Haddad diz que revogar reajuste custará R$ 1,4 bi
Prefeito mostra planilha de custos a integrantes do Movimento Passe Livre e do Conselho da Cidade; "Se a tarifa for revogada e congelada em R$ 3,00 até 2016, como é a reivindicação do movimento, serão necessários R$ 1,4 bilhão este ano e um total de R$ 8,6 bilhões em subsídios até lá", disse Fernando Haddad; "Independente da decisão que eu venha a tomar, tenho de informar à cidade sobre os custos"; MPL convocou nova manifestação para hoje, às 17h00, na Praça da Sé; Haddad deve anunciar se revoga ou mantém o reajuste ainda esta semana
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247 – A revogação do aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus em São Paulo e o congelamento das passagens em R$ 3,00 irá custar, em 2013, R$ 1,425 bilhão em subsídios. Outros R$ 2,085 terão de ser gastos em 2014 para manter o sistema em funcionamento. Para 2015, o valor do repasse necessário para segurar a tarifa ainda em R$ 3,00 será de R$ 2,392 bilhões, e novos R$ 2,714 bilhões em 2016. Os números foram transmitidos pelo prefeito Fernando Haddad aos integrantes do Movimento Passe Livre e do Conselho da Cidade, em reunião na manhã desta terça-feira 18, na sede da Prefeitura. Antes da apresentação dos custos, os conselheiros que usaram a palavra foram unânimes em pedir ao prefeito uma volta atrás no reajuste.
- Eu tenho de ser transparente e mostrar à cidade o que essa decisão significa, respondeu o prefeito, ao fechar a reunião. Esse dinheiro em subsídios terá de sair de algum lugar, caso contrário o sistema não irá continuar funcionando.
Antes de Haddad, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tato, mostrou o peso proporcional dos custos do sistema de ônibus da capital na composição da tarifa. Mais de 48% do preço de um bilhete se destinam ao pagamento de pessoal, como motoristas e cobradores. O lucro das empresas de transporte coletivo não é superior a 7% do valor da passagem, segundo informação da Prefeitura.
- Você espreme, espreme, mas não conseguirá tirar todo o subsídio necessário apenas do próprio sistema. Eu terei de ver o que terá de ser cortado no orçamento, sinalizou o prefeito.
Tato demonstrou que, com a introdução do bilhete único em São Paulo, na gestão da prefeita Marta Suplicy, entre 2001 e 2005, o preço médio das passagens de ônibus, hoje, na capital paulista, é pouco superior a R$ 2,00.
NOVO ENCONTRO - Haddad não aceitou convite do MPL para comparecer, amanhã, a uma reunião do movimento na sede do sindicato dos Jornalistas, no centro de São Paulo.
- Eu vou me reunir de novo com vocês, e ainda esta semana. Mas prefiro que seja aqui na Prefeitura. Fui eleito e, enquanto eu estiver aqui, essa vai ser a casa do povo, aberta a todos.
Depois de abrir a reunião afirmando que "uma decisão política terá de ser tomada", o prefeito foi sucedido por seis oradores do Movimento Passe Livre. Em seguida, numa inversão da pauta original, primeiro se posicionaram os integrantes do Conselho da Cidade e, depois, a palavra foi dada a Tato, para a explicação da formação da tarifa, e a Haddad.
- Não vou usar nenhum truque de assembleia estudantil desses que você estão conhecendo agora e eu já conheço há muito tempo, iniciou o prefeito, no pronunciamento que fechou a reunião. Ele quis lembrar, assim, seu passado de dirigente de entidade estudantil.
Driblando interrupções feitas pelos integrantes do MPL, Haddad chegou ao final de sua exposição deixando claro que poderá até mesmo revogar o reajuste nas passagens – motivo inicial da marcha de cerca de 100 mil jovens na noite da segunda-feira 17 do Largo da Batata à Avenida Paulista --, mas que ainda não tomou essa decisão.
- Vou refletir, mas quero que a cidade saiba o custo que uma revogação no reajuste das tarifas vai ter.
O prefeito lembrou que o reajuste de R$ 0,20 nas passagens foi o menor já feito nos últimos anos. Ele criticou a falta de crítica de massa, como ocorre no caso das marchas estudantis em curso, no momento em que esses reajustes se deram.
- Ressalvando vocês do Movimento Passe Livre, não vi ninguém reclamar no passado quando o preço das passagens subia, reclamou, referindo-se às elevações ocorridas nas administrações de José Serra e Gilberto Kassab.
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