Levy põe Dilma entre dois fogos: o mercado e o PT

"A permanência de Levy o governo coloca Dilma entre dois fogos. De um lado, as forças do mercado explicitando que, se ele sair, a desconfiança subirá, alimentando a crise. De outro, a articulação crescente dos aliados políticos de esquerda contra a política econômica que ele conduz", diz a colunista Tereza Cruvinel; ela afirma que só após a viagem de Levy à reunião do G20, o País saberá, de fato, se governo Dilma se comprometeu com a política de ajuste defendida pelo ministro; "Ainda que o governo não tivesse como apresentar uma peça com o prometido superávit de 0,7% no prazo constitucional (31 de agosto), Dilma poderia ter mandado uma mensagem ao Congresso dizendo que, até a data da votação, o governo tentaria equilibrar as contas, cortando gastos e buscando receitas", diz Tereza

"A permanência de Levy o governo coloca Dilma entre dois fogos. De um lado, as forças do mercado explicitando que, se ele sair, a desconfiança subirá, alimentando a crise. De outro, a articulação crescente dos aliados políticos de esquerda contra a política econômica que ele conduz", diz a colunista Tereza Cruvinel; ela afirma que só após a viagem de Levy à reunião do G20, o País saberá, de fato, se governo Dilma se comprometeu com a política de ajuste defendida pelo ministro; "Ainda que o governo não tivesse como apresentar uma peça com o prometido superávit de 0,7% no prazo constitucional (31 de agosto), Dilma poderia ter mandado uma mensagem ao Congresso dizendo que, até a data da votação, o governo tentaria equilibrar as contas, cortando gastos e buscando receitas", diz Tereza
"A permanência de Levy o governo coloca Dilma entre dois fogos. De um lado, as forças do mercado explicitando que, se ele sair, a desconfiança subirá, alimentando a crise. De outro, a articulação crescente dos aliados políticos de esquerda contra a política econômica que ele conduz", diz a colunista Tereza Cruvinel; ela afirma que só após a viagem de Levy à reunião do G20, o País saberá, de fato, se governo Dilma se comprometeu com a política de ajuste defendida pelo ministro; "Ainda que o governo não tivesse como apresentar uma peça com o prometido superávit de 0,7% no prazo constitucional (31 de agosto), Dilma poderia ter mandado uma mensagem ao Congresso dizendo que, até a data da votação, o governo tentaria equilibrar as contas, cortando gastos e buscando receitas", diz Tereza (Foto: Tereza Cruvinel)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

No teatro da crise, Dilma fez o gesto que precisava fazer nesta quinta-feira. O ministro Levy se queixara de isolamento, o mercado e até a mídia internacional especulavam com sua saída, explicitando que se isso acontecesse o Brasil desceria mais um patamar na crise. Ela afagou Levy com elogios públicos e providenciou a reunião com ele,  Barbosa e Mercadante para explicitar seu decidido apoio à permanência do ministro da Fazenda. Mercadante e Edinho Silva rasgaram elogios complementares. Levy finalmente pegou um avião para a Turquia, depois de ter até cancelada a participação na reunião de ministros do G20. Com seu “fico” e o gesto de Dilma, o dólar fechou em ligeira baixa e a bolsa subiu dois pontos.

Quando voltar da viagem é que ele saberá se o combinado na reunião é para valer. Se Dilma vai ouvi-lo mais ou continuará dando mais ouvidos à dupla Mercadante-Nelson Barbosa. Contra Levy, eles ganharam a disputa pela apresentação de um orçamento com déficit ao Congresso. Pelas reações, Levy tinha razão. Ainda que o governo não tivesse como apresentar uma peça com o prometido superávit de 0,7% no prazo constitucional (31 de agosto), Dilma poderia ter mandado uma mensagem ao Congresso dizendo que, até a data da votação, o governo tentaria equilibrar as contas, cortando gastos e buscando receitas. Teria se livrado da acusação de ter empurrado o problema para o Congresso. É este discurso que Levy deseja ver adotado agora. O de que o governo tratará, ele mesmo, de encontrar meios para equilibrar as contas e de aproximar-se o máximo possível do superávit de 0,7.

Ele se queixou muito dos “sinais contraditórios” que o governo estaria emitindo em relação à política fiscal, decorrentes das quedas de braço internas que ele perde. Esta não foi a única. Sem coerência, não haverá credibilidade, e isso é o que mais falta ao governo hoje, disse ele. Em sua declaração Mercadante falou em unidade e harmonia da equipe. O próprio Levy nada declarou. Só em sua volta da viagem (ele ainda fará uma escola em Paris para encontros com investidores), Levy saberá se o combinado será honrado, se disporá de conforto e força para continuar no governo. Embora tenha reagido positivamente ao esforço de Dilma, o mercado também entendeu isso. O jogo continua.

continua após o anúncio

Lula e o PT na outra margem

A permanência de Levy no governo coloca Dilma entre dois fogos. De um lado, as forças do mercado explicitando que, se ele sair, a desconfiança subirá, alimentando a crise. De outro, a articulação crescente dos aliados políticos de esquerda contra a política econômica que ele conduz.

continua após o anúncio

Neste sábado, o lançamento da Frente Brasil Popular, em Belo Horizonte, vai se transformar numa manifestação de apoio a Dilma e à legalidade mas de críticas à política fiscal de Levy. Lula não vai mas estimulou setores do PT e do sindicalismo a participarem. Uma parte do PT está engajada no combate a Levy, e sua principal expressão parlamentar é o senador Lindbergh Farias, que faz seguidos discursos contra o ministro e a política econômica.  Participam do ato em Minas CUT, MST e UNE e quadros do PT, PC do B e até da ala do PSB que vem se reaproximando do governo.

Se as coisas continuarem neste ritmo, em algum momento Dilma terá que escolher entre a política econômica em que apostou para sair da crise e o apoio de expressivos segmentos de sua base de esquerda, da qual precisa para enfrentar a ofensiva da oposição contra seu mandato. 

continua após o anúncio

Lula e Dilma

No encontro de ontem, certamente Lula e Dilma trataram do relacionamento com o PMDB, como registrou a Folha de São Paulo na própria noite de quinta-feira. Mas o assunto mais palpitante da conversa com certeza foi sobre a política econômica. Isso ainda precisa ser apurado.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247