Kátia é “guerreira contra lobby verde”, diz Le Monde
Jornal francês retratou a ascensão "fulminante" da ministra da Agricultura; das origens forjadas em partidos conservadores a um dos mais próximos colaboradores da presidente; "Uma aliança, aparentemente contra a natureza, o que diz muito sobre as mudanças políticas do momento", diz o jornal; texto lembra que Dilma até aceitou ser madrinha do segundo casamento de Kátia Abreu, que acontece neste domingo, 1º; à frente da Agricultura, Kátia joga a carta do “diálogo”, mas permanece “certa como nunca” dos seus objetivos
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Tocantins 247 - O jornal francês Le Monde publicou nessa quarta-feria, 28, reportagem sobre a ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB). O jornal destacou a carreira “fulminante” da senadora licenciada do Tocantins e credita sua chegada a uma das principais pastas do governo federal à proximidade da ex-senadora com a presidente Dilma Rousseff, apesar de as duas virem de lados políticos opostos.
"Formada dentro dos partidos mais conservadores, dona de uma grande fazenda no Tocantins, Katia Abreu conseguiu a façanha de aparecer como um dos mais próximos colaboradores da presidente Dilma Rousseff. Uma aliança, aparentemente contra a natureza, o que diz muito sobre as mudanças políticas do momento", diz o jornal. "Nós aprendemos muito", responde Kátia, segundo a reportagem.
O texto assinado pelo enviado especial do jornal ao país, Nicolas Bourcier, lembra que a presidente Dilma até aceitou ser madrinha do segundo casamento de Kátia Abreu, que acontece neste domingo, 1º (leia mais).
A aproximação, criticada tanto à esquerda quanto à direita, se iniciou em 2012 e se desenvolveu rapidamente “entre essas duas mulheres poderosas”, contou ao jornal uma fonte próxima da presidente. Le Monde observa que, com seu “verbo afiado e uma franqueza às vezes exagerada”, Abreu se tornou “uma das figuras políticas mais influentes do país – e a mais perigosa, segundo seus detratores”.
O jornal destaca que a ministra percebeu desde cedo que os produtores agrícolas perderiam a batalha de imagem com os ambientalistas. Em um universo dominado por homens com aparência “arcaica”, ela logo compreendeu que era preciso modernizar a percepção do agronegócio, argumentando que “os ecologistas não podem ter o monopólio do debate”.
Foi quando a causa ambiental começou a perder força no Brasil, após a reeleição de Lula. Segundo os rumores relatados pelo jornal, o ex-presidente “preferiria enfrentar o demônio do que Kátia Abreu”. A reportagem sublinha que nunca o setor agrícola foi tão cortejado quanto nas eleições de 2014, em que o número de parlamentares da bancada ruralista aumentou 33%.
Agora, à frente da Agricultura, Abreu joga a carta do “diálogo”, mas permanece “certa como nunca” dos seus objetivos - “sempre com um sorrisinho”, diz o texto.
Clique aqui e veja a reportagem na página do Le Monde.
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