'Merendão' se aproxima da cúpula do governo Alckmin

"Até aquele momento, já haviam sido citados Edson Aparecido, chefe da Casa Civil, e Duarte Nogueira, secretário de Logística e Transportes. Agora, verifica-se que a lista de investigados inclui também o ex-secretário de Educação Herman Voorwald e o atual secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim", aponta reportagem especial da revista Carta Capital sobre o caso

O governador Geraldo Alckmin durante o almoço de Natal do Restaurante Bom Prato. Data: 24/12/2014. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA
O governador Geraldo Alckmin durante o almoço de Natal do Restaurante Bom Prato. Data: 24/12/2014. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA (Foto: Leonardo Attuch)


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SP 247 – Reportagem especial da revista Carta Capital, publicada neste fim de semana, aponta como o caso do chamado 'merendão', sobre desvios de recursos da merenda escolar para financiar campanhas políticas, se aproxima da cúpula do governo de Geraldo Alckmin. Leia abaixo:

O merendão se aproxima do primeiro escalão de Alckmin

Mais integrantes de gabinetes próximos ao do governador de São Paulo são citados no esquema de desvios da alimentação escolar
 
 O objetivo claro do artigo 14 da Lei nº 11.947/09 era fazer com que os quase 3,6 bilhões de reais repassados anualmente, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar, oferecessem merenda saudável aos alunos da rede pública e ao mesmo tempo investissem no pequeno agricultor.

Para facilitar a aquisição dos produtos, determinou-se não ser necessária a licitação e que as compras se fizessem conforme uma modalidade conhecida como chamamento público. O estado ou a prefeitura encarregada de realizar o contrato poderia analisar os preços de diversas cooperativas de agricultores e adquirir pelo menor. No mundo ideal, a legislação aceleraria o processo e ampliaria os negócios entre a administração pública e as cooperativas familiares.

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No submundo da política em São Paulo, outro é o sistema. Lobistas, políticos, secretários de estado e até quem deveria zelar pelos interesses dos agricultores, os dirigentes de cooperativas, tornaram-no uma seara de corrupção e desvios de dinheiro.

Com uso de documentos falsos, fraudes em licitações, informações privilegiadas, a quadrilha fez o que bem entendeu com ajuda dos últimos escalões do governo paulista.

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Detalhe: os pequenos agricultores não ganhavam com o esquema. Os representantes da cooperativa Coaf, sediada em Bebedouro, no interior de São Paulo, compravam o suco de laranja no mercado aberto e superfaturavam nos contratos com a administração pública.

CartaCapital teve acesso a novos documentos da investigação e a todas as interceptações telefônicas para averiguar que a teia de relações dos investigados com políticos ligados ao governo do estado e à cúpula do PMDB é maior do que se poderia imaginar.

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As escutas mostram inclusive que a investigação teria vazado de dentro da área de inteligência da Polícia Civil e da Segurança Pública do governo, alertando os envolvidos da existência dos grampos.

Os nomes de secretários de Alckmin citados nas investigações aumentaram desde que a Operação Alba Branca foi deflagrada no fim do ano passado. Até aquele momento, já haviam sido citados Edson Aparecido, chefe da Casa Civil, e Duarte Nogueira, secretário de Logística e Transportes. Agora, verifica-se que a lista de investigados inclui também o ex-secretário de Educação Herman Voorwald e o atual secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim. 

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Nas interceptações, os merendeiros afirmam que um membro do PMDB, de nome “Michel”, teria relações próximas com um integrante da executiva estadual do partido e poderia ajudar a abrir novas portas para a cooperativa em outras localidades.

De acordo com o depoimento dos investigados, para que a entidade levasse os contratos em São Paulo e nas prefeituras era necessário um comissionamento de 10% a 20% para agentes públicos.

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Leia a íntegra em Carta Capital

 

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