Dólar sobe 1,5% e encosta em R$3,35, máxima em 12 anos

O dólar subiu pela terceira sessão seguida, encostou em 3,35 reais e fechou no maior nível em mais de 12 anos, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro após os cortes nas metas fiscais do governo

Brasileiro troca reais por dólares em corretora de câmbio no centro do Rio de Janeiro. O dólar fechou em baixa frente ao real nesta terça-feira, interrompendo sequência de duas altas, num pregão marcado por forte volatilidade e novamente com o Banco Centr
Brasileiro troca reais por dólares em corretora de câmbio no centro do Rio de Janeiro. O dólar fechou em baixa frente ao real nesta terça-feira, interrompendo sequência de duas altas, num pregão marcado por forte volatilidade e novamente com o Banco Centr (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pela terceira sessão seguida, encostou em 3,35 reais e fechou no maior nível em mais de 12 anos, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro após os cortes nas metas fiscais do governo.

O dólar avançou 1,55 por cento, a 3,3470 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 31 de março de 2003, quando ficou em 3,355 reais. Na máxima do dia, a divisa chegou a 3,3578 reais.

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Nas últimas três sessões, incluindo esta, a moeda norte-americana acumulou avanço de 5,48 por cento e, na semana, avançou 4,79 por cento.

"A decepção do mercado é palpável. A sensação é de que o governo está fazendo menos esforço do que devia", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

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O governo reduziu a meta de superávit primário deste ano a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,1 por cento do PIB previsto até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit primário.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7 e 1,3 por cento do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2 por cento do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

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"A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento", escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes.

Em entrevista à Reuters nesta sexta-feira, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que as novas metas de primário são mais realistas e suficientes para estabilizar a dívida pública do país.

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Nesse quadro, investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a inflação já elevada.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, já rolou o equivalente a 5,098 bilhões de dólares, ou cerca de 48 por cento do lote que vence no início de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.

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Operadores esperavam com ansiedade o anúncio da rolagem dos contratos que vencem em setembro e correspondem a 10,027 bilhões de dólares. Se o BC sinalizar que deve continuar rolando cerca de 70 por cento dos contratos, como fez no mês passado, a tendência é que o dólar não volte a patamares mais baixos.

"Seria um sinal de que o BC está confortável com o dólar nesses níveis", explicou o operador de um importante banco internacional.

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