Justiça prorroga prisão de ex-servidores do ninho de corrupção

Prisões de Eduardo Horle Barcellos, Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral foram prorrogadas por mais cinco dias; juiz Eduardo Pereira Santos Júnior atendeu a pedido do Ministério Público; na decisão, o juiz argumentou que a prorrogação é necessária "para a implementação das ordens de sequestro e bloqueio de bens e para que se proceda à colheita dos depoimentos das testemunhas faltantes, sem a interferência dos agentes, tal como exposto na representação"; quarto acusado, o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso de Magalhães, que também está preso no 77º Distrito Policial, decidiu colaborar com as investigações e firmou um termo de delação premiada

SÃO PAULO,SP,30.10.2013:PRISÃO AGENTES RECEITA/GESTÃO KASSAB/APREENSÃO VEÍCULOS - Quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram presos  por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou preju
SÃO PAULO,SP,30.10.2013:PRISÃO AGENTES RECEITA/GESTÃO KASSAB/APREENSÃO VEÍCULOS - Quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram presos por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou preju (Foto: Valter Lima)


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Daniel Mello

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Tribunal de Justiça São Paulo determinou hoje (1º) a prorrogação das prisões temporárias de três dos quatro auditores fiscais acusados de participarem de esquema de fraudes na prefeitura de São Paulo, que pode ter causado prejuízos de até R$ 500 milhões aos cofres do município.

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De acordo com nota publicada no site do tribunal, as prisões de Eduardo Horle Barcellos, Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral foram prorrogadas por mais cinco dias. O juiz Eduardo Pereira Santos Júnior, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), atendeu a pedido do Ministério Público. Na decisão, o juiz argumentou que a prorrogação é necessária "para a implementação das ordens de sequestro e bloqueio de bens e para que se proceda à colheita dos depoimentos das testemunhas faltantes, sem a interferência dos agentes, tal como exposto na representação".

O quarto acusado, o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso de Magalhães, que também está preso no 77º Distrito Policial, decidiu colaborar com as investigações e firmou um termo de delação premiada, por isso o Ministério Público não solicitou a prorrogação da prisão dele.

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Os quatro servidores da Subsecretaria da Receita da prefeitura são acusados de terem desviado recursos do sistema de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), cobrado de empresas do ramo imobiliário. O Ministério Público estima que foram desviados até R$ 500 milhões. O esquema fraudava o recolhimento do ISS, calculado sobre o custo total da obra. Esse recolhimento é condição necessária para que a construtora ou incorporadora obtenha o "habite-se", que permite a liberação do empreendimento para ocupação.

O promotor disse que pretendia ouvir nessa sexta-feira Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis e que está preso. Porém, como o advogado dele não compareceu, o depoimento foi adiado. Bodini espera, no entanto, que possa conversar com os outros três envolvidos no caso na próxima semana, já que permanecerão presos até a próxima sexta-feira (8).

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Os auditores são acusados de corrupção ativa, concussão, formação de quadrilha ou bando e lavagem de dinheiro.

O promotor informou que entrou em contato com representantes da empresa Brookfield, que confirmaram o pagamento de propina aos auditores fiscais presos. A empresa, segundo Bodini, relatou ter sido coagida pelos servidores. “Eles [a empresa] entendiam que não deviam nada de ISS ao final da obra. Na visão deles, eles foram obrigados a pagar senão o empreendimento não seria legalizado”, disse Bodini.

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De acordo com Bodini, a Brookfield pagou cerca de R$ 4 milhões a uma empresa pertencente a um dos acusados e sua mulher. “Eles confirmaram o pagamento de valores na conta da ALP em troca da liberação da certidão de quitação do ISS”. O promotor disse que agora caberá à empreiteira comprovar que foi coagida pelos suspeitos.

Por meio de nota à imprensa, a Brookfield informou que está colaborando com o Ministério Público e prestando todas as informações necessárias para a apuração dos fatos. "Comparecemos espontaneamente, fomos ouvidos como testemunhas e nos consideramos vítimas da situação", disse, acrescentando que, "em respeito ao sigilo das investigações, mantivemo-nos em silêncio e, pela mesma razão, manteremos esta postura".

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Edição: Carolina Pimentel

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