Janot: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

A Operação Politeia criou um problemaço para a presidente Dilma Rousseff: indicar ou não o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comprando uma briga com o Congresso?

A Operação Politeia criou um problemaço para a presidente Dilma Rousseff: indicar ou não o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comprando uma briga com o Congresso?
A Operação Politeia criou um problemaço para a presidente Dilma Rousseff: indicar ou não o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comprando uma briga com o Congresso? (Foto: Leonardo Attuch)


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A Operação Politeia, que foi deflagrada ontem e instalou um clima de pânico em Brasília, depois de atingir três senadores (Fernando Collor, Fernando Bezerra Coelho e Ciro Nogueira), disseminou duas versões antagônicas. A primeira, de que o Palácio do Planalto se beneficia. Isso porque, com a Lava Jato atingindo pesos-pesados da política, o Congresso não terá autoridade moral para levar adiante um eventual processo de impeachment. A segunda, na direção oposta, dá conta de que os políticos atingidos farão o possível e o impossível para se vingar, tornando ainda mais delicada a relação entre o Executivo e o Legislativo.

Para medir a dimensão do estrago, será preciso confirmar se, de fato, haverá novas denúncias contra os chefes das duas casas: o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso, conforme se especula em Brasília. Um eventual processo de impeachment precisa ser admitido na Câmara e votado no Senado – e com seus dois líderes abatidos, o cenário se torna mais complexo.

Apesar de todas as incertezas, o que pode ser dito com segurança é que a Operação Politeia colocou uma batata quente nas mãos da presidente Dilma Rousseff. A questão é: o que fazer, na volta do recesso, após o fim do primeiro mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot?

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Desde o início do governo Lula, tem sido mantida a tradição de se indicar o mais votado numa lista tríplice do MP – o que não era feito no governo FHC, mas foi mantido por Dilma. E, na procuradoria-geral da República, até as pedras sabem que Janot será o mais votado com larga vantagem, chegando perto da unanimidade.

É justamente aí que começa o problema. Caso Dilma o indique ao segundo mandato, estará comprando uma briga com o Senado, que, ontem, se sentiu afrontado em suas prerrogativas, conforme pontuou, em nota, o senador Renan Calheiros. Na Câmara, Eduardo Cunha já afirmou que a eventual recondução de Janot será percebida como uma afronta do Palácio do Planalto ao Poder Legislativo. E o fato é que mesmo que ele seja indicado, quem aprova ou não sua recondução é o próprio Senado Federal – o que, depois de ontem, se tornou quase impossível. Dilma irá comprar esta briga?

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