Contra influência da Odebrecht, oposição articula Requião na presidência do Senado

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) fará plantão a partir da semana que vem em Brasília, pois colegas da bancada de oposição articulam sua candidatura à presidência da Casa

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária. Em discurso, senador Roberto Requião (PMDB-PR). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária. Em discurso, senador Roberto Requião (PMDB-PR). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado (Foto: Esmael Morais)


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O senador Roberto Requião (PMDB-PR) fará plantão a partir da semana que vem em Brasília, pois colegas da bancada de oposição articulam sua candidatura à presidência da Casa.

Os senadores escolherão a mesa diretora executiva no próximo dia 1º de fevereiro, portanto daqui a duas semanas.

“O Senado age como um tumor, tem vida própria, independente do que pensam os brasileiros acerca do Senado”, dispara Requião ao recordar que o correligionário Eunício Oliveira (CE), que aparece na lista de propina na Odebrecht, também concorrerá à presidência.

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“O Senado parece ignorar a crítica pesada da sociedade e aparentemente se compõe em torno das clássicas boquinhas”, continuou o parlamentar paranaense.

Sobre a influência da empreiteira Odebrecht nas bancadas do Senado, Requião dá uma “indireta” em seu possível adversário Eunício Oliveira: “Pessoas que estão vendendo nosso petróleo, cortando aposentadorias, são as mesmas denunciadas pela Odebrecht e outras empreiteiras. Entendeu?”

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Paralelamente, à articulação de senadores de oposição o PT vive dilema entre desgarrar-se das “boquinhas” e apostar num projeto que leve em consideração a soberania nacional, o petróleo, a aposentadoria e a dignidade do trabalhador.

Requião ainda espinafra um “acordão” de bastidores que consiste numa mesa diretiva no Senado formada pela “troika” cearense Eunício (presidência), do PMDB; José Pimentel (vice-presidência), do PT; e Tasso Jereissati (Comissão de Economia), do PSDB.

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“Está bom para você? Bom para o Brasil?”, questionou Requião pelo Twitter.

Roberto Requião diz que não se opõe a composições, pois, segundo ele, isso seria dialético num cenário em que os contrários conviveriam numa mesa diretiva suprapartidário. “No entanto”, ressalta o senador, “os nomes escolhidos são do mesmo matiz ideológico”.

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“Camarão que dorme a onda leva”, analisa o oposicionista citando o samba de Zeca Pagodinho.

Contra a influência da Odebrecht, Requião propõe três pontos para revolucionar o Senado:

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1) Fim do voto de liderança e do voto por aclamação – “Toda as segundas, quintas e sextas-feiras esta turma do Renan, Eunício e Jucá aproveita a falta de quórum e coloca jabutis em votação, que são aprovados por aclamação ou voto simbólico. Isso é uma afronta aos mandatos dos demais senadores. Isso tem que acabar. Afinal, hoje existe o voto eletrônico, não se justificando o voto simbólico que no passado ocorria para contornar as longas chamadas nominais”.

2) Fim das indicações de relatores pelo presidente da Casa – “Relatores precisam ser sorteados, como acontece no Judiciário, a partir dos integrantes de cada comissão temática. Depois das delações da Odebrecht, entendemos por que Romero Jucá e Eunício tornaram-se os relatores óbvios de todo tipo de matéria, como se fossem oniscientes, autoridades em todas os assuntos e os únicos senadores preparados para apresentar um parecer tecnicamente consistente. Isso também tem que acabar”.

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3) Fim das comissões especiais – Hoje no Senado, por qualquer palha a presidência institui uma comissão especial e indica seus integrantes. “O objetivo destas comissões é a condução de assuntos importantes por um grupo pré-selecionado de senadores, com posições devidamente alinhadas com os objetivos da maioria peemedebista. Temos comissões temáticas para todos os assuntos importantes e relevantes e nelas, apenas nelas, é que proposições e projetos devem ser debatidos e encaminhados ao plenário”, conclui Requião.

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