CEOs mais femininos

Os líderes dentro das empresas deveriam aprender mais com as mulheres



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Existe uma profunda contradição ocorrendo no mundo dos negócios que ainda não foi compreendida por muitos dos principais executivos das  empresas. Paralelamente ao crescimento da competitividade entre as corporações, numa economia cada vez mais globalizada, o estilo  gerencial típico dos CEO’s ditatoriais, salvadores da pátria e heróis solitários está no ocaso. Os desafios de um mercado que muda cada vez mais rapidamente exige capacidade de trabalhar em equipe, liderança participativa, maior visão das interdependências e percepção multicultural, para ficar apenas em algumas habilidades.

E para este novo mundo empresarial muitos executivos não estão preparados. Mais grave ainda, encontram dificuldade para compreender e agir de acordo com estes novos paradigmas. É neste quadro que ganham importância e valorização algumas habilidades até agora tidas e aceitas, exclusivamente, como femininas. Como declarou o ex-secretário do Trabalho americano, Robert Reich, “as qualidades que costumavam estar associadas ao trabalho das  mulheres-flexibilidade, adaptabilidade, presteza e trabalho de equipe – estão hoje sendo exigidas dos homens. O trabalho descontínuo e incerto está se tornando muito mais difundido. Além disso, como a segurança está vindo cada vez mais da empregabilidade num mercado de trabalho fluido, e não do fato de se ter um emprego permanente, as mulheres parecem estar mais bem preparadas cultural e psicologicamente”. Por outro lado as mulheres ao longo de toda sua vida foram sempre exigidas e avaliadas pelo desempenho em vários papéis. Esposa, mãe, amante, administradora da casa, etc continuam fazendo parte do elenco de exigências para as mulheres que entraram no mercado de trabalho. E, agora também como provedoras do orçamento doméstico.

Enquanto isto dos homens era esperado que tivessem sucesso profissional e ganhassem o suficiente para manter a família. E a grande maioria cuidou, exclusivamente, do desenvolvimento da sua carreira incorporando um sobrenome organizacional. Descuidaram-se do papel de pai, marido, amante e outros tantos imaginando que ter sucesso na carreira era suficiente para ser feliz nos demais papéis. Um grande engano cujo preço muitos continuam pagando com vidas pessoais empobrecidas ou até estraçalhadas pelo falso sucesso que o mundo profissional lhe proporcionou.

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Portanto o exame deste cenário indica que o início do novo milênio traz muitos desafios. E entre eles podemos destacar não apenas o  crescimento da presença feminina em posições de comando no mundo das empresas, comunidades, política e cargos executivo, legislativo ou do judiciário. O que vale registrar também é que será exigido dos homens a incorporação de algumas habilidades antes tidas como femininas, caso queiram continuar tendo sucesso  profissional.

Usar a intuição, estar sensível ao comportamento humano das pessoas nas empresas, deixar mais evidente emoções e sentimentos antes contidos, enfim, demonstrar uma capacidade mais ampla de realizar "leituras” torna-se fator de sucesso. Pesquisa feita pelo instituto Gallup encomendada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID - , entre executivos e  empresários latino-americanos, indicou que o mundo de oportunidades profissionais para as mulheres vai se ampliar pelos seguintes motivos: 64% acham que as mulheres estão mais comprometidas com a proteção do meio-ambiente; 72% demonstram que são mais aptas que os homens na melhoria dos padrões de educação; 53% confiam que elas são mais hábeis na administração das relações diplomáticas; 66% concluíram que as mulheres são mais honestas que os  homens. O fracasso dos CEO’s ao redor do mundo – Europa, Ásia e EE.UU. -  que foram encarregados de administrar fusões e aquisições de grandes empresas demonstra o cuidado que o assunto merece.

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Os gurus da administração já começam a rever seus conceitos e paradigmas. Mas muito antes disto os acionistas já haviam  mandado vários destes executivos de volta para suas casas. E alguns deles curtem hoje uma depressão profunda, pois o modelo para o  qual foram educados faliu. Só que muitos deles não perceberam. Mas vale sempre um alerta. Não estamos às vésperas de uma nova “guerra de sexos”. Não importa aqui dizer apenas que o momento é  das mulheres em função do ocaso dos “machos”. O que importa agora é que homens ou mulheres comecem a compreender que existem habilidades de ambos que podem ser úteis para alcançar o sucesso no mundo competitivo atual. Cada um deve avaliar o preço que pretende pagar no equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional. O que parece certo a cada dia é que o preço do sucesso profissional não é o fracasso como companheiro, pai ou cidadão.

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