A criança golpista brasileira

Ao contrário, esse "pai indecoro narcísico onipotente", o Sr. Aécio, "subtraiu a bola do jogo" e a levou embora rumo ao "tapetão marginal" à Lei e à Constituição da República Federativa do Brasil, juntamente com os seus "parceiros do time" e a sua "torcida infantiloide travestida de verde-amarela"

Michel Temer Aécio Neves
Michel Temer Aécio Neves (Foto: Cássio Vilela Prado)


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Por que certa parcela da população brasileira derrotada pela quarta vez consecutiva nas eleições presidencial de 2014 entrou em campo no "jogo" perigoso e indecoroso do discurso fraudulento do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff?

São diversos os motivos que podemos invocar, desde as análises sociológicas, históricas, filosóficas, econômicas às interpretações de senso comum, psicanalíticas...

Contudo, se observarmos com mais cuidado e atenção às "brincadeiras" e aos "jogos" lúdicos realizados pelas crianças, teremos uma pista.
Sabemos com a Psicanálise que a nossa vida mental adulta foi constituída desde a nossa mais remota infância, e que quando adultos permanecemos "reféns" dessa criança narcisista que ainda nos habita.

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É verdade que alguns adultos conseguem evoluir melhor que outros no seu desenvolvimento psíquico, "abandonando a fixação da libido no autoerotismo e nas suas vicissitudes pulsionais", deslocando-as para os objetos do mundo externo, erigindo inclusive "mecanismos de sublimação" (embora bem mais raros).

Em nossa curta vida temporal, deparamo-nos com as variadas "frustrações cotidianas", desde "o cabelo que não está bom hoje"; o "chefe mau no serviço"; a "vizinha metida à besta (às vezes é mesmo)"; "as doenças incuráveis"; "os acidentes letais do trânsito"; as "catástrofes naturais"; a "violência moral" ...

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Tudo isso com que nos deparamos, remetem-nos as mais "tenras vivências infantis" nas quais éramos obrigados a conviver: "o peito da mãe que não chega quando estávamos famintos e carentes"; "a insuportável dor de dente e de barriga"; "com o amor da mamãe pelo papai, desconstruindo a nossa suposta sensação imaginária de ser o seu amor exclusivo", etc.

A forma como vivenciamos essas "experiências infantis" é o "protótipo modelar" de como nos colocaremos "eternamente" diante do Outro na vida adulta (o chefe, a vizinha, o corpo, a violência, as dores, as frustrações em geral, as perdas e a morte).

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Conforme dito acima, desde "infans", somos confrontados com as "perdas": do seio; da exclusividade imaginária de completude da mamãe; do amor do pai que não veio como imaginávamos...

Portanto, é diante da "perda" que o "sujeito desencadeia-se", "desvela-se", "atualizando" a sua "remota vivência infantil no agora" da "perda".
Depois dessa brevíssima introdução rudimentar à Psicanálise, retornemos aos "jogos infantis" e ao "processo de impeachment da Presidenta (Prefiro Presidenta a Presidente, pois me sinto mais brasileiro) Dilma Rousseff".

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Não é incomum observar nas "brincadeiras" e nos "joguinhos" das crianças (o filho, a sobrinha, a filha da "vizinha boa", etc.) a "questão das regras" intrínsecas a essas atividades.

Verificamos que quanto mais novas são as crianças, menos regras existem, e quando existem, essas regras são quase sempre definidas pelas próprias crianças. Caso tenha mais de uma criança na brincadeira ou no jogo, notamos claramente que tende a prevalecer mais as regras de uma do que de outra, chegando, inclusive, a necessidade de nossa intervenção (adulto) para apartá-las fisicamente, haja vista o fracasso de nosso discurso apaziguador democrático.

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É verdade que existem algumas crianças que respeitam melhor as "regras dos jogos e das brincadeiras", enquanto outras nem tanto e outras mais não respeitam absolutamente, sendo necessário a estas últimas sempre a medida de segurança física, como a contenção emergente.

Embora o epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) vislumbrasse a aquisição da moral mediadora das relações humanas a partir da infância tardia, com as suas operações abstratas desenvolvidas; com Sigmund Freud (1856-1939), a relação com o Outro já é determinante e estrutural desde a "primeira infância", quando a criança se depara com as suas "frustrações primordiais" ("perdas"), conforme vimos acima, e diante delas desenvolve o seu "repertório mental singular".

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Nesta via, e retornando agora com o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, podemos inferir que as regras do jogo democrático não foram aceitas pelos derrotados. O que se viu foi uma "reação bastante infantilizada" diante da "perda eleitoral".

"A criança golpista brasileira" veio à tona, liquidando totalmente com as Leis (regras) em vigor no Estado Democrático brasileiro.
E aí não faltaram desculpas para "desmentir" (Verleugnung) e violar as regras: as crianças em forma de adultos elaboraram as suas próprias regras ("Pedaladas Extemporâneas"); "Lula, Dilma e o PT roubaram"; "acabar com a corrupção"; "pelo conjunto da obra"...

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"As crianças golpistas brasileiras" não só "desmentiram" narcísica e perversamente a "ideia" da derrota ("perda"), mas também o "afeto" relacionado à "ideia", transformando esse "afeto" em ódio e revanchismo, pois o "elemento infantil idealizado" e com o qual "as crianças unidas libidinalmente" se "identificaram", o Sr. Aécio Neves, este "não sobreviveu ao jogo democrático", embora se "ressuscitasse em forma de perversão vociferante", haja vista a sua incapacidade mental de realizar o "trabalho do luto" pela "derrota" ("Perda") assim como as demais "crianças golpistas" que compunham a sua claque.

Ao contrário, esse "pai indecoro narcísico onipotente", o Sr. Aécio, "subtraiu a bola do jogo" e a levou embora rumo ao "tapetão marginal" à Lei e à Constituição da República Federativa do Brasil, juntamente com os seus "parceiros do time" e a sua "torcida infantiloide travestida de verde-amarela", como se essas cores apenas a eles pertencessem, ignorando por completo os mais de 54.000.000 (cinquenta e quatro milhões) de votos dados à Presidenta eleita Dilma Rousseff nas urnas democráticas brasileiras.

Parece que a "criança golpista brasileira" ainda não se deu conta da sua "cagada" dada fora do pinico, pois continua a borrar por todos os cantos com os seus jargões: agora é "Bostanaro, o mito".

E assim, mais uma vez, a nossa pátria foi saqueada e está sendo destruída dia a dia...

O Brasil atual faz suplência a "um nome-do-pai" não tirânico que possa fazer certa sombra de Lei à "criança golpista travestida de verde-amarela" que habita os adultos imorais que alteraram, mediante os seus "caprichos infantiloides", as "regras do jogo democrático", advertindo-os duramente que não se "brinca" com a Democracia, muito embora se possa ser lúdico na Democracia, onde a "diferença" (Outro) e as "perdas" são permanentes e naturais.

O Brasil precisa crescer, mas para isso, é imprescindível que a "criança golpista" também cresça. Ou pelo menos se torne responsável consigo e com os outros, inclusive com a nossa pátria.

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