Encontro de Lula e FHC não faria mal ao país

Colunista do 247, Hélio Doyle afirma que "o que se vê hoje no Brasil é uma disputa política movida especialmente por interesses ilegítimos, sem discussão qualificada, sem racionalidade e sem qualquer preocupação real com o futuro"; neste contexto, demarcado por uma crise econômica e política, denúncias de corrupção e tentativas de golpe contra a democracia, ele sugere que "não seria mau um encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso"; "Ambos têm defeitos e não agradam totalmente nem à esquerda nem à direita, mas têm legitimidade e lideram dois partidos importantes nesse momento, o PT e o PSDB. A partir desse encontro, normal em sociedades democráticas, talvez seja possível dar alguns passos para melhorar o debate e encontrar saídas", ressalta

Colunista do 247, Hélio Doyle afirma que "o que se vê hoje no Brasil é uma disputa política movida especialmente por interesses ilegítimos, sem discussão qualificada, sem racionalidade e sem qualquer preocupação real com o futuro"; neste contexto, demarcado por uma crise econômica e política, denúncias de corrupção e tentativas de golpe contra a democracia, ele sugere que "não seria mau um encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso"; "Ambos têm defeitos e não agradam totalmente nem à esquerda nem à direita, mas têm legitimidade e lideram dois partidos importantes nesse momento, o PT e o PSDB. A partir desse encontro, normal em sociedades democráticas, talvez seja possível dar alguns passos para melhorar o debate e encontrar saídas", ressalta
Colunista do 247, Hélio Doyle afirma que "o que se vê hoje no Brasil é uma disputa política movida especialmente por interesses ilegítimos, sem discussão qualificada, sem racionalidade e sem qualquer preocupação real com o futuro"; neste contexto, demarcado por uma crise econômica e política, denúncias de corrupção e tentativas de golpe contra a democracia, ele sugere que "não seria mau um encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso"; "Ambos têm defeitos e não agradam totalmente nem à esquerda nem à direita, mas têm legitimidade e lideram dois partidos importantes nesse momento, o PT e o PSDB. A partir desse encontro, normal em sociedades democráticas, talvez seja possível dar alguns passos para melhorar o debate e encontrar saídas", ressalta (Foto: Hélio Doyle)


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A leitura da imprensa estrangeira nos ajuda a entender que nem tudo o que acontece no Brasil é coisa apenas nossa. Hoje há crises econômicas e financeiras em diversos países do mundo, democracias ou ditaduras, do Norte ou do Sul. Há denúncias de corrupção, das mais leves às mais graves, em várias nações, em todos os continentes. O dólar aumenta, forças políticas disputam acirradamente o poder, e direitos civis e humanos estão sendo violados em inúmeros lugares do planeta.

O Brasil não está sozinho. A questão é como cada país enfrenta seus problemas, como tenta superá-los ou, pelo menos, minimizá-los. Não há fórmula única, e devemos lembrar que o Fundo Monetário Internacional e seus aliados internos levaram várias nações ao caos por impor a elas uma receita padronizada que se mostrou desastrosa. Nas questões políticas, já foi enterrado o “pensamento único”, de conteúdo neoliberal e que afundou muitos países, e só ingênuos acham que a democracia estadunidense é modelo indiscutível para todo o mundo.

Cada país deve, portanto, encontrar seu caminho para enfrentar a crise econômica e financeira, combater a corrupção e assegurar a democracia. O problema do Brasil é que, pelo jeito, ninguém quer procurar de verdade esse caminho. O que se vê hoje é uma disputa política movida especialmente por interesses ilegítimos, sem discussão qualificada, sem racionalidade e sem qualquer preocupação real com o futuro. É tudo aqui e agora.

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Isso leva a que o governo de centro-esquerda proponha medidas de ajuste fiscal que estão mais próximas do neoliberalismo, enquanto a oposição de centro-direita e de direita aprova medidas demagógicas que aumentam gastos públicos. Ao mesmo tempo, tenta-se passar à opinião pública a ideia mentirosa de que a corrupção é privilégio de apenas um segmento político, enquanto os demais nunca se envolveram no roubo do dinheiro público. A justiça age, mas escolhe seus alvos.  

Enquanto isso, nada muda no país. Prevalecem os velhos e desgastados hábitos corruptos e práticas patrimonialistas, são mantidos os privilégios da elite econômica e política, os mais pobres pagam pelos erros dos governos. Há um grande jogo de cena em torno do poder, em que o governo vacila quanto ao que fazer e a oposição finge ter as soluções que, na verdade, não tem. O impeachment é uma bandeira levantada apenas para efeitos cenográficos, pois não resolve nada. Aliás, pode piorar.

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A superação dos problemas que vivemos passa, necessariamente, por uma mudança radical no modo de entender o governo e a política. Isso não vai acontecer a curto prazo, menos ainda enquanto um senador da base governista conseguir nomear um genro de 27 anos para a diretoria de uma agência reguladora, um Eduardo Cunha for presidente da Câmara e manipular votações impunemente e líderes da oposição também não forem indiciados e julgados por malfeitos cometidos – para apenas dar alguns exemplos do que não deveria estar acontecendo.

Há alguns anos estava na moda o slogan “Primeiro o povo”, ou “O povo em primeiro lugar”. Muitos candidatos o adotaram. Poderia, agora, ser o lema de um entendimento mínimo entre as forças políticas para enfrentar os problemas: pensar, primeiro, no povo, que é quem mais é afetado pela crise e pelos desmandos.

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Políticos, de modo geral, pensam primeiro neles mesmos e no que vão ganhar – material ou imaterialmente -- com o exercício do poder, seja nos executivos ou nos legislativos.  Não vão pensar no povo. Mas a pressão popular pode mudar o quadro, se os movimentos sociais se manifestarem em torno de causas legítimas, e não apenas reivindicando irreais aumentos salariais ou causando transtornos à população mais pobre, numa absurda inversão de valores revolucionários que alguns, nem todos, dizem defender.

Diante de tantas limitações, não seria mau um encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. Ambos têm defeitos e não agradam totalmente nem à esquerda nem à direita, mas têm legitimidade e lideram dois partidos importantes nesse momento, o PT e o PSDB. A partir desse encontro, normal em sociedades democráticas, talvez seja possível dar alguns passos para melhorar o debate e encontrar saídas.

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Sem muitas ilusões, mas como não se avança em nada, não custaria tentar.      

                     

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