais com a cidade. E transformaremos as ruas de Aracaju no nosso principal gabinete. Os aracajuanos, já há algum tempo, vêm sentindo a falta de um prefeito que converse com a população e ande pelos nossos bairros. Essa será a grande marca da renovação que defendemos. Além da formação da equipe, que será criteriosa, oportunizando uma nova geração capacitada e comprometida.

JC – Em 2012, tendo o apoio do PT (de Déda), do PMDB (de Jackson) e do PC do B (do então prefeito Edvaldo Nogueira), a sua candidatura obteve 37,62% dos votos válidos. Este ano, o que leva o senhor a acreditar que será melhor sucedido nas urnas mesmo sem contar com nenhum destes ex-aliados?

VF  -  Cada eleição tem sua história. Se analisarmos a reeleição de Déda para prefeito em 2004, onde ele venceu com mais de 70% dos votos, nós tínhamos uma coligação formada. Já em 2008, quando o candidato do agrupamento foi Edvaldo Nogueira, nós ampliamos a aliança trazendo o PSC de Eduardo Amorim e André Moura e até o PSDB, do ex-governador Albano Franco. Mesmo com o grupo ampliado a eleição quase chega ao segundo turno. Em 2006, quando Déda foi eleito a primeira vez governador nós tínhamos apenas o bloco de oposição coligado. Já em 2010, na campanha de reeleição, a aliança foi ampliada com o grupo do PSC e vários outros partidos. Mesmo com esse número maior de partidos a eleição foi mais acirrada e, pela primeira vez, Déda perdeu em Aracaju. As alianças são fundamentais. Mas o povo tem mostrado, através dos resultados que citei, pensamentos diferentes em cada situação. Acredito que o pensamento da população este ano está alinhado com o nosso. Alguns partidos que estiveram conosco em 2012 estarão novamente, já no primeiro turno, outros poderão estar no segundo.

JC – Que avaliação o senhor faz dos três anos e cinco meses da administração do prefeito João Alves Filho (DEM)?

VF -  A administração de João Alves, sem dúvida, frustrou os aracajuanos. O João visionário, experiente, tocador de obras, que a população acreditava, não aconteceu na Prefeitura de Aracaju. Hoje a administração de nossa cidade tem dificuldades de oferecer até os serviços básicos. Temos consciência que a próxima administração terá um grande desafio de reorganizar Aracaju.

JC – A inauguração da obra da Praia Formosa, as alterações no trânsito e a implantação do suposto BRT ajudam ou atrapalham o projeto de reeleição de João Alves Filho?

VF -  Nas nossas andanças por Aracaju em 2012 um dos pontos importantes, que nosso povo reclamava, eram de obras que não estavam sendo entregues prejudicando a população. E o que a gente vê hoje, na atual administração, que dizia que resolveria este problema é a mesma coisa. Ou seja, a praia Formosa já era para ser entregue há muito tempo, mas aí fica a dúvida: se não conseguiu por falta de competência da Prefeitura ou se é proposital para inaugurar as vésperas da eleição, pensando nela apenas com o cunho eleitoral. Quem não se lembra do que houve em 2006 com a ponte Aracaju/Barra? Já em relação ao BRT, se é que podemos chamar de BRT, o MPE e a população já perceberam a total falta de planejamento. Estão querendo implantar o sistema de traz para frente. Ao invés de fazer as obras estruturantes, tentam enganar os aracajuanos para dizer que cumpriram uma promessa de campanha.

JC – O seu primeiro aliado nesta disputa, o deputado federal Fábio Mitidieri, já declarou reiteradas vezes que não aceita permanecer ao seu lado caso haja uma composição com partidos da oposição, atualmente liderados por André Moura e Eduardo Amorim. Neste contexto, está descartada uma aliança com o grupo liderado pelo PSC?

VF -  O deputado Fábio Mitidieri é um aliado leal, de primeira hora e tem o direito de opinar sobre as alianças que possamos fazer. A opinião dele é respeitada por todos nós. A relação com os irmãos Amorim e com o deputado André Moura sempre foi muito cordial, mas não tivemos conversa sobre Aracaju, até porque o senador também tem se declarado como pré-candidato.

JC – O senhor tem cumprido extensa agenda nos finais de semana neste período de pré-campanha, enquanto seus adversários, como Edvaldo Nogueira e Zezinho Sobral, participam todos os dias de eventos e reuniões em comunidades. Há possibilidade de o senhor se licenciar do mandato desde já para se dedicar à campanha? 

VF  - Esta questão de se licenciar do mandato está sendo avaliada e, até as vésperas das convenções, teremos uma posição, não só nossa, mas também do PSB. Temos feito nos finais de semana uma agenda muito extensa percorrendo diversos bairros, conversando com a população, participando de reuniões, visitando as comunidades e atendendo convites de moradores que querem mostrar a situação de onde moram. Agora é claro que temos responsabilidade com nosso mandato e durante a semana temos assumido as nossas obrigações em Brasília, com toda dedicação, como sempre fizemos.

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