Dilma e Lula: dois fogos, dois alvos, um objetivo

Em novo artigo, a colunista Tereza Cruvinel ressalta a importância do primeiro pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em defesa do ex-presidente Lula, neste sábado, quando ela afirmou que seu antecessor está sendo vítima de uma "grande injustiça"; "Se ele e seu legado são 'dissolvidos' na desmoralização, do mandato dela, ainda que concluído, também nada restará, senão a lembrança de que foi ela a primeira mulher a governar o Brasil", diz Tereza, que aponta ainda as divisões do PSDB; enquanto Aécio Neves prefere a cassação via TSE, Geraldo Alckmin e José Serra tratam da destruição de Lula

DF - ELEIÇÕES/DILMA ROUSSEFF/PRONUNCIAMENTO - POLÍTICA - A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) comemora a vitória nas eleições ao lado do ex-   presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante pronunciamento em hotel na cidade de   Brasília, neste doming
DF - ELEIÇÕES/DILMA ROUSSEFF/PRONUNCIAMENTO - POLÍTICA - A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) comemora a vitória nas eleições ao lado do ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante pronunciamento em hotel na cidade de Brasília, neste doming (Foto: Tereza Cruvinel)


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A presidente Dilma, finalmente, fez uma declaração em defesa do ex-presidente Lula, que por sua vez continua protelando o momento em que fará um pronunciamento contundente contra as acusações que alimentam a operação “Delenda Lula”. Crescem os apelos para que ele o faça, envergando a casaca de ex-presidente da República e não a camiseta de líder petista, em algum púlpito nacional e mesmo internacional. Isso foi muito discutido pelos integrantes do conselho consultivo do Instituto Lula na sexta-feira, quando defenderam uma ação mais política do instituto, em defesa do legado do ex-presidente e de sua honra. Lula, entretanto, posterga ou evita reações mais exaltadas, enquanto seus advogados pelejam nos inquéritos e ações que sempre o tiveram como alvo final. Talvez não vá prestar depoimento na próxima semana a um procurador que já declarou a intenção de denunciá-lo, deixando para falar em juízo. Estará mais uma vez certa sua forte intuição política ou ele corre o risco de perder o timing?

Já o impeachment da presidente Dilma perdeu força, vai se tornando cada vez mais um tigre de papel. Por isso o PSDB dobra as apostas na ação de impugnação de mandato eletivo, contra ela  e Temer, que será decidida pelo TSE e terá como reforço a delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo, em que disse ter sido “achacado” pela campanha de Dilma.  Mas isso este jogo é só da ala tucana liderada pelo senador Aécio Neves. Para as outras, o que importa agora é a destruição de Lula e sua remoção da disputa presidencial de 2018, quando Alckmin e José Serra também tentarão ser candidatos.

Para estes outros, Dilma já pode até terminar seu mandato, pilotando uma crise política que se prolongará no tempo e uma crise econômica de duração também incerta, por conta dos fatores internos e externos. Se os Estados Unidos entram em recessão, como se teme, o inferno por aqui irá mais longe. Para estes, mais importante que tirar Dilma do cargo, agora que ela não pode mais ser candidata,  é deixa-la sangrar por mais três anos,  é  a garantia de que o PT não terá Lula como candidato. Como o partido não tem outro nome competitivo,  estará aberto o caminho para a retomada da Presidência perdida para Lula em 2002.

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Ainda que não tenha sido formalizado ou pronunciado, há um acordo tácito dentro do PSDB. Os aecistas seguirão batalhando pelo impeachment  ou pela impugnação do mandato de Dilma pelo TSE, o que garantiria a posse de Aécio, com direito a disputar a reeleição em 2018, enquanto os outros tentam limpar o caminho eleitoral, cooperando com a operação “Delenda Lula”, que tem como vetores principais o Ministério Público, a Polícia Federal e boa parte da mídia.

Isso é o que Dilma parece estar compreendendo quando finalmente sai em defesa de Lula. Se ele e seu legado são “dissolvidos” na desmoralização, do mandato dela, ainda que concluído, também nada restará, senão a lembrança de que foi ela a primeira mulher a governar o Brasil.

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