FHC vê país com amnésia, por isso acusa PT de “não saber governar”

A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição

A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição
A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição (Foto: Eduardo Guimarães)


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A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição.

Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 – 2002) pelo PSDB. Eis a locução:

"Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político".

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Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima não é invenção.

 

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Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de uma crise que não é só econômica, mas política.

Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é "a favor do Brasil"? Quem diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.

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Leia, abaixo, o que diz a Folha de São Paulo sobre a forma do PSDB e de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais.

FOLHA DE SÃO PAULO

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29 de julho de 2015

EDITORIAIS

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Quanto pior, pior

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Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional

Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada terça-feira (28) pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

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A companhia norte-americana alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa, aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.

Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo estragado que se tornou a economia no governo Dilma. Agências como a S&P ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.

A expectativa crescente de que o Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos: investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o dólar bate recordes de alta.

Tanto pior, já se considera que outras duas companhias, a Moody's e a Fitch, podem fazer análise semelhante à da S&P, rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.

Combater esse cenário sombrio deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.

Ao expor suas razões, a S&P reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.

Tudo se resume, no fundo, à instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento pernicioso do Congresso.

Notoriamente incapaz de mobilizar deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso o necessário ajuste das contas públicas.

Se mantido estritamente nesses termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.

Que fique claro: cobrar responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou dividir a culpa pelo descalabro atual. Esta cabe só ao governo Dilma, e a oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da crise.

O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema "quanto pior, melhor". Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior.

Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se comportassem como sabotadores da economia.

Nesse aspecto, a matéria da Folha simplesmente expõe a posição do mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que postei aí em cima.

FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI, desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e investigações...

Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com os dos sucessores.

Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões

2013 – R$ 4,84 trilhões

PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil

2013 – R$ 24,1 mil

Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB

2013 – 34% do PIB

Lucro do BNDES:
2002 – R$ 550 milhões

2013 – R$ 8,15 bilhões

Lucro do Banco do Brasil:
2002 – R$ 2 bilhões

2013 – R$ 15,8 bilhões

Lucro da Caixa Econômica Federal:
2002 – R$ 1,1 bilhões

2013 – R$ 6,7 bilhões

Produção de veículos:
2002 – 1,8 milhões

2013 – 3,7 milhões

Safra Agrícola:
2002 – 97 milhões de toneladas

2013 – 188 milhões de toneladas

Investimento Estrangeiro Direto:
2002 – 16,6 bilhões de dólares

2013 – 64 bilhões de dólares

Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares

2013 – 375,8 bilhões de dólares

Índice Bovespa:
2002 – 11.268 pontos

2013 – 51.507 pontos

Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/ano

Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

Taxa de Desemprego:
2002 – 12,2%

2013 – 5,4%

Valor de Mercado da Petrobras:
2002 – R$ 15,5 bilhões

2014 – R$ 104,9 bilhões

Lucro médio da Petrobras:
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano

Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

Falências Requeridas em Média/ano:
Governo FHC – 25.587

Governos Lula e Dilma – 5.795

Salário Mínimo:
2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)

2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

Dívida Externa em Relação às Reservas:
2002 – 557%

2014 – 81%

Posição entre as Economias do Mundo:
2002 – 13ª

2014 – 7ª

PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

Salário Mínimo Convertido em Dólares:
2002 – 86,21

2014 – 305,00

Passagens Aéreas Vendidas:
2002 – 33 milhões

2013 – 100 milhões

Exportações:
2002 – 60,3 bilhões de dólares

2013 – 242 bilhões de dólares

Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1%

Governos Lula e Dilma – 5,8%

PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

Taxa Selic:
2002 – 18,9%

2012 – 8,5%

FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

Capacidade Energética:
2001 – 74.800 MW

2013 – 122.900 MW

Criação de 6.427 creches

Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

Criação de Universidades Federais:
Governos Lula e Dilma – 18

Governo FHC – zero

Criação de Escolas Técnicas:
Governos Lula e Dilma – 214

Governo FHC – 11

De 1500 até 1994 – 140

Desigualdade Social:
Governo FHC – Queda de 2,2%

Governo PT – Queda de 11,4%

Produtividade:
Governo FHC – Aumento de 0,3%

Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

Taxa de Pobreza:
2002 – 34%

2012 – 15%

Taxa de Extrema Pobreza:
2003 – 15%

2012 – 5,2%

Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 – 0,669

2005 – 0,699

2012 – 0,730

Mortalidade Infantil:
2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos

2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

Gastos Públicos em Saúde:
2002 – R$ 28 bilhões

2013 – R$ 106 bilhões

Gastos Públicos em Educação:
2002 – R$ 17 bilhões

2013 – R$ 94 bilhões

Estudantes no Ensino Superior:
2003 – 583.800

2012 – 1.087.400

Risco Brasil (IPEA):
2002 – 1.446

2013 – 224

Operações da Polícia Federal:
Governo FHC – 48

Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

Varas da Justiça Federal:
2003 – 100

2010 – 513

38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

42 milhões de pessoas saíram da miséria

FONTES:

47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas

39/40 – http://www.washingtonpost.com

42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU

37 – índice de GINI: www.ipeadata.gov.br

45 – Ministério da Educação

13 – IBGE

26 – Banco Mundial

Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8 anos de PSDB, veremos que os problemas está acontecendo após mais de uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria dos indicadores sociais.

Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura de não dizer que "eles não sabem governar". Até em respeito à inteligência das pessoas.

Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas na economia, a maioria mostrou que não esqueceu do que foi o governo desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.

A Folha foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de 1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e a esta altura estaríamos retomando o crescimento.

Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa "oposição a favor do Brasil"; responsabilizou a Operação Lava-Jato por parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou queda de um ponto percentual no PIB: "Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro"

Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.

Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.

O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando FHC e companhia governavam.

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