E se Gilmar pedir vistas sobre impeachment?

"Governistas e oposicionistas receberam ontem sinais, vindos do outro lado da Praça dos Três Poderes, de que o ministro do STF Gilmar Mendes pode pedir vistas nas ações que estão com julgamento marcado para o dia 16, quarta-feira, relacionadas com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff", informa a colunista Tereza Cruvinel; com o impeachment parado, diz ela, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia continuar manobrando contra sua cassação e a presidente Dilma Rousseff seguiria sem condições de governar, com uma "espada sobre sua cabeça"; leia a íntegra

"Governistas e oposicionistas receberam ontem sinais, vindos do outro lado da Praça dos Três Poderes, de que o ministro do STF Gilmar Mendes pode pedir vistas nas ações que estão com julgamento marcado para o dia 16, quarta-feira, relacionadas com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff", informa a colunista Tereza Cruvinel; com o impeachment parado, diz ela, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia continuar manobrando contra sua cassação e a presidente Dilma Rousseff seguiria sem condições de governar, com uma "espada sobre sua cabeça"; leia a íntegra
"Governistas e oposicionistas receberam ontem sinais, vindos do outro lado da Praça dos Três Poderes, de que o ministro do STF Gilmar Mendes pode pedir vistas nas ações que estão com julgamento marcado para o dia 16, quarta-feira, relacionadas com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff", informa a colunista Tereza Cruvinel; com o impeachment parado, diz ela, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia continuar manobrando contra sua cassação e a presidente Dilma Rousseff seguiria sem condições de governar, com uma "espada sobre sua cabeça"; leia a íntegra (Foto: Tereza Cruvinel)


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Governistas e oposicionistas receberam ontem sinais, vindos do outro lado da Praça dos Três Poderes, de que o ministro do STF Gilmar Mendes pode pedir vistas nas ações que estão com julgamento marcado para o dia 16, quarta-feira, relacionadas com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entre elas, a do PC do B,  que resultou na liminar do ministro Luiz Fachin suspendendo a instalação da comissão especial eleita por voto secreto numa articulação entre a oposição e Eduardo Cunha para garantir composição majoritariamente favorável ao impeachment.  Se Gilmar de fato pedir vistas, o processo ficará “congelado” e o país prisioneiro da crise política. O STF entra em recesso na sexta-feira e o julgamento ficaria para fevereiro. O ministro, entretanto, afirmou nesta sexta-feira acreditar que nenhum ministro pedirá vistas pois todos compreendem a urgência do assunto.

Mas se eventualmente ele pedir vistas não terá prazo liberar o processo. Gilmar segurou durante mais de um ano, com um pedido semelhante, a ação da OAB que pedia a proibição do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, tese finalmente acolhida pelo Supremo.

Um sinal de que os rumores podem ter fundamento veio das próprias declarações de Gilmar nesta quinta-feira.

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"Devemos ter muito cuidado na intervenção nesse tipo de matéria, para não virarmos uma casa de suplicação geral. Os temas têm que ser encaminhados no âmbito do Congresso. O tema é centralmente político e precisa assim ser tratado. Assim foi no caso Collor. O tribunal foi extremamente moderado na intervenção porque entendia que a matéria era decisivamente política", argumentou.

Ou seja: para Gilmar, um notório adversário do PT, o STF deve interferir o mínimo no processo, "essencialmente político", sujeito às interpretações de Eduardo Cunha que, por sinal, seria beneficiário do eventual “congelamento”. Com o impeachment parado, ele teria tempo para se movimentar contra a própria cassação, como já vem fazendo ao impedir as deliberações do Conselho de Ética. Seu objetivo é empurrar o assunto para 2016. Empurrando um, empurra o outro.

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O país, entretanto, ficaria aprisionado. Com a espada sobre a cabeça, Dilma ficaria sem condições de governar. E o Congresso, de deliberar sobre outras matérias. Enquanto isso, a economia continuaria em queda livre.

Gilmar abriu também baterias contra o novo colega de tribunal, Luiz Fachin, criticando o voto que ele promete dar, fixando balizas constitucionais para o ritual do processo de impeachment.

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"Se, de fato, ele vai propor uma legislação sobre o impeachment, é algo inusual, para dizer o mínimo. Até porque essa lei já foi considerada recepcionada no caso Collor, que levou à cassação de um presidente da República. Mas esperemos.", disse Gilmar.

Fachin tem dito que vai analisar comparativamente a Constituição de 1988 e a lei do impeachment, a l.079, de 1950. O que ele vai propor não é um rito, algo como uma legislação, pois o Supremo não legisla,  mas a observância de princípios constitucionais que podem não estar contidos na lei anterior à Constituinte.

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É verdade, como disse Gilmar, que tal lei foi aplicada no caso de Collor sem questionamentos. Isso não significa, entretanto, que eventuais discrepâncias devam ser agora esquecidas porque o foram no passado, talvez porque a defesa de Collor não tenha questionado sua aplicação. A Constituição, naquele ano de 1992, estava em vigor há apenas quatro anos. Fachin defende a homologação de regras do rito pelo STF para evitar mais contestações e dar estabilidade às próximas etapas do processo.

Para ele o STF deve responder às seguintes questões:

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"Primeiro, sobre o que se passou até agora: o Supremo entende que foi feito em termos de adequação constitucional? Uma segunda questão que o Supremo precisa definir é o critério para a escolha da comissão [especial do impeachment]. Precisa dizer: ou é secreta ou é aberta. Não tem muito segredo em relação a isso. E a terceira frente é quanto aos próximos passos, porque há outras dúvidas. Por exemplo:  em que momento o ocupante da Presidência da República será suspenso de suas funções?"

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, declarou nesta quinta-feira acreditar que Fachin não dará um voto “que signifique intervenção nas atribuições que são do Congresso Nacional”. Mas ressalvou que se ele se limitar a esclarecer as dúvidas pendentes, evitando mais judicialização, estará contribuindo para a legitimidade do processo.

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