Otimismo para quem?

Enquanto a maioria dos empresários brasileiros se diz otimista, investidores estrangeiros estão reticentes com a conjuntura política brasileira que, devido ao golpe, tende à instabilidade jurídica

Paraná tem a terceira maior indústria de transformação do País. Indústria automobilística. Foto: Gilson Abreu/FIEP
Paraná tem a terceira maior indústria de transformação do País. Indústria automobilística. Foto: Gilson Abreu/FIEP (Foto: Enio Verri)


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As editorias de economia dos maiores noticiosos amanheceram uníssonas, terça-feira (17), com a mensagem do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, divulgada em Davos, na Suíça. Segundo ele, 57% dos empresários brasileiros estão otimistas com a retomada da economia brasileira, em 2017.

O subjetivo termo utilizado por Trabuco, e repetido ad nauseam pela a imprensa interessada no golpe, para justificar o ponto de vista do presidente de um dos maiores bancos da América Latina, foi: "o Brasil está no ponto da virada".

Como assim, "virada" para onde? Ao contrário do presidente do Bradesco, o Fundo Monetário Internacional (FMI), coisa da qual o Brasil se livrou já no primeiro governo do Partido dos Trabalhadores, baixou a pífia expectativa de crescimento da economia brasileira, para 2017, de 0,5% para 0,2%.

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Na prática, o referido "ponto de virada" da economia brasileira, segundo o expressivo índice de empresários brasileiros otimistas será em 2018. Para esses, 2017 será de preparação da retomada. O posicionamento dos empresários revela suas expectativas. Dos entrevistados, 36% pretendem contratar, 26% pretendem demitir e 82% disseram que ainda estão fazendo ajustes de redução de custos.

Como um governo espera sair de uma crise econômica sem criar empregos e investir no crescimento da economia do País? Em 2002, a taxa de desemprego era praticamente a mesma de hoje, cerca de 12%. Em 2013, durante o segundo governo do PT, o índice de desemprego chegou a 5,4% da população economicamente ativa.

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O baixo índice de desemprego foi alcançado por meio de investimentos federais, em obras de infraestrutura, como a transposição do rio São Francisco; de industrialização, como a naval e a de produção tecnologia, como a luz sincrotron.

Enquanto a maioria dos empresários brasileiros se diz otimista, investidores estrangeiros estão reticentes com a conjuntura política brasileira que, devido ao golpe, tende à instabilidade jurídica. Durante o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil era o terceiro país mais atrativo para se investir, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA) e da China.

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Desde o golpe, em 2016, apenas 8% dos dirigentes de conglomerados empresariais vêm o Brasil como uma boa oportunidade de negócios. Durantes os governos do PT, esse índice chegou a 19%, em 2011. A pesquisa foi feita pela empresa PricewaterhouseCoopers, com 1379 executivos-chefes de 79 países. Dessa forma, a afirmação de Trabuco clama por algumas perguntas: "- Quem são os otimistas"? "- Otimistas com o quê"? "- O que estão ganhando"?

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