Operação contra Del Nero prendeu 33 pessoas

Caso trata da venda de informações sigilosas e crimes contra o sistema financeiro; nesta madrugada, agentes da Polícia Federal cumpriram busca e apreensão na casa de Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e cotado para assumir a presidência da CBF na Copa de 2014; diversos documentos foram apreendidos e ele já foi liberado; quadrilha teria chantageado uma emissora de televisão e uma instituição financeira, além de juízes e políticos

Operação contra Del Nero prendeu 33 pessoas
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247 – A operação Durkheim da Polícia Federal, que deteve o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, na manhã desta segunda-feira, prendeu ao todo 33 pessoas suspeitas de venda de informações sigilosas e crimes financeiros. A operação, contra duas organizações, foi deflagrada em cinco estados e no Distrito Federal. A Justiça emitiu 87 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Leia abaixo nota da PF:

Investigação apura violação de bancos de dados sigilosos e crimes financeiros

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São Paulo/SP – A Polícia Federal deflagrou hoje (26) a Operação Durkheim, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. 33 pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos Estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro).

O inquérito policial teve início em setembro de 2009 com a investigação do suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

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No decorrer do inquérito, foram identificadas duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos criminosos.

Segundo as evidências trazidas ao inquérito, foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

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A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.

Cerca de 400 policiais federais participam da operação para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, em 05 Estados (GO, SP, PA, PE e RJ), todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.  67 pessoas serão indiciadas.

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Os investigados responderão, na medida de suas ações, pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

A operação foi batizada de Durkheim, intelectual francês, um dos pais fundadores da sociologia, que escreveu o livro "O Suicídio", em alusão aos fatos que deram início à operação.

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Será realizada entrevista coletiva à imprensa na Superintendência Regional de São Paulo às 14:00h. Aos senhores jornalistas e técnicos solicitamos que procurem o Setor de Comunicação Social, no térreo, para que tenham acesso ao auditório.

Setor de Comunicação Social

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Mais cedo, o presidente da Federação divulgou nota sobre a operação, que apreendeu computadores e documentos em sua residência e na própria FPF. Ele foi encaminhado à sede da Polícia Federal em São Paulo, onde prestou depoimento, e foi liberado em seguida. Leia abaixo:

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Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, esclarece que foi surpreendido em uma operação da Polícia Federal durante esta madrugada em sua residência, em busca de documentos não relacionados à sua atividade na entidade e de seu escritório de advocacia.

Conhecido advogado criminalista, Marco Polo Del Nero prestou depoimento regulamentar na Polícia Federal sendo liberado em seguida. O teor do depoimento segue em sigilo de justiça.

Marco Polo Del Nero

 

Caso foi divulgado em primeira mão pelo 247. Leia abaixo reportagem anterior:

247 - A Polícia Federal acaba de deflagrar mais uma operação bombástica. Nesta madrugada, foi detido, em sua residência, em São Paulo, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, que é um dos cartolas mais influentes do País e vinha sendo cotado para assumir o comando da CBF em 2014, ano da Copa do Mundo. Vice da CBF, ele era o homem natural na sucessão de José Maria Marín.

Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa nesta manhã e recolheram computadores e documentos, antes de levá-lo à superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, onde ele presta depoimento nesta manhã. Não se sabe se ele será liberado ou se continuará preso. Houve buscas também na própria Federação Paulista de Futebol.

Del Nero é ligadíssimo ao ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. No passado, tanto ele como Teixeira foram acossados pelo então delegado Protógenes Queiroz, que investigava a chamada Máfia do Apito. Depois disso, Protógenes se tornou consultor da CBF, na Suíça, e o caso foi esquecido.

Ao que tudo indica, a operação foi conduzida pela ala da PF que é rival de Protógenes. Hoje, o superintendente é Roberto Troncon, que ajudou a afastá-lo, na época da Satiagraha. Protógenes, que é deputado federal (PC do B/SP) vinha recolhendo assinaturas para criar a "CPI da Polícia Federal". Clima na instituição é de guerra.

Na sexta-feira passada, a PF deflagrou a Operação Porto Seguro, que desarticulou uma quadrilha especializada na venda de pareceres jurídicos de órgãos estatais. Nela, até a ex-secretária de Lula, Rosemary Nóvoa de Noronha, foi atingida.

O delegado Roberto Troncon foi também o responsável por esta operação e é um dos principais defensores da autonomia da Polícia Federal em relação ao próprio Ministério da Justiça, transformando a PF numa instituição de Estado e não de governo.

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