É hora dos imóveis?

Com a recessão, preços podem cair mais

Com a recessão, preços podem cair mais
Com a recessão, preços podem cair mais (Foto: Camila Nunes)


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Do Infomoney - O setor imobiliário viveu um ciclo de alta entre 2008 e 2012, batendo recordes de financiamentos e imóveis vendidos. Mas nos últimos anos este mercado passa por um cenário de incertezas. Com a forte alta dos preços, muita gente começou a falar em bolha imobiliária e desde o ano passado a valorização dos imóveis em muitos lugares já perde para a inflação. Em algumas cidades, os preços chegaram a cair.

Diante disso, quem pensa em comprar imóveis para investir se pergunta se este é o melhor momento. Para o economista Samy Dana, professor da FGV, é melhor esperar. "Na minha opinião os preços ainda estão muito caros no país o que mostra que ainda não é a hora de voltar a investir no setor imobiliário", afirma.

O professor de finanças Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários, também diz que é preciso ter cautela. "O momento é delicado para todos os mercados e, quem pretende investir no setor agora, precisa ter dinheiro e liquidez. É o momento certo para caçar pechinchas e ter em mente que o retorno financeiro só virá a longo prazo, atrelado à valorização do imóvel. Se a ideia são ganhos de curto prazo, esse não é o melhor momento".

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Na opinião de Rogério Santos, da RealtOn, empresa especializada em imóveis em estoque, é preciso ficar de olho no que realmente é bom e evitar comprar gato por lebre. Segundo Santos, quem pretende investir em imóveis agora deve pesquisar e negociar bastante com o vendedor. "Quem souber negociar e comprar bem, pode lucrar depois", acredita.

Tem bolha?
Samy Dana é um dos economistas que acreditam que uma bolha se formou neste mercado. "Existe uma bolha no Brasil. Ela não é de crédito, como foi nos Estados Unidos, e sim de preços. Esta bolha, que ainda está inflada, fez com que os preços subissem e atingissem um preço muito fora do padrão", afirma Dana.

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Para ele, o mercado imobiliário enfrenta problemas seríssimos e que não serão resolvidos no curto prazo. "Vemos demissões no setor. As 12 principais construtoras do país estão enfrentando perdas de valor. Temos estoques que podem abastecer o país por quase três anos e os descontos para empreendimentos em estoque nunca foi tão grande. Tudo isso consequência de um aumento de preços que não foi compatível com a economia e bolso brasileiros", diz.

Esse pano de fundo controverso faz com que investidores fiquem com um pé atrás na hora de comprar imóveis, tanto para investir quanto para morar. No segundo semestre de 2014, levando em conta dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, os processos para cancelamento de contrato de imóvel comprado na planta tiveram um salto de 145% e passaram de 2.497 para 6.115, sendo 80% referente à rescisão de contrato.

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O professor Arthur Vieira de Moraes, no entanto, não acredita que o movimento do preço dos imóveis tenha configurado uma bolha. "No Brasil não houve uma bolha especulativa. Os preços subiram muito, mas não teve bolha", afirma.

Já representantes do setor imobiliário, dizem que houve um aumento setorizado de custos. "O que aconteceu foi uma situação de elevação de custo setorizada, gerada por conta do aumento do preço dos terrenos, mão de obra, materiais e demanda e que, ao enfrentar um momento de corte de créditos e queda na procura, voltou a se estabilizar e a apresentar até quedas", diz Rogério Santos. "Diferente dos Estados Unidos, o mercado brasileiro não trabalha com refinanciamento, assim, não existe, como lá, uma dívida fantasma atrelada a um imóvel", completa o especialista.

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Na opinião do executivo, há várias razões para a desaceleração do mercado imobiliário no país. "Tivemos uma abertura de crédito por meio dos bancos, que deu poder de compra para a população nos últimos anos. Com essa porta se fechando, a situação da economia brasileira e a escalada do desemprego, o mercado imobiliário é diretamente atingido e gera a atual conjuntura", afirma Santos . "Não será um crescimento tão veloz quanto foi nos últimos dois anos, mas, acreditamos que a recuperação do mercado de forma plena vá ocorrer no final de 2016", completa.

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