Mercado segurador: o novo eldorado

Em sete anos, os seguros cresceram quase 300% e se transformaram em instrumento financeiro de médio e longo prazo com a estabilidade econômico-financeira do País



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A equipe da Austin realizou um amplo e detalhado estudo sobre o mercado segurador brasileiro para melhor compreender sua funcionalidade, bem como quem são os principais players que atuam nesse setor, além de uma importante avaliação dos aspectos relevantes da evolução do mercado de prêmios. Foram avaliadas 145 empresas do setor e elaborados 90 rankings que permitiram elaborar uma radiografia detalhada do mercado segurador brasileiro.

Como observado em outros setores de atividade, o mercado segurador apresentou desenvolvimento mais vigoroso, e consistente, após a conquista da estabilidade monetária, que ocorreu a partir da adoção do Plano Real, em julho de 1994, que completou 17 anos.

A estabilidade de preços definitivamente foi um marco para a sociedade brasileira, pois possibilitou, entre outras condições, o planejamento de médio e longo prazo pelas empresas, governo e famílias. Com a inflação sob controle e recuando para o patamar de um dígito, o sistema financeiro pode se organizar, desenvolver e oferecer produtos que antes estavam limitados a uma pequena parcela da sociedade.

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A evolução do mercado de crédito ao longo das últimas duas décadas contextualiza muito bem a mudança estrutural que ocorreu na economia brasileira, bem como o impacto no mercado segurador. Em meados de 2004, o volume de crédito na economia representava 25% do PIB e na última medição, ocorrida em junho deste ano, já atingiu 47,2% com cifra de R$ 1,834 trilhão, com destaque para a evolução do crédito para pessoa física que representava 6% do PIB enquanto as pessoas jurídicas representavam 15,6%, e hoje os créditos concedidos às pessoas físicas representam 15,5% do PIB contra 15,3% das pessoas jurídicas.

Estas condições favoráveis do desenvolvimento do mercado de crédito foram absorvidas pelas companhias de seguros, que intensificaram e desenvolveram produtos para atender um público crescente, seja ele o de menor rendimento, por meio de produtos com prêmios reduzidos e acessíveis, como o seguro prestamista, ou de maior poder de compra que utilizam os seguros de maneira mais ampla.

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Também é importante destacar a relevância obtida nos produtos de previdência, que a partir das regras específicas para este segmento em 2003, avançaram substancialmente acumulando expansão de 521% até 2010, de modo que no ramo Pessoas o crescimento foi de 398% e o mercado como um todo de 293%.

Essa evolução é salutar, uma vez que evidencia, entre outros aspectos, a preocupação do indivíduo com o futuro, a necessidade de formação de poupança e o uso do seguro como instrumento financeiro de médio e longo prazo, o que não seria possível, ou pouco provavelmente difundidas, sem a possibilidade de vislumbrar um horizonte de planejamento maior dentro de um panorama de estabilidade financeira e, claro, inseridos em um contexto de geração de empregos e ampliação do poder de compra.

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O reflexo direto da maior difusão dos seguros é o vigoroso crescimento dos prêmios, que nos últimos cinco anos avançou em média 16% ao ano, atingindo em 2010 a cifra de R$ 90,1 bilhões em prêmios. Já os planos de previdência avançaram 24,5% no mesmo período.

Mas alguns ramos se destacam e chamam atenção pela forte expansão nos últimos anos como o seguro prestamista (140%), acidentes pessoais coletivos (130%) e o seguro turístico (172%) mesmo apesar da baixa participação no total, reflexo do maior nível de riqueza no país.

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A atividade seguradora tende a se tornar cada vez mais importante no cotidiano das famílias a partir das diversas formas de cobertura como patrimônio, automóvel, habitacional, funeral, prestamista, turístico, acidentes pessoais, educacional, perda de renda. Também será cada vez mais importante nas empresas por meio de coberturas que garantam a manutenção de suas atividades como seguro transporte, lucros cessantes, seguro de crédito e outras formas de minimizar o impacto de eventos adversos.

Apesar do recente desempenho, o total de prêmios no Brasil representam cerca de 2,5% do PIB, ainda distante da média mundial que está próxima de 8%. Dessa forma, verifica-se que há grandes oportunidades para elevar a taxa de penetração de maneira a difundir e demonstrar a importância do seguro como mecanismo de minimização de riscos.

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Por fim, para as modalidades de seguro já difundidas e que respondem pela maior parcela do mercado, como previdência privada, o cenário é muito promissor, pois o Brasil se tornou um dos principais receptores mundiais de investimentos.

Também merece destaque o fato de o Brasil estar na vitrine da economia mundial ao longo desta década (2011-2020) em virtude tanto da ocorrência dos maiores eventos esportivos do mundo: Copa e Olimpíadas, bem como a exploração de petróleo na camada pré-sal. Tais eventos já têm mobilizado agentes públicos e privados na forma de investimentos em obras de infraestrutura e que, em geral, utilizam seguro garantia, por exemplo. Também há o Plano Decenal de Energia que prevê investimentos para os próximos dez anos e que envolve a construção de usinas e outros projetos, e o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento que foca grande parte nos setores de habitação e saneamento.

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Leonardo dos Santos é economista da Austin Rating, coordenador de análises setoriais e mestrando em economia pela PUC-SP.

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