Dólar fecha março com maior queda em 6 meses

Moeda americana fechou a sessão com alta de 0,44%, a R$ 2,2694 na venda, e acumulou queda de 3,22% em março, maior recuo mensal desde setembro de 2013, quando perdeu 7,08%

Um funcionário de banco conta notas de cem dólares em Bangcoc. O fluxo cambial, entrada e saída e moeda estrangeira do país, ficou negativo em 1,95 bilhões de dólares na semana passada, fazendo com que fevereiro como um todo fechasse no vermelho, com défi
Um funcionário de banco conta notas de cem dólares em Bangcoc. O fluxo cambial, entrada e saída e moeda estrangeira do país, ficou negativo em 1,95 bilhões de dólares na semana passada, fazendo com que fevereiro como um todo fechasse no vermelho, com défi (Foto: Gisele Federicce)


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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO, 31 Mar (Reuters) - O dólar teve leve alta ante o real nesta segunda-feira, fechando março com o maior tombo desde setembro passado e se aproximando do patamar de 2,25 reais, mas com avaliações de que o Banco Central brasileiro não estaria confortável com as atuais cotações.

Especialistas esperam que o BC continue com suas atuações no mercado de câmbio, mas talvez um pouco mais moderadas, preocupado com o impacto do dólar mais fraco sobre as exportações. Para eles, o piso informal para o câmbio estaria entre 2,25 ou 2,30 reais.

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O dólar fechou a sessão com alta de 0,44 por cento, a 2,2694 reais na venda, e acumulou queda de 3,22 por cento em março, maior recuo mensal desde setembro de 2013, quando perdeu 7,08 por cento. No trimestre, a baixa somou 3,74 por cento.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2 bilhões de dólares.

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"Está claro que o BC não quer que o real se aprecie demais. De uma certa maneira, a ideia dos swaps era evitar que o real perdesse muita força e se ele não está recuando, a lógica é que não são necessários mais tantos swaps", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

A estratégia de intervenções do BC no câmbio tem levantado dúvidas nas mesas de câmbio nas últimas sessões. O mais recente ponto de interrogação veio porque a autoridade monetária não rolou integralmente os swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem nesta terça-feira.

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Restaram cerca de 55 mil contratos a serem rolados, do lote equivalente a 10,148 bilhões de dólares. Foi a segunda vez que isso aconteceu desde que teve início o programa de intervenções diárias, em agosto do ano passado. A última rolagem parcial foi a do lote de novembro do ano passado, quando o dólar era negociado abaixo de 2,20 reais.

"Se o dólar tivesse voltado acima de 2,30 reais, acredito que o BC teria continuado com a rolagem", opinou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Jaime Ferreira, para quem cotações abaixo desse patamar prejudicam as exportações e o piso informal ainda é de 2,30 reais.

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Nesse cenário, cresceram as expectativas de que a autoridade monetária também não role integralmente o próximo lote de swaps, que vence em 2 de maio e equivale a 8,733 bilhões de dólares.

"Acho que o BC vai fazer rolagens menores daqui para frente. O fluxo está muito positivo e a reação do mercado hoje foi pequena demais para fazer o dólar voltar a subir de forma consistente", afirmou o tesoureiro de um banco internacional.

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Especialmente nas últimas semanas, o Brasil tem recebido forte ingresso de divisas do exterior. Nesta sessão, a JBS foi a mais recente empresa a captar lá fora, lançando 750 milhões de dólares em bônus no exterior.

"A rolagem parcial ajuda o mercado a formar um piso em torno desse 2,25 reais. Dá um respaldo para a moeda e para romper esse nível, vai precisar de algum fato novo", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

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No entanto, a estratégia de abrandamento da ação do BC para rolagens de swaps, segundo especialistas, não vale para suas intervenções diárias que, desde o início do ano, são de leilões de até 4 mil novos contratos de swaps.

Nesta sessão, o BC deu continuidade à ração diária, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps, todos com vencimento em 1º de dezembro deste ano e volume equivalente a 198,5 milhões de dólares. A autoridade monetária também ofertou contratos para 2 de março, substituindo o vencimento em 1º de outubro ofertado nos leilões anteriores, mas não vendeu nenhum.

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Além disso, aceitou propostas em leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra em 2 de junho de 2014. A operação tem a finalidade de rolar os vencimentos em 2 de abril e a taxa de corte foi de 2,310696 reais.

YELLEN

Nesta sessão, o fortalecimento do dólar chegou a perder força no fim da manhã, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, defender fortemente as políticas expansionistas do Fed, aliviando um pouco da preocupação que tem assombrado os mercados desde que ela sugeriu que poderia elevar as taxas de juros já em 2015.

"A Yellen deu algumas declarações mais 'dovish' e tirou um pouco da pressão do mercado em relação à alta dos juros lá nos Estados Unidos", resumiu o economista da corretora H.Commcor Waldir Kiel.

Na primeira metade do pregão, o mercadou operou ainda sob a briga pela formação da Ptax de março, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. A Ptax fechou a 2,2624 reais para compra e a 2,2630 reais para venda.

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