Golpe tucano é retumbante fracasso de direção, roteiro, elenco e... principalmente de público!

Mesmo nos bastiões da direita raivosa que enferma o Brasil desde novembro de 2014 - São Paulo capital, Curitiba e Belo Horizonte - o fracasso da falta de público para o primeiro grande protesto nacional para derrubar Dilma Rousseff foi de dimensões pífias

13/12/2015- São Paulo- SP, Brasil- Manisfestantes reúnem-se na avenida Paulista, em ato contra o governo Dilma Rousseff. Foto: André Tambucci/ Fotos Públicas
13/12/2015- São Paulo- SP, Brasil- Manisfestantes reúnem-se na avenida Paulista, em ato contra o governo Dilma Rousseff. Foto: André Tambucci/ Fotos Públicas (Foto: Daniel Quoist)


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Golpe sem uma oposição minimamente séria e responsável, sem militares assanhados e truculentos, é óbvio que já nasce fracassado e motivo de chacota tanto à esquerda quanto à direita. Fruto apodrecido gerado por oposição incapaz de travestir o golpe como processo de impeachment nascido com vício insanável de origem, parido das entranhas da corrupção e da chantagem, conduzido por político sabidamente corrupto e sempre "prestes" a ser destituído da Câmara e preso, por ordem do Supremo Tribunal Federal é algo que merece estudos de uma nova disciplina médica - paranoia de perdedor de eleição majoritária conjugado com autismo seletivo e rancoroso. 
 
Resumindo: Demência política, mau caratismo ético, cinismo contagioso.
 
É vergonhosa a odiosa tarefa que a oposição pretende encenar nas próximas semanas. Assemelha-se a crime de lesa-Constituição, lesa-Cidadania, enfim, de lesa-Pátria.
 
Para derrubar uma presidente eleita democraticamente há apenas 13 meses se alia a um presidente da Câmara notoriamente corrupto, com provas robustas de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa, corrupção passiva e que se compraz em usar todo o poder que a Constituição confere ao cargo que ocupa para fazer sórdidas manobras em benefício próprio como dificultar o trabalho do Conselho de Ética que pode revomendar a Câmara a cassação de seu mandato, fazendo para isso inúmeros adiamentos das sessões, trocando por três vezes o relator do processo, ameaçando destituir o próprio presidente do Conselho e a toque caixa anulando as decisões daquele colegiado. É a esse fio desncapado, por onde trafega a energia da desfaçarez e da ilucitude fragrante que a oposição coloca todas as suas fichas.
 
Enquanto o governo Dilma Rousseff arrebanha apoios e força para se contrapor ao golpe tucano, golpe que seus proceres teimam em chamar de impeachment à moda paraguaia, aquele que nem ao menos atende aos requisitos constitucionais mínimos, vemos Dilma ser apoiada por 30 renonados juristas, 54 reitores dentre 58 universidades federais, 17 governadores de Estado, o Conselho Federal da OAB, a inteira diretoria que dirige o alto clero católico representado na CNBB, os presidentes do principais e mais representativos movimentos sociais de massas, como a CUT, a UNE e o MST, além de dezenas de sindicatos de trabalhadores. 
 
Afora isto, intelectuais, cineastas, artistas engrossam o coro contra o movimento golpista dos tucanos e assemelhados. 
 
Coro que traz os reconhecidos timbres vocais contra o golpe de ninguém menos que Leonardo Boff, Chico Buarque, Dalmo Dallari, Frei Betto, Zuenir Ventura, Gilberto Gil, Miguel Nicolellis, Fernando Moraes, Eric Nepomuceno, José Roberto Torero, Lira Neto, Arrigo Barnabé, os cineastas Murilo Salles, Miguel Faria, Roberto Farias, Eliane Caffè, Renato Tapajós, Tata Amaral, Bruno Barreto; as atrizes Dira Paes, Letícia Sabatela, Betty Faria, Camila Pitanga. Estes são apenas algumas das 84 personalidades que se perfilam assumidamente contra o golpe tucano.
 
Do outro lado, no teatro vazio de público temos apoiando o golpe sumidades como Lobão, Alexandre Frota, Roger do Ultraje, Kim Cataguiri. A propósito, o ator Alexandre Frota foi um dos 40.300 que ocuparam um pedaço da Avenida Paulista neste domingo, 13/12. Frota, muito politizado como de costume portava cartaz dizendo representar "Artistas do Bem". 
 
Custa crer que a força a impulsionar o golpe urdido por Aécio Neves, Paulinho da Força, Michel Temer, Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Fernando Henrique Cardoso, continue de pé por mais uma ou duas semanas.
 
O golpe também não prospera porque o povo há muito deixou de ser subserviente como massa de manobra. E sem povo, adeus golpe, já afirmava com voz empistada o senador tucano Cássio Cunha Lina há menos de 72 horas. 
 
Mesmo nos bastiões da direita raivosa que enferma o Brasil desde novembro de 2014 - São Paulo capital, Curitiba e Belo Horizonte - o fracasso da falta de público para o primeiro grande protesto nacional para derrubar Dilma Rousseff foi de dimensões pífias:
 
-> 40.300 pessoas na capital paulita, segundo o Datafolha, uma queda de mais de 70% em relação ao último protesto nacional, em agosto de 2014 e que segundo o Datafolha reuniu cerca de 135 mil pessoas. O vexame fica maior por ser esta a primeira manifestação convocada pelo tucano-mor nas redes sociais, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e também pelo presidente de seu partido, o Aécio Neves e demais "parceiros pró-Golpe" como Paulinho da Força (SD), Ronaldo Caiado (DEM), José Agripino (DEM), José Serra (PSDB), Aloysio Nunes (PSDB). 
Detalhe: Segundo a PM o número de manifestantes na Avenida Paulista pró-Golpe não passou de 30.000. 
 
-> em Curitiba, o apelo pró-Golpe reuniu 7.000 pessoas, segundo a PM paranaense. O encolhimento de público em relação a agosto último foi de 84%, 
 
-> em Belo Horizonte o eventou congregou 3.000 pessoas, segundo a PM. Neste número o senador Aécio Neves não foi contado.
 
Em outros estados do país as manifestações se deram na forma lunar do quarto minguante. No Rio de Janeiro, ato foi na Praia de Copacabana e reuniu cerca de 5.000, segundo organizadores, portanto deve estar superdimensionada em algo como 40%, já que a PM não divulgou estimativa de público no evento golpista. Em agosto o número de pessoas foi estimado em 100.000. Queda de 95%. 
 
Em Brasília, a turma golpista conseguiu reunir apenas 6.000 pessoas, queda muito acentuada - de 72% - em relação aos protestos de agosto que chegou a reunir cerca de 30.000. 
 
No Recife, que reuniu 500 pessoas, foram vistos vários políticos dos partidos de oposição ao governo federal. Entre eles os deputados estaduais Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Jarbas Vasconcelos (PMDB). 
 
Goiânia foi um fracasso em termos de público; por volta de 15h, pouco mais de 300 pessoas acompanhavam um carro de som na Praça Tamandaré. O senador Ronaldo Caiado não deu as caras no ato golpista dos goianos.
 
Enquanto em Porto Alegre a efeméride reuniu, segundo a PM gaúcha, cerca de 300 pessoas. Ocaso melancólico de uma farsa mal ensaiada, fracasso de roteiro, fracasso de direção, fracasso de público. Este último, de público, deu-se de forma grandiloquente, retumbante. 
 
(Muitas capitais reuniu números quase "traço de audiência", menos de 50 pessoas suplicando a derrubada da presidente Dilma, e portanto, não merecem destaque neste texto.)
 
De última hora leio na grande imprensa essa encabulada nota: 'A cobertura ao vivo dos protestos pelo impeachment micou na Globonews. O motivo: a constrangedora falta de público nas manifestações organizadas por grupos de direita. Sem ter o que mostrar aos telespectadores, a Globonews cancelou a cobertura ao vivo."
 
Como a revista Veja escreve suas matérias com óleo de peroba sua página virtual minimiza a total escassez de público golpista. "Foi um esquenta. Dia 13 de março de 2016 tem mais." 
 
O sacerdote ouve Veja atentamente e, circunspecto, decreta:
 "Descanse nas profundas do inferno, Golpe. Oremos."

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