O “nazimarketing” de Doria saiu pela culatra

"A cobertura jornalística da barbárie de domingo em São Paulo , somada à notícia de que Doria pediu à Justiça para autoriza-lo a recolher, à força e indiscriminadamente, supostos dependentes de crack, apagou completamente o brilho que o prefeito de São Paulo pretendia ter com a exploração deste drama social", escreve Fernando Brito, editor do Tijolaço

doria cracolândia
doria cracolândia (Foto: Giuliana Miranda)


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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

A cobertura jornalística da barbárie de domingo em São Paulo , somada à notícia de que Doria pediu à Justiça para autoriza-lo a recolher, à força e indiscriminadamente, supostos dependentes de crack, apagou completamente o brilho que o prefeito de São Paulo pretendia ter com a exploração deste drama social.

Primeiro, depois de ser escorraçado, junto com Geraldo Alckmin da imprudência de ir dar entrevista no meio de um lugar conflagrado, teve de ouvir – depois, em novo contato com a imprensa- o próprio governador dizer, diante dele, que não existe a internação compulsória como alternativa a drogados. Alckmin é medido. Doria, quem sabe, poderia ser um aspirante a Mengele.

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Depois, durante todo o dia, a TV e os jornais mostraram os habitantes dos prédios que tiveram paredes demolidas e portas emparedadas. Não eram “cracudos”, mas pobres que habitam essa parte degradada do centro de São Paulo, alguns deles acordados com paredes caindo sobre a cama.

Agora cedo, mais dois diretos no queixo do marqueteiro: os viciados apenas se mudaram para um lugar, a poucas centenas de metros da “Cracolância”, mostrando que este tipo de demagogia apenas transfere o problema para outro lugar. E, numa atitude decente, Patricia Bezerra, Secretária de Direitos Humanos, entregou o cargo, indignada com a ação da Prefeitura.

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Claro que há uma fração dos paulistanos que está aplaudindo, como aplaudiria qualquer ato de violência contra os miseráveis, que para eles não são seres humanos. Mas é a turma que Doria já divide com Jair Bolsonaro e deixa o prefeito em situação desconfortável na elite supostamente civilizada, que não gosta de ser vista como feroz assim.

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