Dólar sobe 2% e encosta em R$ 3,70, o maior nível em 13 anos

O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta terça-feira e fechou encostado em 3,70 reais, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas

O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta terça-feira e fechou encostado em 3,70 reais, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas
O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta terça-feira e fechou encostado em 3,70 reais, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta terça-feira e fechou encostado em 3,70 reais, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas.

O dólar avançou 1,68 por cento, a 3,6880 reais na venda, após encerrar agosto com alta de 5,91 por cento e acumular no ano valorização de 36 por cento.

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Trata-se do maior nível de fechamento desde 13 de dezembro de 2002 (3,735 reais). Na máxima do dia, a divisa norte-americana alcançou 3,7048 reais, maior patamar intradia desde 13 de dezembro de 2002 (3,7750 reais).

"Se agosto foi ruim, setembro começa tão mal quanto", escreveu em nota a cliente o operador da corretora SLW João Paulo De Gracia Corrêa.

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A atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto, mostrou o índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial. Preocupações com a economia chinesa, referência para investidores em mercados emergentes e importante parceiro comercial do Brasil, têm provocado apreensão nos mercados globais.

No Brasil, o mercado demonstrava cada vez mais nervosismo sobre a perspectiva de perda do selo de bom pagador do país diante da deterioração das contas públicas do país. "O mercado está apostando que o grau de investimento cai até o fim do ano", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

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Em relatório intitulado "Admitindo a Derrota", a estrategista para a América Latina do grupo financeiro Jefferies, Siobhan Morden, afirmou que, ao admitir déficit primário para o ano que vem, o governo "completamente paralisa o processo de ajuste". Ela ressaltou ainda que eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo não seria mais uma surpresa tão grande quanto há alguns meses.

"É provável que o dólar volte a ficar mais tranquilo no futuro, mas nos próximos dias eu não vejo motivo nenhum para (a moeda dos EUA) parar de subir", afirmou o operador da corretora Intercam Glauber Romano, que preferiu não arriscar um teto para a moeda.

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Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com a venda integral de 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária rolará o lote integral, correspondente a 9,458 bilhões de dólares.

Na véspera, o BC fez leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas a intervenção não foi suficiente para evitar que a moeda norte-americana subisse mais de 1 por cento sobre o real. Como nos últimos meses, a autoridade monetária não fez leilão de swaps cambiais no último pregão de agosto.

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